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O nosso campeão Quaresma



Temos, ainda, a sorte de ter o campeão Quaresma entre os vivos.

Jogador este que perfez a bonita idade de 90 anos, conta esta muito semelhante á do meu pai.

Curioso entre os dois, o facto de se terem encontrado em Elvas quando lá vencemos em Elvas por 2-1, sendo que Quaresma era jogador e o meu pai um sócio assistente ao jogo do título.
Interrogo-me se este homem podia ou não estar no Restelo a ensinar as vivências dele dos tempos dos anos 40, em que ele e a equipa maravilha nos deu o título nacional de 1945/46.
Seria de certeza uma mais-valia para elevar não só a autostima dos jogadores, mas conferir-lhes uma maior dose de responsabilidades ao vestir a camisola do emblema da Cruz de Cristo ao peito.

Seria decerto uma figura, caso a saúde assim o permita, transmitir a mística belenense aos jogadores e associados vindouros.
Aqui está ele, na sua residência no "Ninho dos Quatro", ali para os lados do Barreiro, exibindo a sua primeira camisola de internacional por Portugal, sendo visível as fotos da equipa campeã nacional na parede.
Ficamos também a saber que ele é detentor de um espólio importante dos tempos em que jogou quer no Belenenses, quer pela selcção nacional.
E diz:
"Tínhamos belíssimos jogadores, tal como o Benfica e Sporting, mas naquele ano não nos conseguiram bater".
E demonstra uma grande saudade por aqueles tempos, salientando que hoje em dia o futebol é "todo aos encontrões e pontapé para a frente, marcam um golito e depois metem-se na retranca, quando no meu tempo queríamos era jogar e marcar muitos golos, queríamos espectáculo".
Que diferenças.
Recordemos um excerto da imprensa de então:
"1946


Arrebatante a tradição - ou a vertigem – dos «quinze minutos à Belenenses»,
marcada, como em desafio à glória, por toques especiais de apitos e cornetins, entre os seus adeptos.

No último quarto de hora viravam-se resultados, conquistava-se ouro, no ardor épico da galhardia de pensar que tudo era possível. E era. Foi assim no jogo que tudo
decidia, contra o Sport Elvas e Benfica, na última jornada do Campeonato
Nacional de Futebol da I Divisão.

Ao intervalo, os elvenses venciam por 1-0, resultado que servia ao Benfica, ainda a viver a euforia de uma vitória histórica sobre o Sporting, por 7-2! À passagem dos 75 minutos, o Belenenses empatou, por Quaresma, que despertava de madrugada e ainda noite feita apanhava o cacilheiro para poder estar nas Salésias à hora do treino, trabalhando, depois, como, afinal, todos os outros, o resto do dia, como electricista. Cinco minutos depois, através de Rafael, o golo que valeu o título. E a festa toda de azul e oiro - de sangue, suor e lágrimas
."

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