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Hugo Leal de Cruz de Cristo ao peito - um jogador ambicioso



'A minha carreira precisa de grandes projectos, grandes ambições e grandes treinadores. Assinei tendo em vista o projecto e a ambição deste clube. Vim com toda a vontade do mundo para relançar a minha carreira, pois tenho algo em comum com este clube: gosto de ganhar e vim para aqui para o fazer'.

Foi com estas palavras, e entre muitos aplausos, que Hugo Leal abriu as portas a um novo desafio na sua carreira: representar o Sp. Braga, de forma a relançar a sua carreira, até aqui marcada pela intermitência, depois de um início extraordinariamente promissor.

Quando, no Verão de 99, com apenas 19 anos, e já titular do Benfica, optou pela rescisão unilateral do contrato que o ligava aos 'encarnados' até 2003, Hugo Leal conheceu a abrupta passagem de 'novo ídolo' a 'ingrato', independentemente da sua saída em ruptura com Vale e Azevedo, que o pretendia colocar, por 1,7 milhões de contos, na Juventus. Jorge Mendes, o seu empresário, que ficaria de fora desse negócio, colocou o jogador no Atlético Madrid, com um contrato de 8 anos, um salário chorudo (cerca de 40 mil contos/mês) e uma cláusula de rescisão na ordem dos 4,8 milhões de contos.

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A sua primeira época em Madrid ficou marcada pelo inêxito, pessoal e do clube, que viria a cair na 2ªdivisão, apesar de possuir um dos planteis mais caros do campeonato espanhol. Em Janeiro de 2000, insatisfeito pela sua pouca utilização, falava, pela primeira vez, no desejo de regressar ao Benfica, que acabaria por ganhar consistência, meses mais tardes, quando surgiu como 'arma eleitoral' de Manuel Vilarinho. O regresso à Luz, no entanto, nunca viria a concretizar-se, e Hugo Leal, que fora insultado por Gil y Gil, no jogo que ditara a descida em 1999/00, acabou por realizar uma boa temporada na 2ªdivisão espanhola: 4 golos, em 36 jogos, ainda assim insuficientes para garantir a promoção ao escalão principal. A sua boa época, aliada à presença regular na selecção sub-21, fez com que não perdesse 'mercado': chegou a falar-se num eventual ingresso no FC Porto, mas, de concreto, recebeu propostas de Itália (Juventus, Fiorentina), Inglaterra (Fulham) e França (PSG).

Em Julho de 2001, acabaria por ser apresentado como novo reforço do Paris Saint Germain, que pagou cerca de 2 milhões de contos pela sua aquisição, oferecendo-lhe um salário na ordem dos 30 mil contos/mês, para um contrato de quatro anos. A aposta francesa explicou-a com base na aposta pessoal de Luis Fernandez, na altura técnico do clube, que lhe permitiria jogar com regularidade, a pensar no Mundial 2002, mas também pela hipótese, que não se viria a concretizar, de jogar na Liga dos Campeões.

Apesar de actuar com alguma regularidade, Hugo Leal só a espaços conseguiu mostrar o seu futebol, e, numa fase em que evidenciava um crescendo de forma, acabou por se lesionar com gravidade no joelho esquerdo, depois de romper o ligamento lateral externo. Essa lesão afastou-o dos últimos meses da temporada 2001/02, como também do sonho, na altura já bastante ténue, de marcar presença no Mundial da Coreia-Japão. Depois de uma boa recuperação, iniciou a época 2002/03 ao lado dos seus colegas, e com expectativas elevadas. Novas lesões, ainda que de menos gravidade, e as próprias opções de Fernandez acabaram por o afastar da equipa, com o jogador a falar, em Dezembro de 2002, no seu desejo de regressar à Luz.

Depois de nova época decepcionante - 18 jogos, 0 golos - viu Halilhodzic, novo técnico do clube, colocá-lo na 'lista negra' de jogadores com os quais não contava. Contudo, e apesar do interesse do Marítimo na sua aquisição, optou por continuar e aguardar por uma oportunidade, que demorou imenso a aparecer, com passagens pela formação B pelo meio. Em Dezembro de 2003, o seu nome voltou a constar numa lista de dispensas, e apesar do interesse forte do Sp. Braga no seu concurso, o elevado salário que auferia acabou por impedir que se tornasse em reforço de Inverno dos bracarenses, como era seu desejo, já que mantinha uma esperança de fazer ainda parte das opções para o Euro 2004. Em Paris, pouco mais jogou - 14 jogos pela equipa principal ao longo da época - e acabou por voltar a ser colocado na formação B, depois de ter chegado atrasado a um treino.

Novamente dispensado no Verão de 2004, acabou por acertar a desvinculação definitiva do emblema francês no início de Agosto, sendo apresentado, dias depois, como novo reforço do FC Porto. Assinou um contrato válido por quatro temporadas, mas, sobretudo pela condição física deficiente que tardava em recuperar, acabou por nunca se conseguir impor em continuidade.

Sem surpresas, integrou o grupo de jogadores a emprestar em Janeiro, rumando à Académica, onde se reencontrou com Nelo Vingada e com a alegria de jogar com continuidade. E, mesmo sem ter deslumbrado, já que acusou sempre algum défice de capacidade física, acabou por ser uma peça importante na recuperação na tabela classificativa da formação de Coimbra. Apesar do seu nome ter chegado a ser apontado como integrante da lista de jogadores que fariam a pré-época do FC Porto em 2005/06, no início de Julho foi anunciado que rescindira o contrato com os 'dragões' por mútuo acordo, abdicando dos restantes três anos de ligação ao clube.

Uma nova incursão pelo exterior chegou a ser aventada pelo próprio jogador, que, também desejado pela Académica, acabou por rumar ao Sp. Braga, onde se reencontrará com Jesualdo Ferreira, que o orientou na selecção sub-21. Uma espécie de tudo ou nada para Hugo Leal, que terá pela frente, ao que tudo indica, a dificil tarefa de fazer esquecer João Alves.

Fonte Terceiro Anel

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