2006 - Ano de Cinquentenário
Quando em 2005 forem encerradas as comemorações do 86º aniversário do Clube de Futebol "Os Belenenses", já o Presidente em exercício deverá ter umas ideias quanto ao aniversário seguinte. É que em 23 de Setembro de 2006 (a um Sábado!) serão completados 50 anos sobre a inauguração do Estádio do Restelo, o estádio mais lindo de Portugal, erguido sobre uma pedreira (a única "compensação" pela espoliação - e abandono - do Estádio José Manuel Soares, o mítico campo das Salésias). Contas feitas, já faltam menos de 2 anos.
Se olharmos para o passado, as grandes comemorações do Clube mereceram eventos de grande pompa e festividade. Já o 2º aniversário do Clube, por exemplo (que já aqui referi no artigo "Cumprimentos Azuis"), foi uma grande demonstração de adesão popular, tendo atraído cerca de 10.000 pessoas. As celebrações das Bodas de Prata e de Ouro do Clube (em 1944 e 1969) foram ainda mais impressionantes. A título de curiosidade, a organização dos eventos em 1969 ficou a cargo de... Sequeira Nunes, o actual Presidente do Clube. Mas sobre as Bodas de Ouro - ricas em homenagens e revisitações históricas - trataremos noutra ocasião.
Já as Bodas de Diamante (75 anos, cumpridos em 1994) foram bem mais discretas, como aliás era demasiado "discreta" a carreira da equipa de futebol nessa década (e na anterior). Para dizer o mínimo.
Como será em 2006? É um repto que inclusivé já lancei através da Mailing List e da minha página pessoal sobre o Clube. O "velhinho" Restelo foi poupado à demolição prevista há poucos anos. Se o foi bem ou mal, isso é outra discussão, o coração diz que sim, a razão é mais confusa. Para mais ergueram-se os grandes estádios do Euro, aos quais o nosso fica a dever ainda muito em modernidade. Mas ali o temos, agora de cara lavada e prestes a cumprir uma bela idade.
O que se pode fazer para honrar a magnífica obra que custou suor e lágrimas a muitos Belenenses, não só para construir mas também para manter na posse do Clube?
Desde logo, é natural que se procure homenagear precisamente todos aqueles que estiveram por detrás da sua construção (e da remodelação, porque não?), esperançadamente contando com a presença dos que ainda estiverem junto de nós, não esquecendo porém os que já partiram.
Por outro lado, todos os que pugnaram pela devolução do Estádio (episódios que relatámos no artigo "Cavalos, um poste telegráfico, urbanização 'social', uma pedreira e...") merecem com toda a justiça estar entre as maiores homenagens. Novamente alguns deles já partiram, mas alguns outros ainda nos honram com a sua companhia (e honrarão por muitos e muitos anos concerteza, assim o desejamos).
Quanto ao futebol, é claro que não pode faltar à festa. Como modalidade principal do Clube e como modalidade "rainha" do Restelo. Na medida do possível e uma vez mais condicionados pela cruel marcha do tempo, deveriam ser homenageados os jogadores e técnicos do plantel de 1956/57. Muitos, com o grande Matateu à cabeça, estarão conosco em memória póstuma. De qualquer forma aqui ficam outros nomes: Fernado Riera (treinador, encontra-se gravemente doente por estes dias), José Pereira, Raul Figueiredo, Moreira, Carlos Silva, Vicente Lucas (ainda activíssimo azulão), Dimas, Miguel Di Pace (que nos brindou com a sua visita há pouco), Miranda, Alberto Tito, Ricardo Perez, Inácio, Pires e Massey.
Quanto a possíveis jogos, já recebi várias - e válidas - sugestões. Uma delas seria convidar o gigante Real Madrid, encontro que se revestiria de grande carga histórica, pois foi o Belenenses o convidado para a inauguração do Estádio Santiago Bernabéu em 1947, bem como para a celebração dos 25 anos do mesmo estádio (em 1972), que coincidiu com a homenagem de despedida de um dos maiores jogadores da história daquele clube, Francisco ("Paco") Gento (6 vezes Campeão da Europa!). Na escolha do Real Madrid, porém, pesa o elevado cachet que por estes dias cobra aquela instituição pelas suas deslocações (e seria com a equipa principal?). A menos que o coração e a historia falem mais alto, parece-me uma alternativa difícil.
Outra sugestão interessante, mais económica mas não menos simbólica (senão mais ainda) seria a de convidar para um torneio uma série de Clubes que ao longo da História do Belenenses partilharam com o nosso Clube inúmeras afinidades e inúmeras demonstrações de amizade mútua. À cabeça o "vizinho" e quase irmão Casa Pia. Vizinhos de Lisboa companheiros de agruras, como o Atlético (pese toda a rivalidade, que poderia bem ser salutar), o Oriental ou o Estrela da Amadora. Da margem sul primos muito próximos, como o Amora. Outros rivais com quem partilhamos muitos episódios e jogadores históricos, como o Elvas, o Vasco da Gama ou o Setúbal.
