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Um risco a lápis no projecto azul



De Sábado, dia 19 de Dezembro de 1999, vale a pena recuperar as responsabilidades da autarquia lisboeta pela descapitalição humana e finaceira do Belenenses. Recordemos:

A GARANTIA dada pelo presidente da Câmara de Lisboa, João Soares, em entrevista ao "Expresso", de que o Estádio do Restelo não será demolido para dar lugar a um projecto imobiliário e desportivo deixou duas espécies de dúvida. Qual a diferença de personalidade jurídica e direitos entre Belenenses e Sporting? E que alternativas têm os dirigentes políticos e desportivos para resolver os problemas da dimensão, custos e manutenção de estádios como o do Restelo?

A vertente imobiliária associada ao desporto tornou-se aliciante para os investidores, como se verifica no caso do Belenenses, através da concorrência que geraram os projectos do actual presidente do clube, Ramos Lopes, do seu antecessor José António Matias e do pré-candidato José Farinha. Sobretudo em zonas como a do Restelo, onde o metro quadrado vale fortunas, e a qualidade rodoviária, urbanística e de saneamento é inquestionável.

Contudo, neste e noutros casos, a questão deve ser avaliada em termos de audiências aos jogos, tempo de permanência da equipa na I Liga, passivo, fluxos financeiros no futebol e nas outras modalidades, e profissionalismo da gestão. Sem estas componentes é inútil observar dificuldades e o potencial económico de um clube situado, como o Belenenses, numa zona nobre da cidade. Por isso, as declarações de João Soares soam deslocadas e precipitadas, tendo em conta a exigência de mudança inevitável e profunda nas infra-estruturas do futebol.

A pertinência e o valor do projecto do Belenenses não foram postos em causa. E nas palavras de João Soares à última edição do "Expresso"/Revista percebe-se uma facilidade maior em falar neste clube e no seu estádio do que no equivalente dos dois "grandes" de Lisboa. Ficaram por discutir as vantagens e prejuízos do projecto azul, e ficou traçado a lápis de um modo irreversível a demolição do Estádio do Restelo. Ramos Lopes ficou com mais obrigações de explicar o seu projecto a João Soares, aos sócios e adeptos do Belenenses, e ao país desportivo

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