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Emprestados



Muito desassossego vou observando pelos meus co-associados, tendo, inclusivé, verificado uma irresponsável sondagem, que mais não fez que acicatar os ânimos observados no Restelo na apresentação da equipa aos sócios, face à politica de eventuais empréstimos de jogadores de outros clubes.

Sinceramente, custa-me a entender o raciocínio dos meus consócios face a tal situação.E porquê?

Vamos lá ver, se a nossa SAD fosse uma empresa cotada em bolsa, se fosse uma empresa com o fim único da produção do lucro em relação aos seus activos, se fosse uma empresa que não estivesse blindada pelas acções tipo golden share ilegais neste país e proíbidas pelas directivas da UE, mas regulares no nosso Clube, vá-se lá saber porquê, então eu aí compreendia que se calhar assistia alguma razão a esses associados. Afinal, não faria aqui sentido estarmos a valorizar activos que não sejam os nossos.

Que activos produzimos nós? Tivemos sorte no ano transacto da boa fornada que calhou ao Rui Jorge trabalhar e tivemos sorte que normalmente não temos nas fornadas dos anos anteriores em relação à produção de miúdos para a equipa sénior.

E tivemos a sorte dos últimos treinadores quererem apostar nos miídos, porque isto até ao JJ era tudo menos aproveitar o que de bom a formação podia produzir e aqui recordo uma frase do Mendes Palitos como qual discordei muitas vezes, mas tem todo o sentido:"mais que formar jogadores, pretendemos formar homens".

Também não entendo de que estão os sócios habilitados a discutirem assuntos que são da SAD. Eu sou um mero sócio não accionista, logo vejo constrangido o meu poder de discussão na matéria. E ainda me querem reduzir a minha intervenção coma negação do voto em actos eleitorais. É a democracia à Belenenses versão eleitista.

É que os meus co-associados julgam que isto de SAD é como se não havendo SAD e nós lá mandássemos algo. Podemos influenciar emitindo a nossa opinião, mas não é vincultiva à administração da SAD.

Já basta haverem dineiros da SAD que estão comprometidos numa modalidade dita amadora. E já basta que o resultado de exploração da SAD entre para amenizar o resultado de exploração do Clube na tal consolidação de contas. E chega.

Mais, ainda, se a nossa SAD não vivesse de permanentes dificuldades subjugada que está pelos desvios de dinheiros do Clube para outras modalidades com um déficit de transferências acumulado na ordem dos 6,5 milhões de euros, até compreendia esses associados.

Se a nossa SAD fosse saudável financeiramente, se não estivesse dependente de terceiros para produzir activos, também os compreendia.

Se a nossa capacidade de poder de compra de jogadorse de inegável qualidade fosse idêntica aos dos 3 grandes, ficaria tranquilo. Mas como não é e como a eles é arro os empresários terem a ousadia de engnara, como o Costa Aguiar e outros têm feito connosco, então ás tantas um emprestado merece maior qualidades que um contratado via DVD.

Se a nossa SAD, também ela, não estivesse dependente dos dinheiros do bingo, tal como as outras modalidades, embora em menor percentagem, até aceitava a idéia.

Se nós, associados do Belenenses fossemos de pleno direito accionistas da SAD com direito a voto na Assembleia Geral da SAD, o que não é o meu caso, como já aqui referi vai para algum tempo, até compreendia que fossemos nós a determinar o que se passa na esfera da actividade de uma sociedade anónima que apenas por acaso tem lá administradores que são do Belenenses.

Ou seja, a nossa SAD nos últimos anos tem vindo a ser descapitalizada dos seus melhores activos (Pelé, Meyong, Nivaldo, Dady, Ruben Amorim, Rolando e vários produtos inaproveitados da formação, para não ir muito mais longe, ano após ano, esbarrando na vontade do Clube em viabilizar a SAD, para além dos seus accionistas e a forte dependência da TV, em especial do seu segundo maior accionista, Joaquim Oliveira, o qual vai adiantando fundos financeiros em troca de contratos assinados à la longue.

Todos estes "ses" são constrangedores da actividade da SAD, a qual para melhor dotar a sua equipa de futebol tem de recorrer à chamada política do "custo zero", a qual não é exactamente por zero euros, mas de empréstimos de jogadores vindos do Brasil, funcionando o Belenenses como uma montra para os ditos, pelo que por cá vão ficando os menos bons, enquanto os melhores mudam de imediato para outra placa giratória, por forma a qua tais clubes ou os respectivos fuundos de investimentos associados melhor rendibilizem o seu produto.

Não entendo, pois, a razão pela qual nos armamos em marialvas sem cheta, os quais deitados de cabeça para baixo só deitam(os) cotão.

Além do mais, se não aceitarmos um ou outro jogador que possa vir dos chamados 3 estarolas e se em contrapartida tais jogadores forem inevitavelmente parar à nossa concorrência, estamos também a hipotecar as nosas chances de um melhor desempenho em relação a esses clubes.
Sejamos realistas, o Belenenses não está, no momento, em condições financeiras bastantes para deixar de lado esta possibilidade.

Depois, a meu ver há aqui uma sensação de empréstimos que nuns casos se aceitam e noutros não se aceita.

Ou seja, se vierem dos tais 3 clubes é uma carga de trabalhos, mas vierem dum Cruzeiro associado a um fundo de investimento qualquer, que nem nós sabemos, já escapa.

Ás vezes gostava de entender esta malta.

E o pior até me custa aceitar, já que se ano após ano nos revelamos em piores condições financeiras para aceitarmos emprestados desses clubes, uma vez que quem empresta quer ver-se aliviado cada vez mais da despesa de manutenção desse activo e quem recebe terá de desembolsar mais.

E é aí que me preocupo quando vejo os nomes sonantes potencialmente emprestáveis.
Ora, não havendo cheta para um Adriano, mas só para um André qualquer coisa e não havendo cobertura para manter o Edson, então adeus ó víndima, porque o Edson naquilo que teve tempo para mostrar era para ter ficado.

Ou seja, acabamos por revelar uma insuficiência financeira atroz para ficar com emprestados dos bons, ou menos maus, que me assusta, por essa via e só por essa via, ficar com esses putos.

Ainda não há muitos dias recebi um e-mail na minha caixa de correio de um associado que, tal como eu, já vai tendo a sua idade, e me diz que o Belenenses perdeu-se, sobretudo, quando teve de se contentar com o Restelo em detrimento das Salésias e se perdeu no meio de tanta confusão gerada por tantas modalidades que corroiem o clube, dispersando atenções para o essencial: o Futebol.

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