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A Sul do Restelo, para variar



Lá vamos nós a Setúbal, visita cujos números da história são risonhos para o nosso lado: 21 vitórias, 15 empates e 18 derrotas, com 71 golos marcados e 57 sofridos. Dos resultados mais dilatados destacam-se vitórias por 0-5 (1958/59), 0-4 (1955/56), 1-5 (1936/37), 1-4 (1945/46) e 0-3 (1947/48), contrapondo derrotas por 4-0 (1969/70), 4-1 (1975/76) e 3-0 (1993/94). De notar também que a nossa última derrota foi em 1996/1997 (2-0).
Belenenses e Setúbal comungam história antiga e algo mais… para o constatar recomendo a leitura da antevisão da época anterior (de 17/1/2005).
Jogo esse que como sabemos terminou com uma saborosa vitória...

Desde esse dia e agora quais são as diferenças? Bom, Carvalhal saíu e chegou o técnico que precisamente o havia substituído em Setúbal, José Couceiro (será que Rachão e Norton de Matos são os que se seguem? Estou a brincar, obviamente). Para além disso e depois da contratação de Zé Pedro (já cá estava) o Belenenses foi a Setúbal buscar Meyong. Ficámos por aí em termos de contratações em Setúbal, depois de certos rumores que apontavam para uma compra por "grosso". Rumores esses que chegaram a ser desmentidos por Carvalhal, que aproveitou a altura para reiterar o seu respeito e amizade para com os dirigentes e adeptos setubalenses.

Aliás não sei o que se passa, mas também o nosso actual técnico já louvou a "mística" vitoriana enquanto no que à mística Belenense se refere (tal como Carvalhal), saiba-se que temos adeptos difíceis, demasiado exigentes... e poucos. Bem sei que o discurso tem "nuances", mas há coisas que não compreendo. Se em relação a Carvalhal pudémos constatar que as "saudades" deixadas em Setúbal eram bastante peculiares (recordo as faixas da claque setubalense quando foram ao Restelo), em relação a Couceiro a situação parece ser diferente, estranhamente. Depois de ter "abandonado o barco" e rumado ao Futebol Clube do Porto não tive notícia de grandes ressentimentos além-Tejo/riba-Sado. Será que a saída de um técnico para o Belenenses (num processo normal, diga-se) é uma coisa e a saída de outro para o Porto (num processo nada normal, diga-se) é outra totalmente distinta? Se assim é, grande "mística" que por lá abunda. Enfim, não quero com isto fazer alguma crítica aos adeptos vitorianos ou ao Vitória, em quem de facto reconheço méritos e uma mística especial. Mas desculpem lá, que isto de reduzir a Grande Mística do Belenenses (bem maior que a sadina) a meros saudosismos não me encaixa.

Quanto à equipa adversária e a sua prestação... custa-nos a compreender. Num Clube que denota dificuldades financeiras desde há algum tempo (não é de agora) e chega ao ponto de não pagar aos seus atletas (como é isto admissível num clube da divisão maior?), encontram-se numa posição invejável na tabela classificativa. Nós, em contrapartida, temos "contas certinhas" há anos e estamos onde estamos. Ilacções? Para já, ainda a época não chegou a meio. Independentemente do que venha a acontecer ao Setúbal, tenho esperança que o Belenenses consiga recuperar o terreno perdido e, enfim, alcançar uma classificação minimamente satisfatória (bem acima da actual).
Mas mesmo olhando para o Setúbal, o que podemos concluir? Que bons atletas pressionados pelas dificuldades jogam mais? Que se os nossos passassem dificuldades o rendimento seria maior? Que os sadinos têm maior amor à camisola apesar de não receberem? Que a equipa do Setúbal é boa mas ruinosamente cara? Dá pano para mangas. Mas se me permitem, a minha visão é bastante simples. Sem querer meter foice em seara alheia, a situação vivida em Setúbal parece-me que motiva os jogadores... para quererem sair de lá (nalguns casos o mais rapidamente possível). Em suma, são coisas que nem parcialmente gostaria de ver no Belenenses. No entanto o facto é este: sujeitos a uma situação muitas vezes pior do que a se viveu recentemente no Belenenses, os setubalenses não sucumbiram a nenhuma "pressão psicológica" e reponderam com vitórias. Mas por aqui fico. E porquê? Porque agora – finalmente - ganhámos ao Nacional com raiva e empenho. Porque visivelmente do campo à bancada (passando pelo banco) sentiu-se a união de jogadores e adeptos, num acto de inconformismo e revolta coroado com a algeria de vencer. Como já bem se referiu (nomeadamente no Belém Integral, que recomendo uma vez mais), a mística do Belenenses mostrou vida de novo. Ela existe, caro Couceiro... eu vi-a, ouvi-a e, felizmente, participei... E isto (ainda) não é nada.

Resta ver como se apresenta o 11 titular considerando as ausências de Pélé e Paulo Sérgio (sobretudo do primeiro)...

Vamos rapazes, vamos Belenenses, nós cá estamos para gritar vitória! Sempre!



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