Matateu doa espólio ao «seu» Belenenses

Do pasquim-mor, corria o mês de janeiro de 2000, pela pena de Carlos Arsénio, vale a pena recordar um dos últimos gestos de Mataeu para com o seu Belenenses:
Desde há algumas semanas internado num hospital de Vancouver, no Canadá, Lucas da Fonseca, o Matateu do futebol, continua a ser submetido a intensos tratamentos, tendo em vista minorar o mal que o apoquenta e, nos últimos dias, os médicos têm manifestado a sua surpresa pela forma como o antigo terror dos guarda-redes tem reagido.
Depois da visita de sua filha, Argentina, que, entretanto, acaba de regressar a Portugal, enquanto, por sua vez, seu irmão, Vicente Lucas, se manterá no Canadá até ao próximo sábado, o estado de espírito de Matateu evoluiu de forma satisfatória, com o antigo goleador do clube da Cruz de Cristo a não esconder a sua grande satisfação pela forma como o clube do seu coração, o Belenenses, o tem acompanhado nesta hora difícil da sua vida, quer custeando as deslocações de sua filha e de seu irmão de Lisboa até ao Canadá quer, ainda, pela solicitude exibida por alguns responsáveis dos azuis do Restelo, desde o presidente Ramos Lopes até ao director desportivo, José António, que telefonicamente têm mantido intenso contacto com o hospital do Canadá onde Matateu se encontra internado.

Daí que o Lucas da Fonseca, pretenda, de uma maneira deveras significativa, retribuir a forma como o Belenenses o tem acompanhado nos últimos tempos, dispondo-se a doar todo o seu espólio desportivo -- camisolas, medalhas e outros troféus de grande importância -- ao clube da Cruz de Cristo, desejo esse que terá já comunicado a Vicente Lucas, também ele uma legenda não só dos azuis do Restelo como, até, do próprio futebol português, quer pelas suas actuações no Mundial de 1966 ao serviço da selecção nacional quer, ainda, pela forma correcta como protagonizou uma carreira deveras exemplar.

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