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Ainda um rescaldo



Este é um artigo “da tarde”, não dispensando a leitura do excelente artigo principal, da autoria do companheiro Jorge Braz (logo abaixo).

O Belenenses de Couceiro

Com a última (e bendita) vitória Couceiro finalmente parece ter arranjado – ainda que parcialmente - a "caixa de velocidades". Depois de uma altura em que só parecíamos ter "ponto morto" ou "marcha-atrás", lá se engatou a primeira. Veremos agora como é que o motor desenvolve, ainda estamos numa subida inclinada.


A experiência de Couceiro:
acertou na fórmula?
Parece-me algo prematuro afirmar que Couceiro descobriu alguma "fórmula secreta" que escapava a Carvalhal. Mesmo com tudo o que se disse (e disse eu também) sobre o ex-treinador, poderia ser legítimo pensar que mesmo com aquele a "volta" haveria de vir. A grande diferença está em que Carvalhal aceitou carregar nos ombros o itinerário rumo à Europa (e seguiu em sentido inverso) enquanto Couceiro, muito naturalmente, entrou aliviado desse ónus. Carvalhal, a esta altura, ainda estaria a grande – e polémica - distância do objectivo proposto (como Jaime Pacheco está no Guimarães?). Couceiro, por seu turno, está a cumprir um objectivo imediato, como se pode constatar pelo salto na classificação. Está bem que ainda é pouco, a diferença pontual para os últimos é ainda pequena, mas pode olhar para cima com maior serenidade.

Mas se a grande diferença é aquela, outras, por pequenas que sejam, são de notar. Talvez não se possa falar de um Belenenses "à Couceiro" (até porque não interviu na selecção do plantel), mas observo com curiosidade algumas mudanças. Desde logo a aposta em Ruben Amorim, "sentando" José Pedro no banco. Não é de excluir a intenção de "espicaçar" a concorrência no sector, mais concretamente "espicaçar" Zé pedro, a quem tem reservado 10-15 minutos finais para mostrar progressos (até agora sem grande efeito). O facto é que depois de algumas breves e inconclusivas entradas de Ruben Amorim no Belenenses de Carvalhal, parece agora um jogador mais maduro e, no fundo, bem mais útil.
Outra aposta de notar é a "recuperação" de Rui Ferreira (muito bem contra o Nacional) em detrimento de Sandro Gaúcho, que curiosamente nem foi convocado para o jogo com o Nacional. Isto poderá nada querer dizer (ou poderá?), tanto mais que Couceiro tem de escolher o "6" do banco que melhor entenda como complemento ao 11. Mas o facto é este e Sandro, pelos vistos terá de esperar e trabalhar por melhores dias.
Por outro lado com a entrada de Rui Ferreira, a aposta em Ruben Amorim e a aparente consolidação de Fábio Januário na metade direita, tem estado a caber a Pinheiro a condição de substituição da "praxe", precisamente para render Ruben ou Fábio quando o fôlego de um ou outro já não chega e, dadas as circunstâncias dos últimos dois jogos, quando o treinador pretende alguém que corra a segurar o meio-campo até ao fim do jogo (com sucesso relativo, direi eu, pois com isso tem perdido capacidade de "criação" no meio-campo).

Na defesa pareceu consolidar-se o quarteto Amaral, Rolando, Pelé e Vasco Faísca. Depois de intermitências sobre o rendimento de Amaral e Faísca (que poderiam dar lugar à entrada de Sousa), Couceiro optou por manter o alinhamento. Se relativamente a Faísca o jogo com o Nacional correu de feição ("encaixou" muito bem o adversário frequente), já Amaral esteve mais inconstante e propenso a erros. Sintoma residual da intranquilidade generalizada? É possível que sim… que seja só isso, o Amaral é capaz de mais.
Com a suspensão de Pelé, no entanto, Couceiro vai ter de mexer. O mais natural e esperado é que entre Gaspar para o lugar de Pelé. Bom? Mau? Não sei. O entendimento de Rolando com Pelé já é significativo, resta saber se nos treinos Gaspar se tem integrado bem ou não. Poderá ser mesmo a opção. Caso contrário poderá haver outra solução... a entrada de Faísca para central (não desgostei da vez que o fez) e a entrada de Sousa ou Djurdjevic (preferia) para o lugar de lateral. A ver vamos.

