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Entrevista ao associado Luís Batista



Pelo presente passo a apresentar uma entrevista ao nosso associado Luís Batista, o qual, como é de muitos sabido, é profundo conhecedor do Clube e da nossa SAD, sendo ele próprio administrador da SAD do Odivelas FC.
Amavelmente e sem nada previamente combinado acedeu responder a todas as perguntas que lhe formulei, sem condicionantes, excepto os termos em que a faria.
Deixo à vossa consideração as palavras deste nosso experiente associado em matéria desportiva, em especial na área do Futebol.
E parabéns a quem a conseguir ler até ao fim.

Luís Oliveira (LO) – Comecemos com a sua participação, embora informal, na SAD do tempo do Eng. Cabral Ferreira. Que tipo de SAD encontrou, nomeadamente em termos financeiros, isto é, teria a SAD receitas próprias que a sustentasse? Os compromissos assumidos eram cobertos pelas receitas, pelo Clube e pela Olivedesportos ou não seriam assim tantas as fontes de receita?
Luís Batista (LB) - A SAD estava numa situação muito complicada, após a 1ª analise feita as contas, só havia um caminho, forçosamente efectuar vendas para realizar capital. Da época 2005/2006 estavam cerca de quatrocentos mil euros por liquidar de salários a todo o pessoal da SAD. Outra das dificuldades era os contratos que estavam realizados com valores absolutamente despropositados para a realidade da SAD.
Foi traçado o objectivo, vender e ao mesmo tempo ir ao mercado contratar jogadores de baixo custo mas com valor, e fazer a sua valorização para tentar criar mais valias em termos de futuro. Todo este processo só foi possível com a colaboração do Mister Jorge Jesus, confesso que muitas vezes não foi fácil para ele abdicar de certos jogadores, mas pôs sempre os interesses do Belenenses à frente. Realizamos em vendas 2.800.000.00, e contratamos jogadores com vencimentos para a realidade da SAD. Foi também renegociado o contrato com todos os jogadores.

LO – Que motivos, pessoas ou entraves lhe foram colocados na SAD de então que o levaram a afastar a sua colaboração directa ao Eng. Cabral Ferreira? Ficar-lhe-ia grato que aproveitasse esta oportunidade para explicar o que então sucedeu para que as coisas no Belenenses, por uma vez, sejam claras e mais agradecido ficaríamos todos se identificasse quem dentro do Clube ou da SAD boicotou a sua actividade.
LB - A pessoa que mais criou muitas dificuldades foi a pessoa do Dep. Jurídico Nelson Soares sempre bem apoiado pela Presidenta. O Senhor João Barbosa também contribuiu, mas finalmente começa a dar-me razão, e ao contrario do que eu esperava, agora a pessoa do Dep. Jurídico é mesmo só para as questões jurídicas... como a vida dá tantas voltas e agora até acha bem a SAD ter um Director Executivo. Só me resta dar ao Presidente da SAD o Senhor João Barbosa os meus parabéns. Só lamento é que ele na altura não pensasse como pensa hoje, mas só os burros não mudam, ou então agora esta a querer mostrar quem manda, pode ser que certos senhores daqui a uns dias lhe digam quem manda e ai… volta tudo a normalidade.

LO – Na última AGE sugeriu ter sido afastado da corrida à presidência a favor da candidatura única de Fernando Sequeira, por efeitos de pressões vindas de alguém do Conselho Geral. Quer concretizar que tipo de pressões sentiu, a forma de que revestiram e quem as exerceu?
LB - As pressões que senti e como é do conhecimento de todos os sócios, são feitas em formas de recados “sem o apoio do CG, não vale a pena concorrer”. É evidente que para se formar uma lista forte ou toda as pessoas escolhidas não têm receios ou então partia para eleições derrotado e sem a lista que gostaria de ter.
Quando temos no CG pelo menos 3 fracções a dos Coronéis, Sequeira Nunes e a Ramos Lopes está tudo dito.
Que Clube/SAD sobrevive a isto??? Nunca aceitaria o apoio do CG para me candidatar, aceitaria sim o apoio do sócio mesmo que fosse do CG. Acho que o Presidente do Belenenses têm que ser eleito por escolha dos sócios e não por um órgão meramente consultivo, acrescento mais, devia era ser bem mais fiscalizador com a última direcção apoiada por si, assim não estávamos nas condições que estamos.
O Presidente do Belenenses têm que ser um líder nato, não pode ser um boneco nem permitir que toda as pessoas possam interferir na gestão Clube/SAD.

