Voltar à Página Inicial

A AG de 24 de Setembro



Notas Prévias:

Aquando da última e tão aguradada AG do Belenenses, estava numa posiçõa em que nem sequer os jornais deraam qualquer destaque aos que lá foi ou deixou de ser discutido e decidido, pelo que só por aqui podemos ver o quanto caímos na escala de valores para os jornalistas ditos desportivos.

E todos os dias me compravam, pelo menos, dois jornais para ir sabendo qualquer coisa do meu Clube.

Entendi, depois de devidamente ponderado, que quer o Hugo Canaipa Henriques, quer o Ricardo Schedel não se importariam de eu aqui transmitir a opinião deles sobre o que láse passou. o primeiro é um sócio tal como todos os outros, vivendo o Clube de forma sensívelmente semelahnte à do signatário. o Ricardo Schedel, como sabemos, já tem ocupado diversos lugares de dirigente, tendo sido parceiro do Cabral Ferreira no seu último mandato da SAD.

Lamento bastante que se tenha deixado por esclarecer determinados abusos de confiança da gestão da coisa azul, uma vez que passámos mais uma assembleia-geral com a culpa a morrer solteira em relação ás asneiras contemporâneas e de todos nos conhecidas, quase valendo a pena eleger o Zé da Esquina para govrenar a Nau Azul.

Resolvi dar enfâse ao último parágrafo, uma vez que é um sentimento comum a quem é meramente sócio e a quem é ou foi dirigente. Ou seja, para meia-palavra, basta o que ambos sentem, que, no fundo, é comum ao signatário.

É o que vou passar a relatar, sem omição de qualquer coisa.

A AG segundo Hugo Henriques:

Eu estive na AG de ontem e resume-se de forma muito simples:

- 90% do tempo (a AG demorou cerca de 2h45) a discutir se deviam ser votados os orçamentos de 2009 e 2010 com base em ano civil, uma vez que os novos estatutos (aprovados mas que ainda não estão em vigor) definem que o orçamento deve contemplar anos desprtivos;
- 10% a falar das contas de 2008 e dos orçamentos de 2009 e 2010.

Acho que os nomes JB e FS nem sequer foram referidos, por isso, podes ver como se falou muito das respectivas gestões...

Resumindo, saí da AG com a noção que não fui lá fazer nada. Cada vez se ocupa mais tempo das AG do clube a discutir questões legais/processuais e menos a falar do clube e dos seus problemas...

E então de futebol, zero x zero, nada! Os sócios do Belenenses, maior accionista da SAD, não têm direito a saber/discutir futebol nas AG do clube...

Quanto a acabar com modalidades, foi repetido pelo presidente VC na sua intervenção o que já havia dito na campanha, ou seja, se for preciso acaba com modalidades. No entanto, o vice presidente da área financeira na apresentação dos orçamentos, não só não falou nisso, como até disse que os custos nas modalidades amadoras não são um problema, o problema é o baixo nível de receitas... Entranto vamos ter mais um défice previsto nas modalidades de cerca de 1,4 milhões de euros (acumulado 2009 e 2010) e gostava de vir a saber qual vai ser o corte previsto na SAD para 2010, só para perceber bem o esforço de contenção que é pedido a uns e outros...

Apesar de ter gostado da apresentação feita pelo vice presidente da área financeira, a documentação entregue relativamente ao orçamento contempla apenas 3 ou 4 páginas, portanto poucas conclusões se conseguem retirar. As modalidades foram apresentadas como um "bolo" sem qualquer detalhe (agora percebo a frustação do Ricardo Schedel ao receber certas críticas), não se falou das piscinas, enfim, é como já disse, ocupa-se o tempo a falar do que não interessa e depois falar de números, tá quieto que depois os habituais fregueses da AG começam a ver a meia-noite a aproximar-se e querem é que se toque o hino para irem embora...

