Uma entrevista de Fernando Veiga Gomes

Ontem, tive oportunidade de ler uma entrevista do Fernando Veiga Gomes ao jornal Record sobre a actualidade do nosso Clube.

Como ponto prévio ele salientou a sua actual indisponibilidade para o exercício de uma candidatura ao serviço do Belenenses por uma doença, que eu já sabia existir, da parte da sua esposa e o signatário bem sabe ou imagina o que ele deve estar a passar e por tal facto transmiti-lhe a minha solidariedade pessoal, coisa que aqui reitero.

E é pena que no quadro actual das candidaturas que estão no terreno, o Belenenses, não possa contar com os seus serviços, porque afinal, ter tido cerca de 27% dos votos em confronto com o Cabral Ferreira dão-lhe um capital importante em futuras eleições. Naquela altura, Cabral Ferreira era imbatível, assim como seria um qualquer candidato que tivesse uma forte cultura desportiva, que não financeira ou de outro qualquer cariz acessório e inútil.

Como todos sabem, já aqui tive situações que me fizeram divergir dele, muito embora nas poucas vezes que tivemos oportunidade de falar concluimos, ele e eu, que afinal o que ambos queremos para o Belenenses é basicamente muito semelhante.

E em síntese, o que ele e eu queremos para o Belenenses não se aproxima, nem de perto, nem de longe, com os tempos que temos passado no Clube. Alguém meteu na cabeça afundar o Clube e nada mais revoltante para quem sofre com o Belenenses que asssitirmos a esass situações como se de inevitabilidades se tratassem.

De tal sorte que ao ler a entrevista dele ao Record me dei conta que em certas passagens, bem podia ser eu falar.

Não comprei o jornal, li o do café da esquina, pelo que deixo aqui, para quem não leu, as idéias bases:
1. basquetebol devia ter acabado antes da época ter tido o seu início;
2. modalidadea amadoras, pois bem desenrasquem-se e arranjem forma de se autosustentarem;
3. SAD e a abertura ao capital privado: sim, condicionado a venda de participação a accionistas interessantes e não accionistas que a nivelem por baixo, considerando a venda ao Kabuscorp ou ao dono daquilo, nme sei bem,dos 9% pelo valor de € 450.000 um perfeito disparate e um nivelamento por baixo do valor da SAD;
4. afirma não acreditar na descida de divisão, mas pelo que li, está como eu, ou seja, não veicular o que se sente, porque dá para perceber que uma coisa é dizer não acreditar e outra coisa é temer o pior e isso não disse;
5. afirma ter sido convidado por ambas as listas colocadas a concurso, sem, no entanto, ter dado qualquer indicação de voto, mas dá para perceber o que ele não quer que aconteça ao Belenenses;
6. considera, tal como eu, que o orçamento da nosas SAD dava, nas calmas, por lutar por uma prova europeia, sendo certo que há clubes/SAD's que têm orçamentos de 1,5 milhões de euros e estão bem à nossa frente, e
7. defende uma SAD com uma estrutura profissional lamentando que se tenham perdido tantos anos sobre a sua criação - 2000, e até hoje, salvo raros momentos, a estrutura da SAD está por preencher.

Aora, digo eu que tais clubes estão à nossa frente justamente porque têm, no mínimo, alguém que acompanha a equipa de futebol não só diariamente, mas em todos os quesitos necessários para a prossecução de um objectivo e não é muito difícil haver nesses clubes/SAD's alguém disposto a isso, desde que sacrifique algo do seu tempo pessoal.

No fundo, é tudo uma questão de bom senso e atribuir à SAD de uma ferramenta indispensável para o seu bom funcionamento, para que não fiquemos à mercê das vontades de momento de cada treinador.

O que, por exemplo, sucedeu com a nossa equipa na deslocação a Coimbra consistiu no total abandono da equipa por quem devia acompanhar, desde dirigentes a técnicos. Deram todos de frosques na hora do regresso ao Restelo.

O que sucedeu, por exemplo, com o impensável desconhecimento dos regulamentos da Taça da Liga.

Tendo-se seguido verdadeiros disparates como sejam o de pré-anunciar acções judiciais contra o CJ da FPF e contra o Trofense. Os sócios, naturalmente, continuam à espera que se concretizem tais acções, mas, lá está, mais umas pinoquices.