Voltar à Página Inicial

O relato



Ir à Madeira defrontar o Marítimo - uma das duas equipas que nunca perdeu em casa neste campeonato - num jogo sem transmissão televisiva, é uma boa forma de nos perdermos na memória do tempo. Chegada a hora, deitamos a mão ao rádio, tantas vezes esquecido quando estamos em casa, e toca de ouvir tudo: a constituição das equipas, o tempo que faz, o ambiente em volta do jogo. Quer parecer-me que não há forma mais sofrida de se "ver" um jogo. Pela voz dos locutores sentimos o perigo quando ele não existe, antevemos o golo quando ele está longe. Ninguém "vê" o mesmo jogo...
Creio que se não me falha a memória o último relato do Belenenses que me lembrava de ter escutado em estado de ansiedade total foi no ano passado, em jogo de Taça frente ao Estoril. Um sofrimento danado! Já hoje, sofri menos. O homem que nos contava a jogatana directamente dos Barreiros parecia ter mais confiança no Marco Aurélio do que eu - o que não é fácil. Para mais, passou grande parte do jogo, salvo um período mais próximo dos últimos minutos, a dar conta de divisão de bola, jogo movimentado de parte a parte, enfim, coisas que não nos assustam por aí além. E aqui chegados, vos pergunto - e ao dono deste blogue - como posso eu escrever o que quer que seja de concreto sobre um jogo que de todo não vi e que não foi relatado na íntegra? Pois é, não posso, a não ser que queira inventar. E como não posso, limito-me a falar do resultado e sobretudo, de dois jogos fora seguidos em que conseguimos 4 pontos, curiosamente os mesmos dois jogos para os quais a profecia da desgraça já tinha decretado valente enterro. E se já na segunda-feira tinhamos passado alguns, hoje ficou para trás o Nacional e colámos ao Guimarães. A partir de agora - sem esquecer o importantíssimo jogo da Taça que se aproxima a passos largos - olhemos para cima, que este campeonato anda estranho e os restantes não estão muito longe. Devagarinho, um de cada vez e sem que se dê por isso, façamos por trazer para os jogos em casa a moralização de duas saídas sem conhecer a derrota. E actuemos em consequência, ou seja: ganhando.



Enviar link por e-mail

Imprimir artigo

Voltar à Página Inicial


Weblog Commenting and 
Trackback by HaloScan.com eXTReMe Tracker