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A difícil encruzilhada dum avô



Pois é, a pedido de várias famílias, honrei a minha palvra colocando a minha netinha de apenas 21 meses como sócia desde a primeira hora após o seu nascimento.
Para infelicidade minha, o diabo do diploma vem assinado pelo Sequeira Nunes, pessoa com a qual não simpatizo, por efeitos de ter constatado a sua não condição de pessoa humilde, tendo-me apelidado de lagarto no recente jantar no Casino Estoril quando me cumprimentou(por acaso, a minha mulher, apesar de lagarta, apenas é sócia do Belenenses, ficando-me, por vezes, a impressão que quando não se é por determinadas teses somos acusados inutil e falaciosamente, como não há muito aqui sucedeu).
Efectivamente da última vez que privei com o senhor, constatei que ele é tudo menos uma pessoa dada.
Assume-se como pessoa importante e ás tantas é como a minha mãe diz: deitado de cabeça para baixo só deita cotão.
Bem que eu gostava que a minha neta optasse pelo Belenenses, mas da maneira como isto está nem eu tenho coragem de por aquele bébé no sofrimento que o avô e bisavô vão passando ano após ano.
Desculpem este meu desabafo, mas de facto se as coisas continuam como estão, o melhor é traçar-se o ano zero a partir do qual os novos sócios realmente belenenses deixam de existir.
E esse ano, ao contrário dos mais optimistas, até pode estar bem mais perto que todos julgamos.
E a ser assim, há uma responsabilidade do status quo do Clube personificado pelos corpos socais com o beneplácito da douta sapiência do Conselho Geral.
Nesse ano, fica-se a contar o resto dos dias para o termo efectivo do Clube, sem não antes passar pela fase de atletização do Clube, assunto a que voltarei mais tarde.
De facto, a minha neta, tal como muitos miúdos da geração dela e até mais velhinhos, sócia do Clube por responsabilidade directa do avô materno, olham para um Estádio vazio, assistem aos festejos de 4 a 5 clubes, não dão conta que o clube do avô vai a uma prova europeia.
Enquanto a maioria festeja o futebol, nós que alegadamente vivemos sem dinheiro para ter uma equipa de futebol à altura do património desportivo do Clube, lá vamos esbanjando os nossos recursos em mais 26 modalidades.
Por sua vez, os avôs nestas condições têm tremendas dificuldade em fazer impor a tese do belenensismo quando é certo que na família há mais gente e essa gente é de outros clubes que têm o hábito de festejar e exibir orgulhosamente cachecóis e bandeiras. Essas pessoas levam os seus filhos e netos a festejar o futebol, entenda-se.
Nós nem cahecóis e bandeiras já temos.
A minha filha, igualmente sócia do Belenenses e é do Belenenses, já me disse: "Pai, não vou impor o Belenenses à tua neta, deixo-a escolher", adiantando a única situação de excepção: "Mas se eu vir que ela cairá para um clube do Norte, aí atravesso-me".
Avô sofre.
Se é que me faço entender...
Saudações Azuis.



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