A vez do Pombal
Eis-nos então chegados a mais um jogo daquela competição que é tantas vezes menosprezada em relação ao Campeonato: a Taça de Portugal. Mas se é certo que a competição (e a respectiva eliminação, quando ocorre) é desvalorizada, aos vencedores não costumam faltar os festejos e o devido prestígio. Mesmo que não seja igual ao de uma vitória no campeonato.
Que o digamos nós, sobretudo aqueles como eu, para quem a vitória em 1989 foi a única grande alegria que tivémos com o nosso Clube em toda a vida.
No ranking dos vencedores do troféu o Belenenses é o quinto clube, com 3 vitórias. Porém e normalmente são esquecidas as 3 conquistas do Campeonato de Portugal, competição antecessora e com igual formato. E se considerarmos que nessa altura tratava-se da principal competição nacional (ou seja, ainda era mais importante do que é hoje a Taça de Portugal), mais "habilidoso" ainda é o "esquecimento". Somos o 4º clube, nesse caso, com 6 vitórias.
Para fazer uma análise do desempenho do Belenenses nas últimas edições, escolhi um universo que inclui precisamente aquelas que se realizaram desde 1989, desde a grande vitória no Jamor. A primeira conclusão a tirar é de que o Belenenses, infelizmente, não "tomou o gosto". Logo na edição de 1989/90 até conseguiu chegar à meia-final, tendo sido eliminado pelo... Farense. Que por sua vez perdeu na final com... o Estrela (que havia vencido o Guimarães na meia-final). Logo ali tivémos uma oportunidade de ouro para bisar, desperdiçada.
Em 90/91, o mesmo Farense assumiu o papel de "besta negra", eliminando-nos nos 32 avos. Em 91/92, foi a vez do Paços de Ferreira, nos 16 avos. Em 92/93 foi a vez do Guimarães, já nos oitavos de final. Em 93/94 e depois de eliminar o Benfica nos oitavos, caímos nos quartos perante... o Lourosa! Em 94/95 foi a vez do Leiria nos 32 avos. Em 95/96 foi novamente o Guimarães, de novo nos oitavos. Em 96/97 foi a Académica, nos 16 avos. Em 97/98, coincidindo com a hecatombe que nos levaria à 2ª Divisão, fomos eliminados pelo Estoril nos 32 avos... por 0-4! Em 98/99, nos 64 avos (pois estávamos na 2ª), tivémos uma desgradável viagem a Câmara de Lobos, proporcionando um belo resultado aos madeirenses (3-0). Em 99/00, qual "besta negra" ressuscitada, surgiu o Farense de novo nos 32 avos. Em 2000/01 a festa calhou ao Famalicão nos 16 avos, após termos eliminado o Fátima por 0-1... com mais um golo que entrou... mas como bateu num ferro interior da baliza e saíu... nada (só ao Belenenses!). Em 2001/02 o Marítimo, nos oitavos. Em 2002/03, o Varzim, nos 16 avos. Em 2003/04 e em plena "fase da asneira", verificou-se curiosamente a melhor carreira desde 1990 (em termos de resultados, é claro). Chegámos à meia-final! Com 3 treinadores foram eliminados o Aves, o Penafiel, o Sto. António dos Açores (agora filial, salvo erro) e o Estoril. O curioso é que entre esses três o primeiro foi... Rui Casaca (o actual Director Geral), pois Manuel José saíu imediatamente antes e Bogicevic ainda viu o jogo da bancada. Do Penafiel e do Sto. António já tratou Bogicevic, curiosamente igualando algo que já tinha 10 aos de idade: a última chegada aos quartos de final! Seguiu-se um penoso jogo com o Estoril, bem ao jeito da "era" Inácio. Os canarinhos deram um autêntico "banho de bola" e só nos penaltis é que a sorte salvou o Belenenses. Como foi sofrida esta vitória.
Chegados à meia-final, pensavam alguns (como eu) que podíamos reunir forças e fôlego para percorrer o tão pouco que faltava de caminho, frente a um Benfica que também já tinha visto melhores dias. Pois bem, quase estendemos um tapete "encarnado" (a condizer) e o Benfica lá seguiu para a conquista do caneco. Acabou assim a melhor oportunidade em 10 anos...
Desta vez o Belenenses entrou com o pé direito, obtendo uma inusitada isenção. Ficaram assim a faltar 4 vitórias para o Jamor, 5 para o caneco. Mais adiante veremos o que espero do nosso Belenenses. Por agora vejamos (o que é possível ver) sobre o nosso adversário.
