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Pinhal sintético



Nesta que é (salvo erro) a 77ª edição da Taça de Portugal em que o Belenenses participa (incluímos o Campeonato de Portugal, realizado até 1938) a história, como na maior parte dos casos, está do nosso lado. Senão vejamos: em metade das edições disputadas o Belenenses conseguiu atingir pelo menos os quartos-de-final; e esta última chegada aos oitavos de final é, salvo erro, a 54ª da nossa história. Já para não falar na conquista de 3 "canecos" (Taças de Portugal) mais 3 Campeonatos de Portugal. Muito bem, para que é que isto serve?

Na antevisão ao jogo precedente (ver mais abaixo, em "A vez do Pombal") já tínhamos visto que desde a conquista da última Taça (em 1989) a carreira do Belenenses tem sido bem irregular. Famalicão, Lourosa ou Câmara de Lobos foram alguns dos clubes teoricamente modestos que empurraram a nossa equipa para fora de competição. Mesmo no ano passado, tendo chegado à meia-final, tivémos um percurso algo sofrido. E sobre a meia-final em questão, é melhor nem falar (o tapete encarnado).

O que será então deste jogo? Da história do Pinhalnovense pouco conheço, natural reflexo da sua tradicional presença em escalões inferiores, para além de ter sido fundado já em meados do século passado (em 1948, salvo erro, 29 anos depois do Belenenses). Da aparição na ribalta do futebol nacional há a registar precisamente 9 presenças na Taça de Portugal. Eis as edições e os adversários que eliminaram o Pinhalnovense: 84/85 (1/32 avos - Lixa), 87/88 (1/128 avos - Montemor), 89/90 (1/128 avos - Montijo), 90/91 (1/512 avos - Mem Martins), 99/2000 (1/128 avos - Vasco da Gama, o ilustre emblema de adopção do Luís Oliveira), 2000/01 (1/128 avos - Águias de Camarate), 2001/02 (1/128 avos - Louletano), 2002/03 (1/64 avos - Lourinhanense) e em 2003/04 (1/64 avos - Sanjoanense).
A avaliar pelas anteriores edições, nada de preocupante. De registar que é a primeira vez que o clube de Pinhal Novo alcança os oitavos de final.

Em seguida devemos olhar para o que é talvez mais importante: a carreira em 2004/05.
No Campeonato (2ªB - Zona Sul), o Pinhalnovense está a fazer uma excelente campanha, disputando agora os primeiros lugares (com o também próximo Barreirense, o líder, mais os nossos vizinhos do Casa Pia). Agora mesmo está em 2º lugar tendo batido o Odivelas no seu reduto na última jornada (de recordar as dificuldades do Braga com este clube, ainda que sem alguns titulares). O Pinhalnovense ainda permanece imbatido no seu reduto, contando com 7 vitórias e 4 empates caseiros. No geral conta com a defesa menos batida, com 13 golos, mas com 7 dos quais sofridos em Pinhal Novo... contra 6 sofridos fora de casa (curioso!).
Na Taça de Portugal há a registar a eliminação do Varzim (actual 14º da Liga de Honra) por 2-0, na 3ª eliminatória. Antes eliminou o Loures (actual 8º da 3ª Divisão - Série E) e entretanto eliminou o Calheta (actual 8º da 3ª Divisão - Série E) e finalmente o Leça (actual 4º da 3ª Divisão - Série B).
Assim sendo o Belenenses é a equipa mais forte a cruzar-se no caminho dos pinhalnovenses. Contudo devem ser tidas em conta as apreciações feitas sobre a qualidade da equipa. Como é sabido contam com uma "velha raposa" do nosso futebol, o catalão Paco Fortes. Pelo que me dizem certos "marafados" sobre Fortes, o seu legado no Farense terá sido algo empolado, pois sendo certo que dava que falar nos encontros com "grandes", desiludiu em muitos outros aspectos. Infelizmente para eles (um pouco como nós em relação a Marinho Peres) esses tempos eram outros. No entanto e no que concerne o nosso jogo, em nada é beliscada a vontade do espanhol em fazer brilharetes. Quanto à equipa e tendo em conta os relatos do jogo com o Leça, demonstra um profissionalismo e um nível de entrosamento notáveis, deixando entender que esta presença nos oitavos é plenamente merecida. Isto apesar de o Leça ser da 3ª Divisão e ter-se queixado da arbitragem (jogaram boa parte do jogo com 10 elementos).
Quanto a Jorge Cadete, os jornais deram conta da sua retirada em Dezembro - supostamente temporária - devido a lesão. Existem outras versões. De qualquer forma é dado assente que a força deste Pinhalnovense vem dos restantes que lá estão.

Assim sendo, todas as cautelas são poucas. O Pinhalnovense será sem dúvida um dos candidatos favoritos para ser classificado como "tomba-gigantes" ("Temos Taça", como logo destacam os jornais). Resta saber se vai encarar o Belenenses como "gigante" (o que não deixa de ser lisonjeiro dado o nosso passado recente). Da nossa parte, isso sim, convém encarar o Pinhalnovense como gigante e considerar este jogo como se de uma final se tratasse. Temos que ser muito matreiros e... não jogar à "gigante".
Já foi também bastas vezes realçado o facto de o campo em causa ser sintético, algo (ainda) pouco vulgar. Como o Belenenses conta também com um campo desse tipo, a necessidade de adaptação poderá ser algo minorada. Há notícia de um treino hoje de manhã no sintético. Chegará? Sinceramente e tendo jogado algumas vezes em campos sintéticos penso que o pior ainda são as quedas. Sobretudo se se fôr um guarda-redes (pela maior dureza do piso)... De resto até nem desgosto, acho que quem souber tratar bem a bola não terá de se preocupar. Quem não souber...

Quanto ao actual momento da equipa, continuo sem entender as avaliações que o nosso mister faz publicamente sobre o seu desempenho. Se na Madeira tivémos sorte em não sofrer golos, também parece que tivémos azar para não marcar. Ou então houve falta de jeito (tanto nossa como do adversário). Mas não vislumbro ainda um "pontapé" significativo no nosso estado de forma. Se, como espero, passarmos aos quartos-de-final, aí sim, a nossa equipa poderá ter ânimo redobrado, será uma barreira com significado especial, ainda que a conquista do "caneco" ainda esteja longe.



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