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A Política de Alianças - Definição das Bases de um Critério - Parte I




No contexto da relação de forças entre os diversos clubes, surge para cada um deles, como inevitável qual a política de alianças que melhor se adequa aos seus objectivos.
No caso do Belenenses, os sucessivos Corpos Sociais têm vindo, de uma forma generalizada, a privilegiar determinados clubes que nos anos mais recentes têm trazido para as nossas cores resultados menos agradáveis e situações de algum desconforto (v.g. determinados resultados desportivos como no último jogo com o Porto ou o caso Paulo Madeira, quando se fala em Benfica).
Não sei se é pelo facto de acontecer um jogo com um dos tais três alegados grandes que o tal lanche de confraternização entre direcções e, agora, sad’s se demonstra mais visível se o é com todas as direcções, embora com algumas delas em menor escala e com menor visibilidade pública.
O certo é que o Belenenses, através desta Direcção ainda não conseguiu convencer-se a si própria que tipo de clubes, ou clubes, lhe podem trazer melhores benefícios, ou se pura e simplesmente aceitam confraternizar num gesto de cavalheiros.
No mundo actual, é difícil alguém dar algo a outrem sem esperar o respectivo retorno do “investimento”.
No nosso caso, na aliança prática que temos tido, quer com o Porto, quer, com o Benfica ou quer com o Sporting, os benefícios suplementares têm sido nenhuns, verificando-se mais o retorno no sentido desses clubes que no nosso.
Se é certo que esses clubes cá vêm colher o que melhor semeamos, já nós não conseguimos colher senão a “matéria pastosa” que aqueles clubes produzem.
Dito isto, é mais que óbvio que a política de alianças no Belenenses não tem fundamento na prossecução da melhoria do plantel ou de colher dividendos desportivos, mais se tratando de actos de natureza social e de cordialidade que a Indústria do Futebol dispensa.
No momento actual, convém relembrar o passado não distante:
1. que me interessa uma aliança com o Porto se este me leva Emerson, João Pinto, Lula, Freitas, Tulipa, Fernando Mendes e manda o César Peixoto fazer uma birra para ir para lá, nada me dando em troca, excepto o pagamento faseado do dito?
2. que me interessa alianças com o Benfica se me leva o Mauro Airez, Luís Gustavo e fez o que fez com o questão do Paulo Madeira?
3. que me interessa uma aliança com o Sporting se me leva um Fernando Peres e me empresta um Lourenço?
Recuso-me a ser parte de um "casamento" em que o o papel do Clube face a outros passe pelo regíme de um côjuge "sem sorte". Quero, antes, ser um cônjuge de pleno direito face ao parceiro do lado. Não basta darem-me o anel.



Mas antes de definir as bases de um criterio de alianças, deixo à reflexão de todos a aliança que fizemos no passado recente com certos clubes para as eleições da Liga fornecendo o nosso Clube o nome de Jorge Coroado em alternativa ao actual presidente da APAF e digam-me que louros ou prejuízos daí colhemos.
A haver uma séria política de alianças entre o Belenenses com e alguns clubes ou entidades, devia-se criar o modelo da aliança a estabelecer, eventualmente por protocolos de intervenção mútua.
Nota Prévia: definir os objectivos do modelo gestionário para o Futebol do Belenenses.
Deste modo, alguns itens avanço já para tomar em consideração na definição da política de alianças:
· zonas de influência de clubes que possa fornecer jogadores a baixo custo;
· clubes da área de influência do Belenenses, quer pela sua filiação, quer pela existência de grupos de belenenses, quer pela área geográfica da sua sede, não esquecendo os clubes vizinhos ;
· neste modelo teria de estar não só clubes da Iª Liga, mas das IIª Liga e II B, não colocando de lado clubes que tradicionalmente fornecem valores à I Liga;
· criação de um grupo de olheiros agregado à SAD;
· fomentar as escolas e o Departamento de Futebol Juvenil, por forma a que este não seja a 3ª escolha de jovens que acabam por ficar na 2ª Circular;
· dotar de autonomia administrativa e financeira necessária à prossecução da tarefas atrás enunciadas.
No mundo actual em que vivemos, o futuro dum clube, nomeadamente com a constituição de uma SAD para o futebol só terá razão de ser se a médio e longo prazos se demonstre com capacidades competitivas e crie bases para o ser de uma forma continuada e sustentada.
De outra forma, como a que ora se verifica, seremos, tarde ou cedo, engolidos, não pelo sistema, mas pela erosão de capital humano e financeiro.
E aqui há que lembrar casos como os que estão a acontecer pela Europa fora, em que por dificuldades financeiras continuadas e sem bases de sustentação, os clubes facilmente caiem em desgraça, após fugazes anos de glória (v.g. Nápoles que vive uma lenta agonia na Série C de Itália)
E relembremos que, apesar de algumas jovens terem sido formados recentemente no Restelo, ainda nenhum deles produziu lucros desportivos e financeiros assinaláveis, como, a título de exemplo, se observa em determinados clubes, nomeadamente no Norte.
Amanhã, o Henrique Amaral prosseguirá este tema.
Saudações Azuis.



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