Ao contrário de alguns/muitos sócios, eu estou satisfeito com o trabalho da Direcção até agora. Mas vejo este orçamento muito alicerçado no aumento das receitas com as quotas dos sócios e das quotas suplementares (+25%) e interrogo-me se isso vai ser conseguido se a equipa de futebol não fizer um bom campeonato. Ou aparece um campanha de angariação e recuperação de sócios brilhante, ou andamos sempre à volta do mesmo: é o futebol que puxa as pessoas para os clubes, esqueçam o andebol, futsal, rugby, basket, não vale a pena, em Portugal as pessoas querem futebol e é aí que nós temos que apostar, porque de outra forma é o definhamento irreversível...

Dou alguma tolerância à pouca informação adiantada, face ao que vivemos neste último ano e meio, mas espero que exista algo mais concreto e abrangente no próximo orçamento porque foi tudo muito superficial.

Para terminar este testamento, tenho que dar nota de uma intervenção do consócio Paulo Trindade (um dos habituais oradores nas AG) a chamar a atenção para os gamanços que sofremos em Braga e com o slb e para a necessidade da direcção vir para comunicação social defender o clube e a equipa. Parece que não sou o único a não aceitar esta passividade dos nossos dirigentes!


A AG segundo Ricardo Schedel:

Também estive na AG e partilho tudo o que o Hugo escreveu. Vou apenas fazer alguns acrescentos (considerações).

As contas de 2008 são a repetição quase verba a verba das contas de exercícios anteriores (incluindo as dos anos em que fiz parte da Direcção do Clube), mostrando os mesmos “vícios” já antigos e que me levaram a não querer acompanhar o Cabral Ferreira no seu segundo mandato e a ter ficado apenas na SAD. Foram aprovadas por esmagadora maioria, incluindo por mim, e sem grande discussão, porque estão bem elaboradas pela empresa de contabilidade que as faz e, por isso, enquanto meras contas contabilísticas não há nada a apontar-lhes. Já quanto à política desportiva de que elas são o espelho, haveria muito a dizer, mas não vale a pena estar a discutir a política desportiva de 2008…

Vamos agora aos orçamentos. Ao contrário do que eu fazia, apresentando Custos e Proveitos (ao arrepio dos Estatutos da altura, confesso), voltou-se àquilo que de facto está (erradamente) nos Estatutos, ou seja, Receitas e Despesas. Felizmente que nos novos Estatutos, e a grande insistência minha, lá aparece que os orçamentos serão de Custos e Proveitos e não de Receitas e Despesas. Isto pode parecer minhoquices de contabilista, mas já vou explicar. Reparem: as contas de 2008 deram um prejuízo de mais de 2 milhões de euros e as de 2009 irão decerto pelo mesmo caminho, porque entretanto nada se alterou. Ora se o Orçamento para 2009 prevê um resultado positivo, algo deveria estar errado. Mas não está. Porque no Orçamento de Receitas e Despesas não entram, pela sua natureza, uma série de coisas que depois entram nas contas.

Mas há mais: Receitas é tudo aquilo que é efectivamente recebido, Despesas é tudo aquilo que é efectivamente pago. Exemplificando: o Belenenses contrata um jogador de andebol com um salário astronómico, mas não lhe paga nesse ano, ficando com salários em atraso. Pois bem, é Custo desse ano, mas não é Despesa. E, assim, se pode distorcer toda a realidade. O Vice-Presidente Financeiro, falando das Despesas das modalidades, disse que as mesmas continham verbas de salários atrasados de anos anteriores. Ora esses valores já apareceram nos Custos do ano em que efectivamente deveriam ter sido pagas. Assim, quando vemos os valores do Orçamento, nunca sabemos se se referem ao que se quer gastar nesse ano, ou se são verbas de anos anteriores, ou se não incluem verbas que se vão gastar mas não pagar. Olhando para aqueles valores não se percebe qual vai ser a realidade desse ano. É por isso que os Orçamentos apresentam valores positivos e depois as contas apresentam valores super-negativos.

