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Rescaldo de uma noite eleitoral



Preâmbulo. Tal como prometi na madrugada de ontem, venho aqui dar conta de alguns episódios de bastidores, ocorridos na noite eleitoral e vividos por um sócio comum que teve a sorte de ter colaborado neste importante momento da vida do Clube, como complemento às notícias verdadeiramente importantes, já de todos conhecidas. De resultados não é necessário falar, dada a eficiência dos bloguistas que, à frente das teclas e em cima da hora, souberam levar as novas do Belém aos quatro cantos do mundo. Neste particular, um louvor especial ao Luís Oliveira e ao Henrique Amaral que prestaram um verdadeiro serviço público azul de excelente qualidade. Bem hajam!

Os números. Pouco a acrescentar aos já revelados. Sócios com direito a voto: 7934. Pouco, num universo de cerca de 20.000. Descontando os menores de 18 anos e aqueles que têm menos de um ano de filição, dará para concluir que há muitos sócios (piscineiros? e não só) em situação irregular. Votantes: 1718. Participação muito fraca, aquém das expectativas, longe do record de mais de 3000. Distribuição de elitores: Urna 1 – sócios 1 a 1081 – votaram 271. Urna 2 – sócios 1082 a 2302 – votaram 288. Urna 3 – sócios 2303 a 4289 – votaram 457. Urna 4 – sócios 4290 a 28215 – votaram 702. O resto, já sabem...

O acto eleitoral. Pelo que presenciei (a partir das 17.30) e pelo que me foi relatado, tudo correu bem. Votação calma, com espírito cívico, sem incidentes. Parabéns, Belenenses. Acreditação das procurações algo complicada (era preciso ir às piscinas), mas eficaz. Organização logística correcta. Equlibrada distribuição dos eleitores pelas quatro urnas (vide resultados de cada urna). Vigilância activa dos delegados da Lista A, que tomaram nota de todos os votos depositados por procuração.

