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Um pontapé na crise




Vamos ver se a vitória de ontem terá tido ou não o condão de despertar todos aqueles jogadores, uma vez que só já faltam 6 jogos para o termo deste malfadado campeonato, sendo certo que pouco de bom poderemos lembrar dele, independemente do desfecho do mesmo.

As cerca de 7.000 pessoas que foram ao Restelo terão por dado bem empregue o tempo que lá passaram nos primeiros 45 minutos, porque a segunda parte foi o mais do mesmo.

7.000 pessoas que lá foram à borla, coisa que já vai sendo hábito em finais de todos os campeonatos, seja para não descer, seja para ir à Europa.

Agora, teremos de rezar para que o muito criticado Manuel da Mula vá ganhar a Trofa para que nós tenhamos dado um bom pontapé na crise.

E já agora, se aqueles jogadores tiverem um dedo de testa, saberão que se fizermos 2 vitórias consecutivas quase que podemos garantir a permanênmcia da I Liga e é bom não deixarmos as coisas para a última jornada, na qual penso emigrar.

E como não tenho capacidade de inventar, porque não vi o jogo, os únicos reparos que se me oferecem dizer são os seguintes:
1. que é que andámos a fazer durante os restantes 78 minutos, logo a sguir ao 2ºgolo?
2. Não saberia o treinador que tendo perdido em Setúbal por 2-0, era conveniente ganhar por 3 para minimizar situações de igualdade pontual?
3. Porque é que estando o Vitória reduzido a 10 unidades ainda sofremos um golo, ao invés de marcar o 3º?

O Belenenses deu um pontapé na crise ao bater o V. Setúbal (2-1), tirando máximo proveito da estratégia arrojada de Jaime Pacheco para chegar à quarta vitória da temporada, por sinal, a primeira da segunda volta. Um triunfo assente na aposta em três avançados, numa espécie de tudo-ou-nada, que acabou por correr bem para o lado dos «azuis» que, como se lia numa faixa nas bancadas, continua a acreditar na manutenção. O Vitória tentou reagir, mas não conseguir esconder as extremas limitações do seu ataque que, esta semana, ficou órfão de Mateus.

Jaime Pacheco surpreendeu ao apostar num onze de cariz bem ofensivo, com Saulo, Marcelo e Roncatto bem adiantados no terreno, reforçando a dose de responsabilidade sobre os ombros de Silas e Zé Pedro, com Diakité mais recuado, encarregados de estabelecer a ligação com o ataque e segurar as pontas. Carlos Cardoso, sem poder contar com Mateus, que rescindiu durante a semana, apostou num esquema mais conservador, colocando Ricardo Chaves e Hugo à frente da defesa, e um trio no apoio ao desamparado Laionel.

A estratégia azul era simples e elementar: não perder tempo a trocar a bola no meio-campo e optar por longos lançamentos para o trio de avançados. E não foi preciso esperar muito para colher os primeiros dividendos. Silas a abriu na esquerda para Zé Pedro que cruzou para o coração da área. Marcelo saltou nas alturas com Kieszek que afastou a bola com os punhos para os pés de Saulo que, sem ninguém pela frente, atirou a contar. O Vitória tentou reagir de pronto e o jogo ganhou velocidade, mas com Bruno Gama sobre a esquerda e Laionel no lado contrário, não sobrava ninguém para finalizar. Num lance de bola parada, o Belenenses apanhou a defesa sadina a dormir e Saulo, ao segundo remate, fez o seu segundo golo, agora de cabeça.

O Vitória tentou reagir, explorando bem as alas, mas continuava a faltar uma referência na área. Carlos Cardoso procurou corrigir essa lacuna, lançando Joeano para a frente em detrimento de Elias, com Bruno Gama e Laionel a assumirem o papel de extremos que já estavam a desempenhar. Mas foi o Belenenses que voltou a entrar melhor na segunda parte e Marcelo chegou a ter o 3-0 nos pés a passe de Mano. Cardoso continuou a fazer experiências no ataque, trocando o esforçado Laionel por Leandro Branco, mas o novo avançado esteve apenas três minutos em campo, recebendo ordem de expulsão depois de entrada dura sobre Tininho.

