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Servir ou servir-se do Belenenses, eis a questão



Notas Prévias:

Joaquim Rita é em conjunto com alguns outros jornalistas, quase todos eles com origem na escola do jornal A Bola, embora se aceite a sua tendência para o lampionismo, ainda por lá se vai verificando algum apego ao Belenenses, quer nos que lá permanecem, quer nos que procuraram outras oportunidades de trabalho.

Joaquim Rita vai tecendo comentários sobre o futebol português no site da RTP e desta feita, lá fomos, uma vez mais, contemplados com uma análise da forma trágica como a época passada foi traçada pelo fugitivo-mor.

Esquece Joaquim Rita que as responsabilidades dos fugitivos tiveram sequência na asneira da designação da então comissão de gestão, que até poderia ter feito bom trabalho, se não se desse o caso de lá ter o João Barbosa que ajudou a enterrar o que ainda faltava enterrar.

Foram ordenados em atraso no futebol (dizem que também em mais alguns lados), foram pequenas e rídiculas dívidas que condicionaram esta época, nomeadamente a decisão federativa de nos impedir de inscrever jogadores, por dívidas ao Frielas e Almada.

Foi agora a dívida ao Casa Pai pelos direitos de formação um do avançado que mais brilhou nos juniores: o Tiago Almeida.

Enfim, o Joaquim Rita saberá ele e, talvez, os associados do Clube se esta Direcçao expuser aos sócios o estado em que encontrou as contas e a responsabilidade de cada acto.

Não é aceitável que esta Direcção acarrete com responsabilidades que não são suas e que, pelo menos, por uma vez, os associados sejam chamados a sugerir à Direcção que medidads devem ser tomadas em relação a quem mais se serviu do Belenenses, ao invés de o ter servido, sem o menor interesse pessoal, já que para todos nós ficou claro que a comissão de gestão deixou de gerir coisa alguma no dia em que entendeu candidatar-se ás eleições do Clube.

Deixo-vos, agora, com o texto do Joaquim Rita, onde fomos abfejados pelo oportunismo, interesse e vaidade pessoal do Fugitivo-Mor na classe do dirigismo desportivo.

No gigantesco edifício do futebol, há um piso cuja visibilidade é muitas vezes afectada por sombras estranhas, de onde a claridade de procedimentos se escapa com inquietante frequência, suscitando dúvidas entre quem, do exterior, procura encontrar razões para a ausência de luminosidade nessa zona tão rigorosamente definida. É o espaço ocupado por alguns dirigentes.

Com efeito, o que leva tanta gente a dedicar-se ao dirigismo desportivo, muitos em regime de amadorismo mais ou menos sacerdotal, sacrificando as actividades profissionais, para lá dos embaraços familiares que, alegadamente, também surgem? Sem ser exaustivo na pesquisa, defino cinco razões para a chegada dessa gente à órbita do futebol:

- para servirem o clube - DEVOÇÃO;

- para se servirem do clube - INTERESSE;

- para engordarem o ego - VAIDADE;

- para saborearem algo apetecido - NOVIDADE;

- para... nada - INCONSCIÊNCIA.

É indiscutível que o parque dirigente é hoje bem mais arejado do que há anos atrás. Desses tempos, porventura heróicos para alguns, onde sobravam xitos, partilha de lugares em Associações, Federação e Arbitragem e resmas de outras manigâncias, poucos restam. Felizmente, foram surgindo outras aquisições como Carlos Oliveira (Leixões), Fernando Sequeira (Paços de Ferreira) ou Paulo de Carvalho (ex-presidente do Rio Ave) - e só refiro dirigentes de clubes de segunda linha - que trouxeram traços profundos de seriedade e uma inovadora imagem de verdade à prova de bala. Não os conheço pessoalmente, nunca com eles troquei uma só palavra, tudo o que sei deles resulta do acompanhamento que faço das respectivas actuações à frente dos emblemas que defendem ou defenderam, mas sentir-me-ia à vontade para com eles celebrar um qualquer compromisso a «troco» de um simples aperto de mão. Falo de gente que valoriza o futebol.

...Mas também há quem tenha passado pelo dirigismo do futebol «de foguetão», como sucedeu com o ex-presidente do Belenenses, Fernando Sequeira, o grande mentor da época desvairada feita pelo clube do Restelo e que, como se sabe, acabou por ser «salva» por decisão administrativa. Perante a desajeitada «obra» realizada em escassos meses, creio que faltava ao ex-presidente do Belenenses sensibilidade e conhecimento vivencial que o tivesse impedido da contratação de «toneladas» de jogadores brasileiros, a maioria dos quais impróprios para disputarem as nossas competições profissionais. Mas, soube-se agora, a «coroa de glória» de Fernando Sequeira terá sido a decisão de, na véspera de «bater com a porta» do Restelo, ter duplicado o vencimento do avançado João Paulo Oliveira (apenas sete vezes titular em época e meia com a camisola da Cruz de Cristo). Não se tratou da prorrogação do vínculo (Barcelona, Inter, Manchester United ou Real Madrid poderiam cobiça-lo...), mas, apenas, de premiar, a (discutível... ou não) competência profissional do pretenso goleador que, na época passada, esteve cedido ao Olhanense.
Não me permito qualquer tipo de juízo de intencionalidade sobre a decisão do ex-presidente do «velho Belém». Mas já me parece pertinente a seguinte questão: até que ponto um clube está vinculado às decisões dos seus dirigentes, quando estas, depois, se constata feridas de legitimidade - pelo menos moral - porque extravasam a permanência no cargo dos seus autores? Sei que, no plano jurídico, o tema é melindroso. Mas, por absurdo, coloco o seguinte cenário: na véspera de abandonar o cargo, o presidente de um clube destila de generosidade e celebra contratos «gigantescos» com determinados jogadores, oferecendo-lhes uma espécie de «pára-quedas dourado» que terão de ser honrado por quem lhe suceder no cargo. De quem é a responsabilidade: do (irresponsável) dirigente que desertou ou de quem tem que assegurar a sobrevivência do clube? Tudo se simplificaria se as Direcções dos clubes estivessem impedidas de aumentar os Passivos, gerindo com rigor, verdade e transparência. Como diz o povo, seria «remédio santo».




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