Escrutínio. A parte mais longa e pitoresca da “jornada”. Pelo menos na modesta opinião do correspondente local deste blogue, que não terá sido brilhante, mas não estava “roto” (hallo, Luís Oliveira, essas initimidades ambíguas nunca mais acabam...).
20 horas: fecham as urnas. Baptista da Silva manda encerrar o recinto do pavilhão destinado ao escrutínio e declara que a contagem dos votos será feita apenas por membros da AG e funcionários do Clube. Protesto exarado em acta pelos delegados da Lista A por não poderem participar directamente no escrutínio. É despejada a Urna 1. Escrutinadores separam os votos por tipos. Delegados das duas Listas observam.
O escrutínio é lento; a primeira urna leva cerca de 1 hora a apurar. Começa a prever-se (e recear-se) uma noite muito longa. Ao contrário de observações “maldosas” de bloguistas que ficaram de rabo sentado diante das teclas, ninguém lanchou entre dois boletins verificados. Já lá iremos...
Quando já havia montes “A” e “B” consideráveis fez-se uma contagem provisória: cerca de 800 votos A e 900 B. Resultado transmitido ao Cabral Ferreira (vim a saber mais tarde) e primeiro (felizmente único) susto deste: números muito diferentes das suas previsões e altamente preocupantes. Origem da confusão: um escrutinador, o nosso prezado amigo Salema Garção, tinha feito os montes do votos por ele contados... e tinha-se esquecido de entregar para a “molhada” o monte B, com a módica quantia de 800 e tal votos! Corrigido o lapso e feita a recontagem o resultado final foi o conhecido: 807 A, 1793 B. Cabral Ferreira podia começar a sorrir. Alguns delegados da Lista A deram os primeiros sinais de mau humor...
Intervenção dos delegados da Lista B: eu reparei que alguns votos considerados nulos o foram porque no quadradinho de baixo em vez de uma cruz estava a letra B. Falei com os meus “colegas”, pedimos a Baptista da Silva que nos explicasse a razão da anulação, redigi um protesto que assinámos todos e ficou anexo à acta. Em nossa opinião a sinalização gráfica com um B era tão inequívoca como com um X, pelo que os votos deveriam ser considerados válidos. Um “excitadíssimo” delegado da Lista A (eles também se excitam, afinal...) quase me batia, mas ficou-se pela via oral (sem intimidades ambíguas). Em acta está o nosso protesto; em consciência, mais cerca de meia dúzia de votos que deviam ser acrescentados aos 1793 atribuídos à Lista B nesta urna.
A fome começava a apertar. Perante a perspectiva de ficarmos ali até à meia noite (cerca de 1 hora por urna), alguém resolve (em boa hora) lançar um apelo à sede de candidatura: para continuarmos de pé precisamos de mantimentos!
É despejada a 2ª Urna. Reinício da longa rotina: escrutinadores separam e contam, delegados observam. Desta vez sem grandes discrepâncias entre resultados provisórios e definitovos.
A certa altura ouvem-se protestos em voz alta vindos das bancadas do pavilhão, onde muitos sócios assistem de longe ao escrutínio. Mendes Palitos tinha entrado na zona de escrutínio protestando pela presença de Álvaro Ruas. Este sai discretamente, sem responder às provocações de Palitos, que desaparece também. Continua a contagem.
Chegam os mantimentos para os heróicos delegados da Lista B! Em turnos, na discrição possível da entrada dos balneários providencialmente escondida por um pano azul, estes infatigáveis militantes vão mandando o dente a umas já frias, mas salvadoras, bifanas. Segundo erro da noite: somos 7 e só veiram 6 bifanas. Nova mensagem para a sede de candidatura pede a resolução do problema e ameaçamos queimar os votos B se não for rápida...
A contagem da segunda urna chega ao fim. Passa das 10 da noite. Os resultados são muitos semelhantes aos da primeira. Vamos a meio e a tendência é já quase certeza: a Lista B tem mais do dobro dos votos da Lista A. Só uma grande surpresa nas duas urnas ainda por apurar poderia inverter o resultado. Há gráficos em computadores portáteis. Multiplicam-se as informações para o “exterior”. Os bloguistas caseiros bem sabem disso...
Terceira Urna: a mesma rotina. O ambiente é já mais de cansaço e menos de expectativa. As primeiras dezenas de votos abertos mostram não haver grandes diferenças em relação aos já apurados. Tá feito.
Chega a notícia de que Mendes Palitos já telefonou a Cabral Ferreira a felicitá-lo pela vitória. Sempre de saudar, este bonito gesto. Alguns dos delegados da Lista A abandonam o seu posto. Chegou a pensar-se que deveríamos fazer o mesmo, mas não havia razão para tal. Envio uma mensagem ao novo presidente a agradecer a bifana.
Aproveitamos a “descompressão” desta terceira hora para convivermos mais de perto. Além de mim, os bloguistas Joaquim Duarte, Pedro Lourenço, Nuno Gomes e Rui Vasco. Ainda os delagados Rita Monteiro e Sérgio (?), um “puto” azul de quem não retive o apelido, mas tive o prazer de conhecer. Tudo grandes beleneses!
Mendes Palitos é visto na bancada acompanhado de elementos da Media Capital e da SAD da União de Leiria...
Chega a segunda dose de bifanas. Desta vez são 7! 7+6=13. 2x7=14. Conclusão: algum de nós comeu só uma bifana. Não sei quem foi. Eu comi duas!
Acaba o escrutínio da terceira urna. Os resultados são em tudo análogos aos anteriores. Já não há dúvidas. A Comunicação Social presente avança já as notícias com o nome do vencedor.
Início do apuramento da 4ª (e ultima) Urna. Já não há emoção. Quanto ao resultado, claro. Porque a da vitória, essa continua.
A “equipa Cabral Ferreira” entra no Pavilhão Acácio Rosa onde recebe os primeiros abraços, as primeiras felicitações, o primeiro grande aplauso. Sequeira Nunes também está presente. Trocamos os primeiros sorrisos cúmplices com os vencedores. Levantam-se polegares.
Chega ao fim a grande maratona! Os resultados são de todos conhecidos. Os blogues são os primeiros a espalhar as notícias exactas. O computador do Rui Vasco foi uma cábula excelente. Que o diga eu.
Os primeiros momentos do novo mandato. Cabral Ferreira faz as primeiras declarações aos órgãos de Comunicação Social presentes, na qualidade de presidente do Belenenses. Trocam-se abraços entre vencedores e apoiantes. Grita-se BELÉM!
Cumprimentamos Baptista da Silva e os restantes companheiros da noitada eleitoral. Pela meia noite e meia abandonamos o Pavilhão Acácio Rosa, rumo à sede de candidatura da Lista B, do outro lado do Estádio do Restelo. Tenho a honra de ter sido a primeira pessoa a quem o novo presidente do Belenenses deu boleia...
Na sede de candidatura o Armando recebe mais cumprimentos pelo telemóvel. Da Roménia (adivinham de quem?), da Lituânia, de Portugal também. Um deles deixou-o muito sensibilizado, segundo me confessou mais tarde, em particular. Mendes Pinto (atenção: Pinto, não Palitos, este já o tinha feito, como referido) acabara de lhe telefonar a felicitá-lo!
Bebeu-se champagne, acompanhado de alguns complementos sólidos às bifanas entretanto já digeridas, trocaram-se mais cumprimentos e votos de felicidades.
Sequeira Nunes, em notório estado de euforia não só pela vitória do seu “pupilo”, mas também por alguma influência de líquidos ingeridos, toma a palavra por duas vezes. Ambos os discursos igualmente patéticos. No segundo, resolve atacar os blogusitas. Passo a citar:
- Aqueles tipos dos blogues, que passaram o meu último mandato a dizer mal de mim, como aquele ali, o Patrão... – e aponta na minha direcção. Cabral Ferreira corrige-lhe a imprecisão: - Aquele ali não é o Patrão, é o Abel... Sequeira Nunes não se deixa abater. Continua: - Tanto faz, é a mesma coisa, aqui somos todos amigos!

Terminou assim uma longa noite de vitória azul. A partir de hoje esperamos muitos outros dias e noites de vitórias do nosso Clube! Em todas as áreas, inclindo a desportiva, oBviamente...

Saudações azuis.



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