Foi o golpe de misericórdia sobre o Vitória e uma almofada de tranquilidade para o Belenenses que se limitou a gerir o resultado até final. A apatia dos azuis nos últimos instantes ia-lhes saindo cara, uma vez que o Vitória ainda reduziu, na sequência de um erro crasso de Júlio César. Apesar de tudo, equipa do Restelo consegue, assim, um precioso triunfo, o primeiro desde Janeiro, que lhe permite colocar a cabeça fora da linha de água, deixando o Rio Ave para trás e ultrapassando o Trofense que só joga na segunda-feira, em casa, com o Nacional.

Destaques no Belenenses:

Saulo

Dois remates, dois golos a abrir o jogo e a oferecer consistência à arrojada estratégia de Pacheco. Dos três avançados que iniciaram o jogo, Saulo foi sempre o mais móvel, colaborando nas acções defensivas, na circulação de bola a meio-campo e, mesmo assim, foi o que mais se destacou na área, com os referidos dois golos.

Jogo de enorme responsabilidade para os experientes jogadores do Belém que ficaram encarregues de controlar e gerir um meio-campo muito debilitado que contou apenas com mais Diakité, mais entregue a tarefas defensivas. Tudo assentava na capacidade destes dois jogadores saberem gerir os tempos, a posse de bola e fazer as muitas compensações para manter a equipa unida. Nunca falharam, daí o sucesso da estratégia que Pacheco desenhou para esta partida.

Silas e Zé Pedro
Mano
Mais um bom jogo do jovem médio, esta tarde, adaptado ao lado direito da defesa. Deu poucos espaços a Bruno Gama e, sempre que pôde, subiu no terreno para reforçar o meio-campo. Destaque ainda para, já na segunda parte, uma assistência perfeita que Marcelo não conseguiu transformar em golo.


Declarações

Saulo:
Vitória muito importante, nunca duvidámos do nosso valor, sempre acreditámos, estava só faltando os resultados. Lutámos e esta vitória mostra que o clube tem qualidade. Agora temos de pensar jogo a jogo. Quero agradecer a todos que nos apoiaram e acreditaram em nós. Agora temos de pensar no próximo jogo, temos de pensar jogo a jogo. Todos os jogos entramos com o mesmo espírito, sabendo que a responsabilidade que cada jogo tem. Como o mister disse, cada jogo vai ser uma final e esta foi superada.
Salários em atraso: «Portugal, como os outros países, estão a passar por dificuldades, e é importante não pensarmos nisso, mas sim nos resultados. A direcção ficou de rever a situação esta semana, agora estamos felizes com a vitória, vamos pensar positivo.

Jaime Pacheco:
Sentimos que demos um pequeno passo, mas temos consciência que este passo só terá validade se conseguirmos dar continuidade nos próximos jogos. Temos noção das responsabilidades que vamos ter até final. Sabemos que vai ser difícil, mas sou uma pessoa com fé, acredito em quem está connosco. Quem tiver fé e nos quiser acompanhar, é bem-vindo, pode ser que a partir daqui reforçamos a nossa confiança.

Arbitragem: Prefiro não falar dos árbitros. Acho que fomos superiores, entrámos bem no jogo, mas depois de ficarmos em superioridade numérica podíamos ter sido mais humildes e fazer um jogo mais seguro e tranquilo. Era importante manter a vantagem, mas sofremos um golo nos últimos minutos. Não me pareceu que tenhamos beneficiado da arbitragem.

Sobre o silêncio antes do jogo: Às vezes é melhor falarmos menos e ter consciência que só com trabalho é que as coisas podem mudar. Temos de nos concentrar naquilo que é o nosso trabalho. Só falei hoje porque sou obrigado.


Nota: Suporte de imagens cedidas pelo João Pela.

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