Na frente as novidades de Couceiro não o são propriamente. O Belenenses passou a contar com Meyong e Silas (ainda que não esteja a 100%) em simultâneo, facto que a meu ver faz diferença (e assim se lamentava Carvalhal quando não tinha Silas). Paulo Sérgio, por sua vez, voltou a ter uma noite de parca eficácia. Com a sua ausência forçada em Setúbal torna-se prioridade a recuperação de Ahamada, que por sinal já havia sido "recuperado" – e bem - por Couceiro para o seu lugar natural (a par de Fábio Januário, também andava a ser objecto de "experiências" mal sucedidas com Carvalhal). Caso Ahamada não recupere (e mesmo que o faça, estará em forma?), temos problema naquele lado. O que me leva ao ponto seguinte, que é a inclusão em simultâneo de Romeu e Meyong. É difícil concluir se a estratégia com 2 avançados (os que temos) é preferível. Contra o Nacional e na altura em que foi, resultou. De início e tendo em conta a falta de extremos puros ou próximos disso (como o é precisamente Ahamada), as dúvidas são grandes. À semelhança de Carvalhal poderia tentar Sousa nas costas de Amaral (teoricamente bem, mas na prática assim-assim). Ou então destacar o Fábio para o efeito e chamar mais alguém para o meio (Zé Pedro?). E o Ricardo Araújo, que é feito?

Se por um lado Couceiro pode-se dar ao "luxo" (ou perto disso) de pôr alguns jogadores de lado, uma vez mais as contingências da competição (Paulos Costas e afins) colocam-lhe umas dores de cabeça. E é que certos jogadores não podem mesmo lesionar-se, senão...

Indefectíveis

Pois é, a última vitória proporcionou momentos de grande emoção e alívio aos indefectíveis que se aventuraram nas despidas bancadas do Restelo. Se ainda seria necessário provar (não era, penso eu), ali ficou mais uma demonstração: ainda há gente capaz de gritar "Belém! Belém! Belém!" e de insultar mais o gatuno de preto e amarelo do que os próprios jogadores (eu pelo menos descarreguei à grande). Mas mentalizem-se os dirigentes, jogadores e técnicos de que não basta (ou não serve de todo) censurar os que assobiaram. Que os houve, haverá e serão a maioria enquanto os restantes fôrem minoria. É preciso satisfazer esses restantes, enquanto ainda os há. Assim sendo e apesar da alegria, não gostei lá muito de ver a maioria da equipa virar costas à bancada no fim do último jogo. Salvo raras excepções (como o Marco Aurélio)... Se ainda fosse o pudor de pensar que esta vitória nada foi de especial, que ainda devem mais aos adeptos e ainda não há muito para festejar (tendo em conta os resultados anteriores)... terá sido?
De qualquer das formas em Setúbal e na recepção ao Paços chegam novas oportunidades para promover a união/reconciliação com os adeptos. Com suor e vitórias, desejo.

As jarras

Protestou e bem o nosso Presidente da SAD, embora pegando na deixa de um indivíduo pouco recomendável que por estes dias se passeia para os lados do Colombo. Mas a propósito, também na Luz tínhamos tido motivos para barafustar. Quiçá o Sr. Costa tivesse vindo ao Restelo mais avisado...
Quanto às destemidas e "fortes" palavras (talvez até demasiado, outro vocabulário servia) de Barros Rodrigues e a eventualidade de lhe vir a ser aplicada uma multa, venha ela. Até pode ser o triplo da multa aplicada ao escroque penteadinho dos lados do Colombo que deu o mote (das jarras) e por sinal continua a "papaguear" no mesmo. Porque o triplo de zero é zero…
Ou por ser selada e só para um (no caso do Veiga eram vários) será mais grave?
E... resultados? Poderemos evitar novos "Paulos Costas"?




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