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Porque hoje é Sábado, falemos de ídolos



Para quem já tem alguns anos de “Net azul” os Sábados são por regra um dos dias mais mortiços da semana. Mesmo havendo jogos à 6ª ou no próprio Sábado, é natural que boa parte dos internautas não possa ou não queira aceder à Internet. E neste blogue não há excepção, o Sábado é quase sempre o dia da semana em que o número de visitas “bate no fundo”, por vezes de maneira bem drástica.
Assim sendo e porque a minha antevisão do próximo jogo só sairá na 2ª (tendo assim mais hipóteses de ser lida) e mesmo tendo uma dúzia de artigos “pesados” no “estaleiro”, hoje vou dedicar-me a reflexões mais “ligeiras”. Porque hoje é Sábado, como escreveu Vinícius de Moraes (em poema-prosa mais soturno).

Por um destes dias li um comentário muito interessante de um consócio (cujo nome lamento não recordar-me), chamando a atenção para o facto de o Belenenses já não ter ídolos. E a abordagem era, quanto a mim bem oportuna. Não se referia a ídolos de “papel”, daqueles que sob critérios bem menos exigentes e ao mínimo “fogacho” logo são elevados ao estatuto de Matateus e afins, sem que consigam metade dos feitos. Por outro lado também é certo que, perante tantos anos de resultados medíocres, pareça insensato e imprudente destacar quem quer que seja, muito menos acima do próprio clube. Não, não é disso que se trata, nem poderia ser.

No Belenenses tenho observado o extremo oposto. Enquanto outros clubes são peritos em atirar prematuramente para o estrelato jogadores de valor inseguro (que muitas vezes se fica pela promessa) o que, repito, não é de todo desejável, no nosso Clube os que mais briosamente defendem as nossas côres raramente têm o reconhecimento devido. Tudo porque, ao contrário dos outros, elevámos os nossos padrões pelas vitórias de outrora, tão distantes no tempo como no valor em relação às de hoje. É de facto difícil comparar os ídolos de então (verdadeiros campeões, bem conhecidos internacionalmente em muitos dos casos) com os jogadores de agora, num passado recente em que o 5º lugar já pareceu milagroso e a conquista da Taça de 89, um óasis no meio do deserto. Mas isso justifica que a quase totalidade dos nossos adeptos apenas devolva cepticismo e desilusão ao nosso plantel?

Porventura em vez de ídolos, talvez devesse falar de jogadores de referência. É que o ponto em causa não é o de elevar o ego de certos jogadores, mas o de premiar os que mais se dedicam com um apoio extra, mesmo quando as coisas possam não correr bem, mesmo quando não sejam os melhores do mundo, do país ou até do plantel. Porque o jogador-referência que recebe especial carinho dos adeptos torna-se um exemplo para os outros, ganhando muitas vezes o estatuto de reserva moral. A verdadeira alma de muitas equipas nasce assim. Mas aqui também é preciso cuidado, bem sei, pois historicamente certos jogadores feitos “líderes de balneário” assumiram protagonismo e autoridade em demasia, em prejuízo do conjunto e da autoridade dos treinadores, que para mim nunca pode ser posta em causa senão pelos critérios rigorosos e fundamentados de quem está acima. Como em tudo, o equilíbrio é fundamental. Quem treina é o treinador, mas o jogador de referência pode ter um papel fundamental na motivação da equipa.
Por outro lado, e talvez mais importante ainda, são os jogadores de referência, os carismáticos, que mais atraem e apaixonam os adeptos. À lembrança vem um Jorge Costa ou um Sá Pinto (que basta levantar-se do banco para ouvir-se um “bruááá” nas bancadas), por exemplo. Daqueles que quando marcam um golo vêm à rede gritar com a claque, estão a ver? Bem sei que a Fúria também canta de vez em quando o nome dos jogadores (e eles agradecem!). Tudo isso cria empatia e cumplicidade. Entusiasmam-se os adeptos, motivam-se os jogadores, todos ganham.

Ora, mas se os adeptos não correspondem (ou só uma pequena minoria), o que é que se pode fazer? Muita coisa. Um dos meios mais notórios e eficazes por esse mundo fora reside naquilo que no nosso clube mal a imagem do mesmo consegue projectar: o merchandising. Bastará ir a qualquer outro país e a muitos clubes de modesta dimensão para ver que os jogadores-referência são também um referência de vendas. O básico são as camisolas com os nomes – uma miragem no Belenenses, a menos que seja uma que tenha sido usada pelo próprio. Mas há também t-shirts com motivos diversos (as de clubes da Premiership são um “prato”), canecas, bonecos em miniatura (ou até peluches), canecas, etc. Ora vejam bem, não estamos a falar só da criação de uma empatia especial entre os jogadores e adeptos, estamos a falar de receitas! É certo que partindo do zero e com uma massa associativa tão adormecida, as perspectivas “comerciais”, ao contrário do que muitos pensam, não são de arregalar o olho. Mas algo mais se poderá fazer. Estamos a falar de chamar a malta jovem ao Estádio e à Loja Azul, há que apelar ao bom “fanatismo”.

Para que não pensem que de intenções está o inferno cheio, aqui vai uma curiosa sugestão. O nosso Marco Aurélio é sem dúvida um dos melhores guarda-redes da Superchachada (para mim é ainda o melhor), sendo para mim e também sem dúvida um dos melhores da nossa história. Para além disso, sente a nossa côr e o nosso emblema de uma forma notoriamente especial. Porque não fazer umas t-shirts (hoje em dia é coisa bem baratucha de se fazer) alusivas ao nosso Imperador? Ora aqui vai uma estampa, a pôr numa simples t-shirt branca:

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