O Sporting de Pombal é a 10ª filial do Sporting (assim sendo e desculpem os pombalenses, pouca simpatia merecem), sendo actualmente o 9 classificado da 2ª Divisão B. Conta com 21 marcados contra... 21 sofridos, 6 vitórias, 7 empates e 5 derrotas. Fora de casa (mais relevante dada a visita ao Restelo) o Pombal conta com 2 vitórias (alguem que saiba o que isso é), 4 empates (número perigoso) e 2 derrotas. Se entre os últimos resultados conta com uma interessante vitória frente ao líder Mafra (não, não sei se ainda lá está o Min) e um precioso empate no campo do 3º classificado, o Fátima (lembram-se de 2000/01?), no derradeiro encontro perdeu em casa com o Abrantes por 1-3, o que é mais animador para o nosso lado.
Então como irá ser este jogo? Dada a diferença de escalão, de orçamento e de ambições, o único resultado aceitável para nós é naturalmente uma vitória sem dificuldades. Mas claro está, não foi por poucas vezes que já se sucedeu o contrário (derrotas e vitórias custosas). O nível do Pombal não é assim tão fraco e o actual nível motivacional do Belenenses parece-o ser. Como é que a nossa equipa vai encarar o jogo? Como uma maneira de sair depressa de uma competição desvalorizada e incómoda? Ou como um jogo a ganhar de qualquer maneira, como deveriam ser todos, mas parece que não sucedeu com o Gil Vicente?
Carlos Carvalhal começa a sentir pressão pelos maus resultados no campeonato. Enquanto uns o protegem e outros pedem já a sua saída, uma coisa para mim é clara. Carvalhal vai ter de reagir, vai ter de conseguir que a equipa reaja. Existe acomodamento face aos objectivos medíocres? Existe mau-estar no balneário? Seja o que fôr, a responsabilidade pela resolução dos problemas tem que seguir a hierarquia. Carvalhal, Casaca, Barros Rodrigues e Sequeira Nunes. Algum destes tem que assegurar que não vamos ter a apatia, a desconcentração e a aparente desmotivação que se viu no Domingo. E os jogadores, obviamente, só têm de responder perante quem manda (em última análise perante quem lhes paga).
Puxem lá por esse brio, joguem à bola e mostrem que são melhores! Porque nós sabemos que vocês são, não guardem o talento na gaveta!
Quanto ao "mister", deixe lá as mutações do 4x4x2, o que interessa é folha limpa e uns quantos secos na baliza alheia. Para levantar a moral a todos!
Que o digamos nós, sobretudo aqueles como eu, para quem a vitória em 1989 foi a única grande alegria que tivémos com o nosso Clube em toda a vida.
No ranking dos vencedores do troféu o Belenenses é o quinto clube, com 3 vitórias. Porém e normalmente são esquecidas as 3 conquistas do Campeonato de Portugal, competição antecessora e com igual formato. E se considerarmos que nessa altura tratava-se da principal competição nacional (ou seja, ainda era mais importante do que é hoje a Taça de Portugal), mais "habilidoso" ainda é o "esquecimento". Somos o 4º clube, nesse caso, com 6 vitórias.
Para fazer uma análise do desempenho do Belenenses nas últimas edições, escolhi um universo que inclui precisamente aquelas que se realizaram desde 1989, desde a grande vitória no Jamor. A primeira conclusão a tirar é de que o Belenenses, infelizmente, não "tomou o gosto". Logo na edição de 1989/90 até conseguiu chegar à meia-final, tendo sido eliminado pelo... Farense. Que por sua vez perdeu na final com... o Estrela (que havia vencido o Guimarães na meia-final). Logo ali tivémos uma oportunidade de ouro para bisar, desperdiçada.
