Que Vergonha: treina-se como se joga e joga-se como se treina

Deixei a Nicole Kidman de lado e o seu esplêndido filme "De Olhos Bem Fechados", porque afinal ainda sou tótó e ainda acreditava num assomo de dignidade daquela malta.

Em suma, ainda acreditava que, por ser matematicamente possível fazer 9 pontos, lá nos mantinhamos com pleno direito num lugar na I liga da próxima época.

E, pronto, desfiz a tenda e é melhor todos nós desfazermos a tenda e começar a meter a jogar a equipa júnior, por forma a aproveitarem-se estes dois jogos que faltam para uma aferição rigorosa do seu cabal desempenho em campo, por forma a que a futura equipa técnica possa ver em alguns deles potenciais reforços da equipa que vai disputar a sempre dura e difícil Liga Vitalis, sendo certo que no estado em que deixaram a equipa, muito dificilmente subiremos no primeiro ano após a descida.

Confesso que durante o jogo ia ouvindo mais que ía vendo. Ouvia a minha mulher estupefacta, ela que é lagarta, mas não deixa de sentir nem sei bem o quê pelo Belenenses, e estática a cada golo do Braga e a cada facilidade defensiva, olhando de forma circunspecta para mim, de forma interrogativa, como que dizendo: melhor ficar calada. E ía ouvindo os pesarosos comentários da SportTv, desta feita quase tentando evitar comentar objectivamente fosse o que fosse, não caindo na fácil tentação de adjectivar com todos os péssimos qualificativos aquela espécie de "equipa" de futebol, aquela "amostra de treinador e aquela SAD-faz-de-conta, onde o seu máximo responsável, num jogo destes fez o favor de, mais uma vez, não marcar presença.

Uma frase me ficou no ouvido e foi dita pelo Carlos Manuel, ele que já tem sido treinador e foi igualmente um excelente jogador de futebol: "Treina-se como se joga e joga-se como se treina". Portanto a frase que inspira o título deste post não é minha e é, talvez, uma frase muito em uso no meio futebolístico. Frase esta que qaulifica a qualidade de treino de Jaime Pacheco, onde a minha condição de leigo não conesegue vislumbra mais que a sua condição de treinador do Boavista tout court, mas com as costas quentes do seu major, porque há coisas que são ditas em razão certa e directa do conhecimento das capacidades de treino de cada treinador.

Tanta coisa tosca, tanta coisa má, tanta falta de pernas, tanta falta de meio-campo, a bola era quase quadrada para nós e redonda para eles, tantas bolas a despachar para o gurda-redes adversário, tantos golos fáceis e tantos quase-golos a condizer. Foram 5, mas se o Braga não tirasse o pé do acelerador aquilo dobrava, tal era o estado acótico e remendado (onde é que já li isto?) daqueles onze que estavam em campo.

E a grande gaita é que eu tenho consciência que eles são capazes de fazerem mais e melhor, desde que devidamente orientados.

Caramba, e no fim, o pesaroso Jorge Jesus com notórias dificuldade em falar, sem qualquer exibicionismo de uma vitória clamorosa que só não atingiu outros números por mero acaso.

Imaginemos que o Braga teria podido jogar com Meyong e Renteria juntos com a opção de Linz...

Eu que aqui ontem pedia a imediata saída dos homens do Bessa, interrogo-me se vale a pena darmos a Pacheco a faculdade de terminar a época sentado no banco.

Eantreguem a equipa à dupla Tuck e Rui Jorge e já chegamn de experiências, do tira-e-póe e do põe-e-tira, da falta de coordenaçaõ do meio-campo, da falta de pernas dos defesas, da falta de pernas dos avançados, enfim...da falta de chá.

Ontem dormi mal, por efeitos de um jantar pesado e hoje não irei dormir descansado, direi enervado, com tanta asneira verificada no Belenenses, neste estúpido prolongar de eleições, num hara-kiri perfeito que nem Maquiavel, Kafka e quejandos juntos fariam melhor.

Que trisetza...que vergonha...que falta de sentido de estar na Vida, ela que é tão curta...que falta de profissionalismo, numa época em qeu o posto de trabalho é um bem escasso.

Sinceramente, isto está como a descida do tempo do Ramos Lopes. E nunca mais começamos a aprender com os erros do passado, os quais, tal como as taças, fazem parte do nosso património histórico