LO - Também nessa AGE sugeriu ser detentor de um dossier que eventualmente contém documentos algo elucidativos e talvez comprometedores. Quer concretizar, sendo certo que não lhe vou colocar o cronómetro dos 7 minutos que Jorge Coroado fez funcionar na falada reunião de sócios?
LB - Não vou precisar dos 7 minutos, vou só esclarecer que o processo esta a ser analisado pelo Fiscal Único da SAD, conforme foi aprovado na última Assembleia-geral da SAD estou a aguardar serenamente o resultado do inquérito.

LO – Sendo Presidente da SAD do Odivelas FC, como analisa a nossa SAD, tanto mais que é accionista da mesma, em matéria de saúde financeira? Temos fontes de receita suficientes para que os dirigentes nos prometam a Europa ou equipas competitivas?
LB - Não sou accionista da SAD do Belenenses, por motivos óbvios. A SAD do Belenenses em termos de saúde financeira sempre viveu com as receitas da Oliverdesportos e do Contrato com o Clube e com aquilo que não tem.
É evidente que a SAD nunca foi gerida com rigor, sempre gastamos mais do que tínhamos, o que levou a que a sua saúde financeira a piorar de ano para ano.
A SAD nunca teve uma política própria, sempre foi gerida para a época em curso, e conforme as escolhas dos treinadores, nunca se teve o cuidado de trabalhar na valorização dos jogadores, é impossível sobreviver no futebol de hoje sem realizar Proveitos Extraordinários.
Nunca entrou nestes anos todos, um treinador na SAD e lhe foi transmitido o nosso Projecto, o que pretendemos dele e o seu objectivo, automaticamente estamos sempre não mão dos treinadores.
Por diversos motivos contratam este ou aquele jogador mas depois porque fez uma cara mais feia já não serve quando abre o mercado vai-se buscar outro, quanto custa isto numa época??? Acho que se deve fazer sempre reajustamentos nas reaberturas do mercado, mas sempre tendo em contas as lesões ou o menor rendimento e uma contratação ou outra. Só prova que o planeamento da época foi mal feita.
E no nosso Clube é fácil haver o descontentamento, somos todos muito exigentes, e quando se esta a gerir temos que acreditar no nosso trabalho e não agir por meia dúzia de assobios.

LO – É conhecido que a SAD do Belenenses desvia para o Clube um valor importante do aluguer do Estádio, sendo certo que os valores da publicidade estática do Estádio são igualmente transferidos para o Clube. Como analisa este aparente desvio de fundos da SAD para o Clube?
LB - O valor que a SAD paga ao Clube pelo aluguer do Estádio, não é significativo para as contas da SAD.
A SAD factura ao Clube mensalmente uma importância de 150.000.00 mensais. Acontece que este contrato já devia ter sido revisto há uns anos, desde que as receitas da Sala de Bingo, publicidade e quotização reduziram.
O clube até hoje acho eu, recebe toda a quotização, as quotas suplementares, a publicidade estática e claro o resultado liquido do Bingo.
A partir destes dados, antes de cada ano, há que com rigor orçamentar as receitas previstas do bingo, da publicidade, da quotização e ai sim, definir a verba apropriada a ser facturada pela SAD, assim acaba-se de vez com os orçamentos megalómanos na SAD.
Como é que é possível a SAD ter orçamentos de 7,5 milhões de euros?????
Para muito que custe a nós sócios, temos que saber ouvir a verdade. Quando se vai negociar com um jogador não é ele que é importante, quem é importante é o Belenenses, quem tem tudo a ganhar é o jogador em vestir a nossa camisola, pelo que assisti o habito era o contrario, ainda era um favor que nos estavam a fazer em vir jogar para a SAD, como deve calcular esses empresários e jogadores aprenderam nesse ano, mas pelo que se viu esta época alterou-se essa política.