Os Orçamentos de Receitas e Despesas não servem para rigorosamente nada, nem como o Presidente do Conselho Fiscal tanto insistiu, para permitir ao dito Conselho ir acompanhando a sua execução – o Orçamento está à partida sempre bem executado, porque se não houver dinheiro não se paga e não é, portanto, Despesa. Como o Belenenses não tem um poço de notas escondido, nem há já mecenas, as Receitas são sempre superiores às Despesas – só se paga o que se recebeu. Se se recebeu pouco, paga-se pouco e as dívidas daí resultantes ficam para o próximo pagar. Conclusão: as Receitas são sempre superiores às Despesas (ou, no mínimo, iguais). Por isso, repetindo-me: Orçamentos de Despesas e Receitas não servem para rigorosamente nada. Por isso é que, ao arrepio dos Estatutos, sempre apresentei Orçamentos de Custos e Proveitos (e muito penalizado fui por isso…). Agora, com os novos Estatutos, vai finalmente ser necessário apresentar Orçamentos de Custos e Proveitos que depois se podem comparar com as contas finais – e então é que se vai ver. Nessa altura, sim, se poderão confrontar as direcções sempre que as contas finais não condigam com os Orçamentos apresentados. Nessa altura, sim, já o meu amigo Fernando Veiga Gomes poderá com propriedade “ameaçar” os faltosos com a impossibilidade de se candidatarem nos próximos 5 anos. Agora, com Orçamentos de Receitas e Despesas, infelizmente não.


Mas, apesar do que disse atrás, vou falar sobre o Orçamento para 2010 (sobre o de 2009 não vale a pena, pois o ano já está no fim e o mesmo é apenas um mero exercício teórico – por isso abstive-me na votação). Verifiquei uma coisa boa: voltou a estar consagrada (também em 2009) a entrega de € 1.800.000 à SAD. Passada está, parece, a época em que não se entregava nada (como quando estive na SAD), ou em que se “roubavam” € 300.000 à facturação da SAD, para a mesma não apresentar lucro e poderem assim justificar o empréstimo. Verifiquei, por outro lado, com tristeza, que no mesmo está consagrada uma verba superior a 700 mil euros para as modalidades (apesar de estar previsto um grande aumento dos patrocínios, o que significa que se vai gastar mais). Se em 2009 a verba prevista engloba o pagamento de salários atrasados do ano anterior, para 2010 o Vice-Presidente Financeiro justificou a verba com a vontade de sermos campeões. Isto é, gasta-se dinheiro com as modalidades para sermos campeões, mas não se aumenta a verba para a SAD que, assim, continuará a ter dinheiro apenas para uma equipazinha razoável. Se em 2009 se compreende, porque era preciso arrumar a casa, depois do descalabro fugitivos/CG, para 2010 esperava um aumento da verba para a SAD, em detrimento das modalidades. Ou então, mantinha-se a verba para a SAD e pagava-se uma parte maior do nosso Passivo – neste Orçamento não está previsto nada para amortizar parte do empréstimo (isto é, continua-se a pagar os juros e amortizar nada). Por isso votei contra o Orçamento.

Para acabar, vou roubar um parágrafo ao que o Hugo escreveu:
Ao contrário de alguns/muitos sócios, eu estou satisfeito com o trabalho da Direcção até agora. Mas vejo este orçamento muito alicerçado no aumento das receitas com as quotas dos sócios e das quotas suplementares (+25%) e interrogo-me se isso vai ser conseguido se a equipa de futebol não fizer um bom campeonato. Ou aparece um campanha de angariação e recuperação de sócios brilhante, ou andamos sempre à volta do mesmo: é o futebol que puxa as pessoas para os clubes, esqueçam o andebol, futsal, rugby, basket, não vale a pena, em Portugal as pessoas querem futebol e é aí que nós temos que apostar, porque de outra forma é o definhamento irreversível...

Etiquetas: ,




Enviar link por e-mail

Imprimir artigo

Voltar à Página Inicial


Weblog Commenting and 
Trackback by HaloScan.com eXTReMe Tracker