Em 90/91, o mesmo Farense assumiu o papel de "besta negra", eliminando-nos nos 32 avos. Em 91/92, foi a vez do Paços de Ferreira, nos 16 avos. Em 92/93 foi a vez do Guimarães, já nos oitavos de final. Em 93/94 e depois de eliminar o Benfica nos oitavos, caímos nos quartos perante... o Lourosa! Em 94/95 foi a vez do Leiria nos 32 avos. Em 95/96 foi novamente o Guimarães, de novo nos oitavos. Em 96/97 foi a Académica, nos 16 avos. Em 97/98, coincidindo com a hecatombe que nos levaria à 2ª Divisão, fomos eliminados pelo Estoril nos 32 avos... por 0-4! Em 98/99, nos 64 avos (pois estávamos na 2ª), tivémos uma desgradável viagem a Câmara de Lobos, proporcionando um belo resultado aos madeirenses (3-0). Em 99/00, qual "besta negra" ressuscitada, surgiu o Farense de novo nos 32 avos. Em 2000/01 a festa calhou ao Famalicão nos 16 avos, após termos eliminado o Fátima por 0-1... com mais um golo que entrou... mas como bateu num ferro interior da baliza e saíu... nada (só ao Belenenses!). Em 2001/02 o Marítimo, nos oitavos. Em 2002/03, o Varzim, nos 16 avos. Em 2003/04 e em plena "fase da asneira", verificou-se curiosamente a melhor carreira desde 1990 (em termos de resultados, é claro). Chegámos à meia-final! Com 3 treinadores foram eliminados o Aves, o Penafiel, o Sto. António dos Açores (agora filial, salvo erro) e o Estoril. O curioso é que entre esses três o primeiro foi... Rui Casaca (o actual Director Geral), pois Manuel José saíu imediatamente antes e Bogicevic ainda viu o jogo da bancada. Do Penafiel e do Sto. António já tratou Bogicevic, curiosamente igualando algo que já tinha 10 aos de idade: a última chegada aos quartos de final! Seguiu-se um penoso jogo com o Estoril, bem ao jeito da "era" Inácio. Os canarinhos deram um autêntico "banho de bola" e só nos penaltis é que a sorte salvou o Belenenses. Como foi sofrida esta vitória.
Chegados à meia-final, pensavam alguns (como eu) que podíamos reunir forças e fôlego para percorrer o tão pouco que faltava de caminho, frente a um Benfica que também já tinha visto melhores dias. Pois bem, quase estendemos um tapete "encarnado" (a condizer) e o Benfica lá seguiu para a conquista do caneco. Acabou assim a melhor oportunidade em 10 anos...
Desta vez o Belenenses entrou com o pé direito, obtendo uma inusitada isenção. Ficaram assim a faltar 4 vitórias para o Jamor, 5 para o caneco. Mais adiante veremos o que espero do nosso Belenenses. Por agora vejamos (o que é possível ver) sobre o nosso adversário.
O Sporting de Pombal é a 10ª filial do Sporting (assim sendo e desculpem os pombalenses, pouca simpatia merecem), sendo actualmente o 9 classificado da 2ª Divisão B. Conta com 21 marcados contra... 21 sofridos, 6 vitórias, 7 empates e 5 derrotas. Fora de casa (mais relevante dada a visita ao Restelo) o Pombal conta com 2 vitórias (alguem que saiba o que isso é), 4 empates (número perigoso) e 2 derrotas. Se entre os últimos resultados conta com uma interessante vitória frente ao líder Mafra (não, não sei se ainda lá está o Min) e um precioso empate no campo do 3º classificado, o Fátima (lembram-se de 2000/01?), no derradeiro encontro perdeu em casa com o Abrantes por 1-3, o que é mais animador para o nosso lado.
Então como irá ser este jogo? Dada a diferença de escalão, de orçamento e de ambições, o único resultado aceitável para nós é naturalmente uma vitória sem dificuldades. Mas claro está, não foi por poucas vezes que já se sucedeu o contrário (derrotas e vitórias custosas). O nível do Pombal não é assim tão fraco e o actual nível motivacional do Belenenses parece-o ser. Como é que a nossa equipa vai encarar o jogo? Como uma maneira de sair depressa de uma competição desvalorizada e incómoda? Ou como um jogo a ganhar de qualquer maneira, como deveriam ser todos, mas parece que não sucedeu com o Gil Vicente?
Carlos Carvalhal começa a sentir pressão pelos maus resultados no campeonato. Enquanto uns o protegem e outros pedem já a sua saída, uma coisa para mim é clara. Carvalhal vai ter de reagir, vai ter de conseguir que a equipa reaja. Existe acomodamento face aos objectivos medíocres? Existe mau-estar no balneário? Seja o que fôr, a responsabilidade pela resolução dos problemas tem que seguir a hierarquia. Carvalhal, Casaca, Barros Rodrigues e Sequeira Nunes. Algum destes tem que assegurar que não vamos ter a apatia, a desconcentração e a aparente desmotivação que se viu no Domingo. E os jogadores, obviamente, só têm de responder perante quem manda (em última análise perante quem lhes paga).
Puxem lá por esse brio, joguem à bola e mostrem que são melhores! Porque nós sabemos que vocês são, não guardem o talento na gaveta!
Quanto ao "mister", deixe lá as mutações do 4x4x2, o que interessa é folha limpa e uns quantos secos na baliza alheia. Para levantar a moral a todos!
1:02 da manhã