Outra alterativa seria privilegiar os Clubes filiais, talvez juntando alguns dos acima mencionados.
Outra ainda seria convidar clubes de cruz ao peito - e muitas afinidades culturais e não só - como o Vasco da Gama do Brasil, o Celta de Vigo (cruz de Santiago, neste caso) ou a Portuguesa de São Paulo.
Enfim, há muita escolha, resta passar à prática. Na minha opinião pessoal o que não terá tanto significado será convidar grandes (e "caros") Clubes que pouco ou nada representem para nós. Entre um Barcelona e um Casa Pia, por exemplo, escolheria o último, sem dúvidas.
Outro aspecto importante será o entretenimento. Uma sugestão que já recebi seria a de fazer um festival com algumas das grandes bandas e artistas que já passaram pelo Restelo em memoráveis concertos. Como os Xutos e Pontapés ou os GNR... A estes poderia-se juntar a belíssima "prata da casa", artistas azuis como os que demonstraram o seu gabarito na Gala de Aniversário (2003). Neste caso falamos de Carlos do Carmo, Pedro Barroso, a família Câmara Pereira, João Pedro Pais, Luís Represas (que não pode estar presente em 2003) entre tantos outros, não esquecendo os muitos fadistas que são azuis. Que tal uma festa pop+rock mais uma gala de Fado?
Aqui também só não valerá a pena grandes vôos. Por excelentes que sejam Plácido Domingo, os Pearl Jam ou os Police (teria de ser o Sting), creio que os "nacionais" chegam e sobram.
Muito mais pode ser pensado. Do meu ponto de vista o essencial é atrair o maior número de "azulões" possível para uma grande e alegre festa popular. As recentes Galas de Aniversário têm sido um bom exemplo, embora para o Cinquentenário do Restelo se tenha que pensar em grande (sobretudo em termos de espaço) e sem certas condicionantes (de novo, o dia 23/9/2006 será a um Sábado!). O Encontro de Filiais, Núcleos e Casas será também um evento a privilegiar, embora não devamos ficar apenas pelos dirigentes. Porque não disponibilizar autocarros em pontos centrais por esse país fora (Porto, Viseu, Coimbra, Faro, Setúbal, Elvas, por exemplo), para trazer pelo menos alguns das muitas centenas de Belenenses espalhados pelo país? Pode custar dinheiro, mas não vale a pena? Alguns já me disseram que sim, vamos a ver se a idéia pega.
Sugestões aceitam-se! Inclusive na minha página pessoal criei um apartado para o efeito. Venham essas idéias, a festa para ser grande tem de ser pensada e preparada com muita antecedência.
Se olharmos para o passado, as grandes comemorações do Clube mereceram eventos de grande pompa e festividade. Já o 2º aniversário do Clube, por exemplo (que já aqui referi no artigo "Cumprimentos Azuis"), foi uma grande demonstração de adesão popular, tendo atraído cerca de 10.000 pessoas. As celebrações das Bodas de Prata e de Ouro do Clube (em 1944 e 1969) foram ainda mais impressionantes. A título de curiosidade, a organização dos eventos em 1969 ficou a cargo de... Sequeira Nunes, o actual Presidente do Clube. Mas sobre as Bodas de Ouro - ricas em homenagens e revisitações históricas - trataremos noutra ocasião.
Já as Bodas de Diamante (75 anos, cumpridos em 1994) foram bem mais discretas, como aliás era demasiado "discreta" a carreira da equipa de futebol nessa década (e na anterior). Para dizer o mínimo.
Como será em 2006? É um repto que inclusivé já lancei através da Mailing List e da minha página pessoal sobre o Clube. O "velhinho" Restelo foi poupado à demolição prevista há poucos anos. Se o foi bem ou mal, isso é outra discussão, o coração diz que sim, a razão é mais confusa. Para mais ergueram-se os grandes estádios do Euro, aos quais o nosso fica a dever ainda muito em modernidade. Mas ali o temos, agora de cara lavada e prestes a cumprir uma bela idade.
O que se pode fazer para honrar a magnífica obra que custou suor e lágrimas a muitos Belenenses, não só para construir mas também para manter na posse do Clube?
Desde logo, é natural que se procure homenagear precisamente todos aqueles que estiveram por detrás da sua construção (e da remodelação, porque não?), esperançadamente contando com a presença dos que ainda estiverem junto de nós, não esquecendo porém os que já partiram.
Por outro lado, todos os que pugnaram pela devolução do Estádio (episódios que relatámos no artigo "Cavalos, um poste telegráfico, urbanização 'social', uma pedreira e...") merecem com toda a justiça estar entre as maiores homenagens. Novamente alguns deles já partiram, mas alguns outros ainda nos honram com a sua companhia (e honrarão por muitos e muitos anos concerteza, assim o desejamos).
