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Marca de Excelência da Academia Barcelona FC



Notas Prévias:

Para melhor e fundamentadamente se poder aqui escrever algo que tenha um mínimo de qualidade é necessário, a meu ver, que não sejamos só sócios, adeptos ou simpatizantes do Belenenses.

É preciso conhecer a sua História e é preciso saber a razzão pela qual andamos ao contrtário dos ponteiros do relógio em matéria de futebol.

Para tanto, julgo que dar a conhecer a forma como outros clubes trabalham e bem na área da formação é um passo para dotar os meus escritos de alguma fiabilidade tendo como comparação aquilo que há muitos anos deixámos de fazer no Clube que consiste em previligiar o ecletismo em desfavor do acento tóniico no futebol e tentar que os nossos dirigentes percebam que ainda vamos a tempo de acordar o gigante adormecido, antes que mais gente comece a abandonar ainda mais as nossa bancadas.

Hoje, deixo-vos com o exemplo do Barcelona e há mais na forja para sair.

Na região de Les Cortes, no noroeste de Barcelona, existe há 300 anos a mais antiga residência do país conhecida como "La Masia". É um dos edifícios mais importantes do Futebol Contemporâneo.

La Masia ("quinta" em espanhol) é o lar da Academia do Barcelona, indiscutivelmente uma das melhores escolas de formação no mundo do Futebol.

Quando soou o último apito em Camp Nou, na noite de Terça, o Barcelona tinha sete jogadores formados nas suas camadas jovens no relvado: Victor Valdes na baliza, Gerard Piqué e Carles Puyol na defesa, Xavi e Andrés Iniesta no meio campo, Bojan Krkic e Lionel Messi na frente de ataque. E ainda o treinador, Pep Guardiola, também ele chegou da formação.

No lado do Chelsea, dos que tinham ficado em campo, John Terry era o único vindo da formação do clube (ndr: tendo sido formado até aos 14 anos nas escolas do West Ham). Depois de Frank Lampard ter sido substituído, ele era o único jogador que vinha de um sistema de formação Inglês.

É o grande exemplo do Barcelona na forma como gerir um clube de futebol.

Também o Manchester United e o Arsenal, que disputaram a meia-final na noite seguinte, deviam ser exemplo a seguir. Estes dois clubes têm maior estabilidade e sucesso com as suas academias do que o Chelsea. Mas no onze inicial do Manchester United, apenas Darren Fletcher e John O'Shea foram produtos da formação, e o Bohemians devia ficar com uma parte dos elogios pela última fase do desenvolvimento de O'Shea.

Claro que o United tem uma história recheada no que diz respeito à aposta em jovens jogadores da sua cantera - os 1400 jogos somados de Ryan Giggs e Paul Scholes são prova disso mesmo - mas não com a escala e a qualidade do Barcelona FC.

Depois temos o Arsenal, outro clube com uma academia forte. Só Kieran Gibbs no onze inicial é produto da formação do Arsenal ("embora seja um jovem bastante promissor"). Existe o caso de Cesc Fàbregas, é certo, e o Arsenal certamente ajudou a potenciar o seu jogo, mas ele é, essencialmente um produto de La Masia, outro prodígio da academia de Barcelona.

Na realidade, também o são Pepe Reina do Liverpool e Mikel Arteta do Everton.

Porquê levantar esta questão? O Chelsea pode eliminar o Barcelona na próxima semana, então não é melhor dizer que a politica do Chelsea é a mais correcta? Existem 3 boas razões pelas quais faz todo o sentido apostar na formação.

Primeiro, realizar uma gestão financeira com sentido. É de longe mais económico desenvolver os próprios jogadores do que ter que os comprar.

Segundo, permite incutir uma proximidade ao tipo de modelo de jogo que existe no clube. Se os jogadores estão preparados para jogarem de uma determinada forma desde muito jovens, e se os outros colegas em seu redor também eles almejam jogar ao mesmo nível de excelência técnica, estimula-se a cultura do clube que se reflecte no jogo da equipa principal com o passar dos anos. Como Guus Hiddink disse na semana passada, a filosofia do futebol do Barcelona tem mudado muito pouco nos últimos 20 anos e tem constantemente permitido manter um padrão para além do que é normalmente atingível. Ajax já o fez no passado, o Barcelona está a fazê-lo agora.

Terceiro, é a adopção de um sentimento pela identidade do clube. Todos os clubes querem ver os melhores jogadores possíveis no Sábado à tarde - ou Quarta à noite neste caso - mas a ligação entre o adepto e o jogador é muito fechada, a não ser quando os melhores jogadores vão às escolas, ou vivem na vizinhança. Em Barcelona ainda se junta uma importância política - ser Catalão não é apenas orgulho do local. Daqueles sete jovens formados que terminaram o jogo na Terça, cinco são Catalães e há ainda Guardiola. E, claro, o desenvolvimento dos jogadores da casa tem um efeito tremendo para a Selecção Nacional.

Não é correcto dizer-se que os clubes ingleses se têm esquecido da importância da formação de jogadores (Manchester City e Middlesbrough fazem um bom trabalho) apesar de não terem aproveitado todo o potencial de que uma academia é capaz de dar.

Os clubes ingleses têm sido acusados de "caça furtiva" sobre jogadores jovens por clubes estrangeiros, atraídos pela possibilidade de jogarem na Premier League. A argumentação dos clubes, claro, é que a academia da Premier League é provavelmente a melhor escola para completar a formação, devido à tendência de aqui se apostar nos jovens mais cedo do que em Itália ou Alemanha, por exemplo.

Mas FIFA está a procurar prevenir transferências de jogadores com menos de 18 anos, então a contratação de jogadores como Fàbregas ou Federico Macheda serão impossíveis no futuro.

Isto é o porquê de La Masia dever ser olhada como ideal: mostra que ter uma boa academia não é só para poupar dinheiro e criar uma forte identidade clubística. É também encorajar uma coerente união no relvado que pode trazer sucesso sustentável ao mais alto nível.

Fonte: Telegraph

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