LO – Tem algum comentário que queira fazer face ao ocorrido na última Assembleia Geral da SAD da apresentação e aprovação do Relatório e Contas onde, aparentemente, se tentou fazer um artificio de cálculo para dar prejuízo?
LB - Só houve um único objectivo, foi apresentar prejuízo, para por em causa a gestão anterior. É um relatório e contas como nunca tinha visto, os homens trabalharam com muita prudência, é provisões a mais, acrescento, existem provisões em duplicado, é um Relatório a imagem e semelhança da sua passagem pelo Belenenses dessas pessoas, só não sei se dá para rir ou para chorar. Para mim é também claro que os custos da época 2007/2008 ajudaram e muito também a piorar a situação financeira da SAD, agora alterar os resultados do exercício é que não é sério.

LO – Considera benéfico que haja auditoria externa à SAD e ao Clube? Na afirmativa, considera vantajoso que os resultados sejam veiculados publicamente ou de forma algo reservada ou condicionada?
LB - Não concordo com uma auditoria externa. A meu ver o problema está detectado há muito.
Sempre se trabalhou a procura do resultado desportivo a qualquer custo sem se pensar no dia de amanhã, e assim chegamos ao ponto em que estamos.
Toda a gestão da SAD foi feita ao longo destes anos sem um mínimo de critério e rigor, depois existe o problema de não haver uma liderança forte no Belenenses o que leva, a que muitas pessoas possam mandar e quando assim é...

LO – Como analisa a nossa SAD em termos estruturais, isto é, que tipo de pessoas ou cargos deviam ser ocupados para se optimizarem recursos, nomeadamente na vertente formação de futebolistas, e, bem, assim, evitar problemas maiores no contexto do actual quadro legislativo do Futebol Português?
LB - A nossa estrutura da SAD muitas vezes confunde-se com a do Clube, o que é impensável. O Clube é uma Instituição de Utilidade Pública a SAD é uma sociedade com fins lucrativos, temos logo a partida que ter uma separação bem definida.
A SAD tem que ter a sua estrutura bem definida e uma política sempre com um objectivo: o seu resultado desportivo aliado a uma boa estrutura financeira.
O nosso problema é não termos vivido dentro das nossas reais possibilidades, sem cometer devaneios nefastos para o futuro.

LO – Foi veiculado como valor aproximado do actual plantel na ordem dos 7,5 milhões de euros. Considera que, face ás receitas existentes, a SAD tem condições financeiras para honrar estes compromissos? Serão as receitas do Bingo ou as receitas que o Clube terá de pagar mensalmente suficientes para sustentar uma equipa de futebol profissional, bem como da estrutura que o suporta?
LB - Não consigo imaginar onde se vai arranjar dinheiro para fazer face a esse orçamento.
É completamente impossível cumprir e honrar esses compromissos.
O que mais lamento é que os responsáveis que assumiram este orçamento, vão sair impunes.

LO – Na actualidade do Belenenses, faz sentido falar-se em Clube e em SAD como duas realidades autónomas ou, pelo contrário, a tendência é a maior dependência da SAD face ao Clube?
LB - Claro que faz sentido falar em CLUBE e SAD, são mesmo duas realidades diferentes.
É evidente que a SAD têm sempre uma parte do seu orçamento dependente do Clube, mas não nos podemos esquecer que as grandes receitas do Clube são geradas pela SAD, senão vejamos: quantos sócios existem só por causa do Basquetebol, Andebol ou Atletismo??? A publicidade estática do Estádio está lá porquê??? As quotas suplementares??? Parte das receitas do bingo também não são para o fomento do futebol??? Não podemos analisar as coisas assim, o Belenenses existe e têm a expressão nacional que têm devido ao futebol.
A próxima Direcção do Belenenses tem que decidir que CLUBE/SAD quer ter, o problema vai ser, em que condições vamos estar em Abril.