Quanto ao futebol, é claro que não pode faltar à festa. Como modalidade principal do Clube e como modalidade "rainha" do Restelo. Na medida do possível e uma vez mais condicionados pela cruel marcha do tempo, deveriam ser homenageados os jogadores e técnicos do plantel de 1956/57. Muitos, com o grande Matateu à cabeça, estarão conosco em memória póstuma. De qualquer forma aqui ficam outros nomes: Fernado Riera (treinador, encontra-se gravemente doente por estes dias), José Pereira, Raul Figueiredo, Moreira, Carlos Silva, Vicente Lucas (ainda activíssimo azulão), Dimas, Miguel Di Pace (que nos brindou com a sua visita há pouco), Miranda, Alberto Tito, Ricardo Perez, Inácio, Pires e Massey.
Quanto a possíveis jogos, já recebi várias - e válidas - sugestões. Uma delas seria convidar o gigante Real Madrid, encontro que se revestiria de grande carga histórica, pois foi o Belenenses o convidado para a inauguração do Estádio Santiago Bernabéu em 1947, bem como para a celebração dos 25 anos do mesmo estádio (em 1972), que coincidiu com a homenagem de despedida de um dos maiores jogadores da história daquele clube, Francisco ("Paco") Gento (6 vezes Campeão da Europa!). Na escolha do Real Madrid, porém, pesa o elevado cachet que por estes dias cobra aquela instituição pelas suas deslocações (e seria com a equipa principal?). A menos que o coração e a historia falem mais alto, parece-me uma alternativa difícil.
Outra sugestão interessante, mais económica mas não menos simbólica (senão mais ainda) seria a de convidar para um torneio uma série de Clubes que ao longo da História do Belenenses partilharam com o nosso Clube inúmeras afinidades e inúmeras demonstrações de amizade mútua. À cabeça o "vizinho" e quase irmão Casa Pia. Vizinhos de Lisboa companheiros de agruras, como o Atlético (pese toda a rivalidade, que poderia bem ser salutar), o Oriental ou o Estrela da Amadora. Da margem sul primos muito próximos, como o Amora. Outros rivais com quem partilhamos muitos episódios e jogadores históricos, como o Elvas, o Vasco da Gama ou o Setúbal.
Outra alterativa seria privilegiar os Clubes filiais, talvez juntando alguns dos acima mencionados.
Outra ainda seria convidar clubes de cruz ao peito - e muitas afinidades culturais e não só - como o Vasco da Gama do Brasil, o Celta de Vigo (cruz de Santiago, neste caso) ou a Portuguesa de São Paulo.
Enfim, há muita escolha, resta passar à prática. Na minha opinião pessoal o que não terá tanto significado será convidar grandes (e "caros") Clubes que pouco ou nada representem para nós. Entre um Barcelona e um Casa Pia, por exemplo, escolheria o último, sem dúvidas.
Outro aspecto importante será o entretenimento. Uma sugestão que já recebi seria a de fazer um festival com algumas das grandes bandas e artistas que já passaram pelo Restelo em memoráveis concertos. Como os Xutos e Pontapés ou os GNR... A estes poderia-se juntar a belíssima "prata da casa", artistas azuis como os que demonstraram o seu gabarito na Gala de Aniversário (2003). Neste caso falamos de Carlos do Carmo, Pedro Barroso, a família Câmara Pereira, João Pedro Pais, Luís Represas (que não pode estar presente em 2003) entre tantos outros, não esquecendo os muitos fadistas que são azuis. Que tal uma festa pop+rock mais uma gala de Fado?
Aqui também só não valerá a pena grandes vôos. Por excelentes que sejam Plácido Domingo, os Pearl Jam ou os Police (teria de ser o Sting), creio que os "nacionais" chegam e sobram.
Muito mais pode ser pensado. Do meu ponto de vista o essencial é atrair o maior número de "azulões" possível para uma grande e alegre festa popular. As recentes Galas de Aniversário têm sido um bom exemplo, embora para o Cinquentenário do Restelo se tenha que pensar em grande (sobretudo em termos de espaço) e sem certas condicionantes (de novo, o dia 23/9/2006 será a um Sábado!). O Encontro de Filiais, Núcleos e Casas será também um evento a privilegiar, embora não devamos ficar apenas pelos dirigentes. Porque não disponibilizar autocarros em pontos centrais por esse país fora (Porto, Viseu, Coimbra, Faro, Setúbal, Elvas, por exemplo), para trazer pelo menos alguns das muitas centenas de Belenenses espalhados pelo país? Pode custar dinheiro, mas não vale a pena? Alguns já me disseram que sim, vamos a ver se a idéia pega.
Sugestões aceitam-se! Inclusive na minha página pessoal criei um apartado para o efeito. Venham essas idéias, a festa para ser grande tem de ser pensada e preparada com muita antecedência.
1:01 da manhã
