Vamos lá contar histórias

Esta minha nova profissão de avô obrigou-me a requintar o que se deve ou não contar ás crianças, por forma a que elas não façam maldades ou digam coisas feias.
Mas os tempos modernos não me permitem evitar que as crianças saibam já mais que os avôs e então lá vai disto.
Era uma vez dois amigos que tinham em comum terem a mania de que haviam de gostar sempre um do outro.
Cada qual, ao seu jeito, presenteia o outro quando vai à casa dele.
Não interessa se são brinquedos, flores ou outras coisas a fazer morrer de inveja qualquer Toys'RUs.
O que interessa é que o amigo que se recebe se sinta plenamente satisfeito.
Por vezes, existem ocasiões em, que é preciso o amigo fazer valer a sua condição de "amigo preferencial", não só na troca de cromos, como também, se for necessário, na ajuda a conseguirem-se objectivos.
Os amigos são para as ocasiões, tanto mais se o outro puxar dos seus galões e fizer ver que é para bem dele, há que dar tudo ao amigo, embora se faça aí algo meio contrariado.
Os amigos não devem nunca duvidar um do outro e acreditar sempre que se ele é amigo, sê-lo-á sempre.
Quase como irmãos de sangue.
De tal forma que os inimigos dos amigos são sempre os "outros" e nunca o "amigo". Este estará sempre acima de qualquer um dos tais outros.
E como tal, até pode ser que se um dos amigos ajudar à obtenção de objectivos possa receber, em troca, algumas benesses, não no imediato, mas quem sabe, um dia mais tarde.
Pode, até, oferecer cromos.
Por muito que nós não queiramos, os laços que unem esses amigos tipo irmãos de sangue são inquebráveis, funcionando como autêntica sociedade secreta a fazer inveja a qualquer loja maçónica, excepto quando, por vezes, surge algum respresentante de um dos amigos e manda o outro à fava e aí é um cabo dos trabalhos, como parece ter ocorrido vai para algum tempo, quando um dos amigos quis, também esse, ser igual ao outro.
Porque nestas coisas de amigos, há um que é sempre mais amigo que o outro.
Ah! É verdade, isto é apenas uma história e nada mais daqui se pode retirar que não seja uma história de 2 bons amigos.
Qualquer semelhança com a realidade é pura ficção, tal como as histórias.