LO – Como sabe, até há uns anos, o Belenenses tinha como modalidade rainha o Futebol Profissional e acessoriamente o Andebol como a modalidade onde se investia algum dinheiro, sendo o Belenenses considerado uma escola de andebol. Hoje em dia, como vimos por recentes valores publicitados pela actual Comissão de Gestão temos 9 modalidades onde gastamos mais de 2 milhões de euros só em custos directos. Considera que o Belenenses é viável financeiramente com tantas modalidades a gastarem tanto dinheiro, a fomentarem, um continuado prejuízo anual desconhecendo-se que é que as outras 19 modalidades citadas no site oficial gastam?
LB - Eu acredito que o nosso Clube pode ter uma modalidade com maior destaque, e não vejo outra que não seja o andebol. Acho que trabalhamos muito bem em termos de formação e temos que ter a noção que os orçamentos são para serem cumpridos, e se só podemos ter jogadores formados no nosso Clube, que assim seja, não tenhamos duvidas que esses mesmos jogadores vão dar tudo o que tem e o que não tem em defesa das nossas cores. Ao contrario disso, gasta-se o que não existe, mancha-se o nome do Clube só para agradar aos donos dos quintais. Veja o que se passou no Basquetebol, é inacreditável, um Clube como o nosso, estas situações não podem acontecer, não digo isto por concordar com o fecho da competição, acho é que tudo tinha que ser feito com cabeça tronco e membros quando se decide começar uma competição.
Esta comissão, não fez mais que simplesmente uma fuga para a frente de uma maneira grosseira em acabar com os seniores.
Esta no andebol e futsal a renegociar os contratos feitos e muito bem, porque não também no basquetebol, os nossos juniores podiam ter uma oportunidade única de jogar ao mais alto nível.
As modalidades amadoras são para mim, também muito importantes para o Clube, não podemos é ter essas mesmas modalidades com o pensamento que só podem existir para obter títulos, acredito num trabalho de base, feito nas nossas formações e a médio longo/prazo sem grandes custos essas mesmas modalidades podem nos dar grandes conquistas.
Essas mesmas modalidades não podem é ser geridas, como cada responsável da secção deseja, e o que tem acontecido é que as amadoras é uma autentica Republica das Bananas.

LO – Há receitas que um qualquer clube moderno não desperdiça. Como interpreta a ausência de merchandising no Clube e, em especial, na SAD? Como avalia o facto de o Clube ao não permitir o pagamento de quotas pelo Multibanco, poder fomentar indirectamente a saída de associados pela inércia em se deslocar ao Restelo para pagar quotas? Considera tal facto uma situação normal nos tempos que correm em que quase tudo é tratado electronicamente?
LB - O que tem acontecido nos últimos anos, é que as Direcções entram e só se focam no futebol, o resto é paisagem, alguém vai para o Estádio assobiar por ter que pagar as quotas no Restelo??? Claro que não. O problema está em saber que essas e outras medidas por não estar em prática no nosso Clube faz com que as pessoas vão se afastando, todos nos na vida tentamos evolui no dia a dia, o nosso Clube esta parado a 20 anos. Quanto a falta merchandising, onde estão os profissionais da área a trabalhar para o Clube nesse sentido? Isso só se fala, quando não existe dinheiro, é ai que se lembram desses pequenos grandes pormenores.

LO – A este propósito que medidas entende que o Clube ou a SAD deverem serem dadas de forma célere e decisiva para ter produtos à venda nas grandes superfícies de venda de artigos de Desporto?
LB - Temos que ser realistas, neste momento a nossa Marca, tem muitas dificuldades para poder entrar nas grandes superfícies, mas acredito que podia estar presente em muitos lojas de referencia de material desportivo.
Neste momento não somos apetecíveis para grandes marcas de equipamentos desportivos (Adidas/Nike). Pensa-se pequeno, e só porque uma determinada marca oferece cinco jogos de equipamentos e faz um preço por camisola mais baixo na compra, opta-se por ai, para se mostrar que houve um bom contrato, mas ao contrario do que se pode vir a ganhar com essas marcas a mais valia é bem maior.
É claro que depois é necessário trabalhar isso, mas como deve dar muito trabalho...

