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Sócios através do OGE



Pois é, o Desporto na área do Futebol está inquinado, em Portugal, de um forte desequilíbrio tendo em vista o favorecimento de pequenos clubes concelhios e de certos clubes, os quais com base na falsa questão dos custos da insularidade nos levam milhões do erário público.
A questão da insularidade tem trazido, de resto, inúmeros benefícios aos residentes do arquipélagos portugueses, mas não se anota iguais medidas para quem quer lá ir.
Adiante.
Contactos que mantenho no Tribunal de Contas e no vulgarmente chamado Ministério das Obras Públicas, vim a saber que Portugal malbarata cerca de € 10.000.000/ano em despesas fixas nos chamados clubes concelhios, valor este que pode ser ultrapassado para cifras maiores se forem contabilizados os valores adiantados pelas autarquias em obras de infra-estruturas ou de excepcional transcendência, muitos deles valores enquadrados em verbas do PIDDAC.
Situação bem mais grave passa-se no Arquipélago da Madeira, em que os principais clubes de futebol são beneficiados com dinheiros públicos em cerca de € 2.000.000l.
Nos Açores, a situação é menos grave que a da Madeira, mas de relevo.
Ou seja, eu se quiser ser sócio do Belenenses terei de preencher um formulário e pagar quotas de livre vontade.
Ao contrário, nos restantes casos, ilhas e clubes concelhios, e numa percentagem importante do PIB, somos espoliados dos nossos impostos para clubes sem dimensão e sem acrescentar algo de qualitativo ao panorama desportivo do País ou ao tecido produtivo, constituindo-se o comum do cidadão em sócio à força.
No que ao Belenenses diz respeito, os desequilíbrios competitivos que as dotações aos clubes madeirenses são dadas, favorecem um sistemático índice de deslealdade no campeonato, situação a que a Liga ou a Federação pretendem ignorar e o poder político vai fechando os olhos.
Para decifrar estão ainda as verbas que, sob a capa da construção de novos estádios, podem ou não estar ser investidas directa ou indirectamente em alguns clubes da I Liga, os quais de um momento para o outro passaram de situações financeiras difíceis para um aparente desafogo financeiro, como sejam os casos da Académica, Braga ou Leiria.
As dificuldades financeiras porque temos passado, o elogio do equilíbrio financeiro duma direcção do nosso Clube, não são coisas aplicáveis na Madeira ou em certas Autarquias, porque basta os respectivos responsáveis pegarem nas malas vazias e num avião ou num carro e ir ao Ministério das Finanças e fica tudo sanado.
Grave é quando é o próprio Governo que anuncia austeridade por todos os poros, deixa fora da tributação fiscal 40% dos encargos dos clubes com os desportistas, conforme proposta de Lei do OGE de 2006.
Nem sequer se compreendem os mais recentes sinais de endividamento excessivo de alguns clubes locais, habituados que têm estado à lógica do facilitismo na obtenção de fundos.
Endividamento esse que pode conduzir ao simples fecho de muitas das actividades desportivas protagonizadas por esses clubes.
Ontem, o Farense. Hoje, o Vitória de Setúbal e agora a Ovarense.
Até quando?
Assim há batota no Futebol e pior que isso nos meus impostos.
Saudações Azuis.



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