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Estou triste, mais uma vez



Os meus companheiros de redacção deste blogue pediram-me há uns dias, que em vez do sexto artigo da série que ando a escrever sobre eleições (que sairá na próxima segunda feira), escrevesse qualquer coisa sobre o jogo que disputámos na Reboleira para a Taça de Portugal.

Disse-lhes logo que acedia ao pedido, mas não contassem com uma crónica desportiva sobre o jogo. Como toda a gente sabe, incluindo eu próprio, não percebo nada de futebol, o que eu quero é que o Belenenses ganhe, nem que seja com um golo marcado em fora de jogo, com a mão e cinco minutos depois dos noventa. Não foi, infelizmente, o que aconteceu...

Devo já dizer que o (pouco) que vou escrever, além de não ter muito a ver com o jogo propriamente dito, como é óbvio pelas razões que acabei de apontar, é exactamente (ou quase) o que escreveria se o resultado tivesse sido ao contrário. O jogo foi fraquíssimo (no meu também fraquíssimo entender nestas matérias), aparentemente sem casos especiais, inclindo a arbitragem que nem precisou de recorrer ao “apito dourado” e o resultado foi encontrado por “moeda ao ar”. Foi portanto tão justo ou tão injusto como o contrário.

Saí da Reboleira triste, mais uma vez. Daí o título desta breve crónica, o mesmo de uma outra que escrevi a seguir à derrota do Belenenses com os lagartos em Alvalade. E quase pelas mesmas razões. Triste, evidentemente, pelo resultado, pelo desfazer de mais um sonho com balões azuis a subir nos ares do Jamor. Mas triste também pela falta de “garra” dos jogadores, da equipa técnica, dos próprios adeptos. Triste pela imagem cada vez menos azul que vamos arrastando de resignação em resignação até à rendição total.

Antes do jogo, aliada ao meu incurável optimismo, tive ainda uma réstea de esperança. Essa esperança foi alimentada pela presença de muitos adeptos belenenses (em muito maior número que os adeptos da equipa da casa) que me deram a fugaz sensação de ainda sermos grandes. Este clima, que poderei chamar de “felicidade em estado de coma” manteve-se durante o jogo, com o apoio que demos à equipa, e nem terá sido o resultado da decisão por “moeda ao ar” que me fez sair dele.

No caminho de regresso a casa, lembrei-me que os (muitos) belenenses que hoje (ou melhor, ontem) estiveram na Amadora a gritar pelo Belém, estiveram, na sua esmagadora maioria, ausentes da última Assembleia Geral do Clube. E com a sua ausência, ouso dizer complacência, permitiram que meia dúzia de velhos do Restelo (no sentido literal), defensores de um “status quo” que não consigo perceber a quem serve, aprovassem a atribuição do título de Sócio de Mérito do Clube de Futebol “Os Belenenses” a João Soares e Pedro Santana Lopes, dois cidadãos respeitáveis como qualquer outro, mas lagartos e completamente estranhos ao Belenenses.

Tal como estive hoje na Reboleira a apoiar o meu Clube, estive na semana passada na referida Assembleia Geral. E orgulho-me de ter votado contra tão insólita proposta. Não evitei que a nódoa manchasse a imagem, a história e a honra do Clube. Mas evitei que manchasse a minha consciência...

Saudações (se possível ainda) azuis.



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