LO – Que medidas, no seu entender, são necessárias implementar para incrementar as afluências ao Restelo?
LB - O que traz mais afluências de pessoas aos jogos, são os resultados disso não tenhamos a menor dúvida. Depois temos o problema do contrato com a Oliverdesportos, que temos que respeitar, os horários dos jogos e a dias impróprios é muito complicado.
Logo à partida temos esses dois factores negativos. Acho que o primeiro passo é chamar jovens ao Restelo no dia de jogos, temos várias escolas nas redondezas e começar a fazer acções junto das mesmas. Não nos podemos esquecer que muitos de nós fomos levados ao Restelo pela mão dos nossos pais, isso agora já não acontece, e nenhum Clube vive sem juventude na sua massa associativa.
Acho também que as nossas camadas de formação de futebol e da Escola Matateu deviam ser sempre presença assídua nos nossos jogos, só assim se vai ganhando a paixão pelo Clube.

LO – Que medidas, também no seu entender, são necessárias para aumentar a massa associativa do Belenenses?
LB - O que tem sido feito ao nosso Clube nestes últimos anos, só com um grande trabalho de revitalização da nossa imagem como Clube/SAD se pode vir a aumentar o número de associados.
O Belenenses tem que ter uma imagem de força e pujança, temos que deixar de ser só um Clube simpático.
Temos que revitalizar as nossas Piscinas, são uma grande fonte de receita se forem bem exploradas bem como traz o aumento no número de sócios, e por aqui me fico...

LO – É aceitável que a SAD do Futebol conviva nos mesmos Estatutos com as restantes modalidades, sendo certo que a SAD tem órgãos próprios de decisão, quer para decidirem sobre orçamento, quer para decidirem sobre o Relatório e Contas? Não faria sentido que a SAD tivesse um tratamento diferenciado e autónomo dentro dos Estatutos?
LB - São Estatutos totalmente diferentes e responsabilidades diferentes.
A SAD tem que ser autónoma, não só no papel, mas também na pratica.

LO – Como sabemos, alguns resultados eleitorais foram inquinados pelo voto por procuração, sendo o caso mais evidente a da última eleição para o Conselho Fiscal e Disciplinar, onde o peso do voto dos sócios mais antigos se fez sentir decisivamente. Como é possível articular-se o acto democrático que é uma eleição com os módulos de anos que conferem mais peso específico aos sócios mais antigos? É favorável à política de um sócio igual a um voto ou, pelo contrário, poderemos encontrar uma solução de compromisso entre o modelo actual e um mais próximo de algumas ambições de associados mais novos?
LB - O que está em causa não é a ambição de associados mais jovens, somos todos associados, esta sim em causa, é um grupo de sócios pelos longos anos que tem a frente do Clube, conseguirem desta forma manobrarem como foi o caso que referiu bem como todas as últimas eleições.
Acho que um sócio um voto é o modelo mais democrático, mas não me choca premiar a antiguidade, só que acho que devia passar de 5 anos 1 voto, para por cada 10 anos mais 1 voto, mas é simplesmente a minha opinião.
Se reparar a anos e anos que isto se discute e vamos ver se é desta que se resolve, porque nas assembleias é um sócio um voto, enfim...

LO – Considera útil a existência do Conselho Geral nos moldes em que existe, sendo cada vez mais evidente e notório a sua continuada tentativa de condicionar a actuação de órgãos sociais eleitos? Considera tal actuação legítima?
LB - Concordo com a Existência do Conselho Geral conforme vem nos nossos Estatutos no artigo 92 ponto 1 e 2, não concordo é com o seu modo de actuação actual, são coisas distintas.
Como nos sabemos todas as últimas Direcções bem como esta Comissão de Gestão, tem o cunho do CG, e os resultados estão à vista.
Quem é eleito esta sempre na mão de 5/6 senhores, porque queira-se ou não foram eles que lhes deram o cargo. Se analisar com mais frieza todos os últimos Presidentes da Direcção e Assembleia-geral foram a reboque do que se decide no CG.

