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Cabral Ferreira, descansa em Paz



Tu e eu sabíamos que este dia viria com maior ou menor brevidade, apesar de me teres dito que até os médicos andavam surpreendidos com a forma como a tua doença estava a evoluir. De facto, tu sempre tivestes o condão de superar os teus pares, porque até na média estatística de sobrevivência àquele doença naqueles locais, superastes em alguns meses de permanêmcia deste lado da Vida.
Ontem, enganei-me, ao dizer que a nossa última conversa foi em Agosto.
Não, foi algures antes das minhas mini-férias na Madeira em que o AJJ me fez pagar a sobretaxa numa tíbia.
Nesse dia e àquela hora, pouco antes de jantar, estavas na sala de espera para seres atendido pelo teu médico e andavas optimista e só não falámos mais porque, entretanto, chegou a tua vez de saberes coisas mais interessantes da tua Vida, sim porque bem sabes que sempre te disse que devias largar o Belenenses e ir viver o resto da tua estadia cá deste lado para outras paragens, com mais tempo para a Família e até viajares.
Foi uma conversa bem disposta, como sempre, desde a nossa primeira converrsa algures no final do século passado, em Sines, quando ainda eras apenas um candidato da lista do Sequeira Nunes contra o José Farinha, tendo o Mendes Pinto ficado de fora.
Até aí me surpreemdestes porque demonstrastes saber com quem estavas a falar e demonstrastes interesse em conhecer a minha opinião na área do património.
Foi a nossa primeira conversa e a partir daí, amigos ficámos.
Volta e meia tinhas idéias esquisitas e desatinavas-me a cabeça e depois chamasva-me corrosivo.
Para onde quer que fores, arranja lá um banquinho ao pé do teu, porque um dia a gente vê-se.E nesse dia vamos pôr a escrita em dia.
Teremos todo o tempo do mundo para isso.
Podemos falar das tuas conversas privadas lá com o sargento das batatas, porque no dia em que abordámos isso, estava eu em Paris e tu não quisestes gastar mais dinheiro ao telemóvel.
Depois, conto-te como é que ficou a coisa do Meyong, se é que outro, antes de mim, não se antecipa e te conte a rara sapiência dos senhores da Liga lá do Porto.
Até podemos relembrar epsiódios vividos em comum, como foi o caso de estares tu à brocha com o empreiteiro na obra de reabilitação da bancada dos sócios, em que o tipo se tinha esquecido de meter as tomadas de tv nos camarotes e telefona-te o Sequeira a chatear-te para dares prioridade ao parafuso que faltava na cadeira presidencial. Nem imaginas a cara com que ficastes.
Tivestes só um defeito: tentastes agradar a gregos e trioanos e tentastes impor um estilo muito sui géneris na presidência, mais próxima dos sócios e acabsates por ser algo vítima dessa tua opção. Feitios, não é?
Entretanto, para mim, partistes lá para o outro lado da Vida na condição de Presidente vencedor por cerca de 2/3 da votação e isso ninguém te irá retirar.


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