LO – Que recomendações faria à Comissão de Revisão de Estatutos para que o Futebol Profissional, através da SAD, seja viável estrutural e financeiramente no seio do contexto geral do Clube?
LB - Eu acho que só se esta a preparar uma revisão de estatutos para o Clube.

LO – O signatário é, talvez, um dos muitos que veria com bons olhos uma candidatura de rotura com status quo vigente da indigitação de órgãos sociais via CG, pelo que lhe pergunto se considera que pode vir um dia concorrer ao cargo de Presidente do Belenenses ou apenas lhe seduz o cargo de Presidente da SAD? Que condições espera ver reunidas para poder concorrer sem constrangimentos?
LB - As eleições era eleger uma direcção e um Presidente do Belenenses e não da SAD, como tal não estava a concorrer só para a SAD, mas confesso que também seria o Presidente da SAD, essa responsabilidade era minha e da equipa que me acompanhava.
Senti essa obrigação de me candidatar após o falecimento do Amigo Cabral Ferreira, entendia na altura que era a hora de não deixar cair o Clube/SAD no abismo. Era um sentimento até um pouco de revolta pelo estado financeiro em que se encontrava tanto o Clube como a SAD, acrescento ainda por tudo o que vi e senti naquele espaço de tempo que estive a exercer funções, e ia sabendo o CG se preparava para encontrar a todo custo um candidato desde a demissão do Cabral Ferreira do Clube. Conhecendo aquela casa como eu conheço, e sabendo as quintas os quintais existentes, o CG na minha opinião não quer ninguém na Presidência do Belenenses que não seja eleito por esses tais 5/6 Senhores.
Nós temos acompanhado ao longo destes últimos anos o declínio do nosso CLUBE/SAD, a excepção às últimas 2 épocas desportivas, sim só deportivas, o que podia vir nessas eleições ou era muito bom ou muito mau, veio-se a verificar que o que nos calhou em sorte foi o muito mau. Sinto que tenho capacidades para levar o Belenenses onde ele merece estar, mas neste momento e perspectivando o que será o Belenenses em Abril de 2009, não me vejo a ser Candidato. Espero estar muito enganado, ou então os números trazidos a público são um bluff, e como estão a fazer para não haver candidatos em Abril de 2009, e lá vamos voltar às Juntas/Comissões etc etc etc..

LO - Esta entrevista já vai longa, mas há algo que sempre me preocupou que consiste na rentabilização do património do Clube. Na sua opinião, temos Estádio a mais e campos a menos? De que forma adequaria os cerca de 13 hectares de terreno para deles rentabilizar em receitas próprias e permanentes? É adepto do projecto imobiliário dentro ou fora dos nossos terrenos desportivos, sendo certo que a autarquia lisboeta é devedora de lotes de terreno urbanizáveis?
Temos campos a menos isso é uma realidade, a nossa formação tem que trabalhar com dignidade, é a base de tudo em termos de futuro para a nossa SAD, é evidente que não é só campos que falta a formação é muito mais, mas isso era outra conversa.
LB - Eu não compro a conversa dos tais projectos imobiliários que aparecem sempre em alturas de eleições, é areia para os nossos olhos, porque só quem não esta dentro da realidade é que pode esperar que neste momento que a CML nos entregue de mão beijada lotes de terreno, isso só vai acontecer depois de muita luta com a Câmara
Temos que ser realistas, a CML neste momento não vai entregar nem um lote de 50m2, portanto só depois de sabermos o que temos é que podemos projectar.
Não acredito que seja autorizado alguma alteração ao Complexo do Restelo.

LO – Por fim, e dentro do que não lhe perguntei, que outras considerações gostava de deixar à massa associativa ou aos actuais responsáveis do Belenenses?
LB - Á massa associativa, deixo a seguinte mensagem “Podemos ter a imaginação por companheira, mas temos de seguir a razão como guia”
Aos actuais responsáveis só lhes digo que a forma mais fiável de antecipar o futuro é compreender o presente.

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