O candidato Cabral Ferreira
Armando José Cabral Ferreira é o nome do meu amigo Cabral Ferreira, o qual aprendi a gostar e a estimar fruto do facto de ter metido na cabeça em organizar almoços da Mailing List, a começar por Sines e prolongamento na Trafaria( só não fui a outros almoços pela mesma razão que muitos me invocaram em cá não poder vir...preguiçosos), sendo certo que o primeiro contacto que com ele tive foi, também, por coincidência, em plena época eleitoral em que a lista de Mendes Pinto foi excluída pelo famigerado Alberto Regueira (vulgo, emplastro, como o Pedro aqui o retratou), actual presidente do "conselho do não-sei-das-quantas".
Lembro-me bem desse almoço (ele não veio ao 2º almoço cá do sítio) pelas viscissitudes antes criadas e pela sã convivêncvia de belenenses de diversos sítios que apenas se conheciam pelas teclas, não sendo raro a exclamação de cada um após a apresentação de outro "Ah, você é que é fulano?!"
Almoço este em que o actual candidato mandou todos ás urtigas, após ter o papo cheio e apenas lhe faltou ressonar em plena mesa. É o peso da idade...
Mas porquê eu falar nisto?
Muitos não sabem, mas entre mim e ele existe uma amizade que o tempo e as condições de cada um certamente não vão destruir.
Mas é uma amizade fruto da troca de impressões sobre temas à volta do Clube de Futebol "Os Belenenses".
Sabe ele, em primeiro lugar, e os outros depois, que eu coloco os interesses do Clube à frente das minhas amizades pessoais.
Peço-te para relançares o Futebol
sempre a lutar pelos 4/5 primeros lugares
Sabe ele que eu tive uma experiência "traumática" com o actual Presidente num dia em que apareci inopinadamente no Restelo e partilhei a mesa com os dirigentes lá sentados (19 de Setembro de 2003). Situação que não quero ver repetida.
Se as coisas não ficaram bem pela atitude do SN, o qual estava mais interessado num parafuso mal apertado que em esquecimentos do empreiteiro, ficaram, todavia, mais desanuviadas com um ex-membro da SAD.
Em termos de humildade e simplicidade, o Cabral Ferreira está nas antípodas do Sequeira Nunes, daí ser pouco claro para mim a sua presença na Assembleia Geral, muito embora seja um lugar tipo prateleira dourada que se dá ao SN. Também me causa alguma surpresa a presença de um outro actual membro da Direcção, mas isso são estórias de outro rosário.
Espero que o facto de ele agora ser candidato à cadeira de presidente não o faça mudar de atitude em relação aos amigos.
Como atrás disse, o signatário coloca os supremos interesses do Clube à frente das amizades pessoais e isso já lho disse a ele mais que uma vez.
Ou seja, e isto para ser claro sobre esta candidatura, cujos exactos contornos gostava de melhor conhecer, bem como aos desígnios da mesma e não diluídos pelo folheto aqui recebido, se o Cabral Ferreira aparecer nas eleições com um projecto ambicioso para o Futebol que não sejam meras palavras de circunstância, que não sejam jantares de Casino, que não seja arranjar padrinhos, alguns deles doutros emblemas (v.g. o caso da Bárbara Elias), andar de um lado para o outro à procura de medalhas na Natação, promover as Stepyy-não-sei-quantas ou o proliferar de modalidades amadoras (aqui, salvaguardo uma sobre a qual um dia falarei), então até poderei encarar um voto de confiança nele.
Mas o projecto ambicioso para o Futebol tem de ser bem descriminado e fundamentado.
Tudo quanto passe abaixo dum projecto imediato abaixo do 5º lugar não é projecto ambicioso. Nem sequer é projecto.
É um deixa-andar.
O Cabral Ferreira tem um passado muito ligado à área das modalidades amadoras. Dá pernas a modalidades e depois, na prática, entrega-as a terceiros para as gerirem.
Vidé a este propósito um documento por ele subscrito para um congresso de "Amadoras que passado e que futuro". onde é clara sua natural predilecção pelas modalidades amadoras.
Aí ele encara o Belenenses sob duas ópticas.
Um com SAD e outra sem SAD e em ambas surgem 3 departamentos autónomos entre si, estanques digamos assim, apenas dependendo da Direcção e que são:
1. Direcção de modalidades com atletas subsidiados
2. Direcção de modalidades com ateltas não subsidiados e
3. Direcção de Marketing e Relacões Públicas
Na eventualidade de não haver SAD, acrescentava-se o 4º departamento, também estanque e que é a Direcção de Futebol.
Aconselho a revisão deste tipo de estrutura assente na antiga "staff and line" proveniente do Mercantilismo de Adam Smith do Século XVIII e extensão ao século XIX, através do seu livro "A Riqueza das Nações" que enunciou tal tipo de estrutura de empresa, estando desactualizada, numa Sociedade com empresas que se querem modernas, vocacionadas por uma gestão por objectivos.
Voltando à SAD, sendo certo que a fase da asneira teve como epicentro uma actuação irresponsável, tendo arrebitado um pouco o caminho a partir do momento em que o Sequeira Nunes assumiu cumulativamente a presidência da SAD com a do Clube, convém que o Cabral Ferreira esclareça agora a sua posição face ao Futebol e à SAD, nomedamente se vai assumir a sua presidência ou delegará em alguém e quem.
Convém, igualmente, que ele esclareça quem é quem na SAD, a interligação das pessoas com o Futebol propriamente dito.
Anoto que João Gonçalves faz parte da lista de Cabral Ferreira, esperando que o mesmo senhor não seja indigitado para a SAD, porque já demonstrou inaptidão para as funções que tal cargo exige.
Mais, ainda, antes da SAD, convém ele esclarecer quem é quem na SGPS e a forma como se vai desenvolver o projecto imobiliário e que contrapartidas finaceiras resultam para o Clube de uma forma cronológica de fluxos financeiros (atenção, que não tenho nada a ver com os "dizeres" do Mendes Palitos sobre esta matéria) que directamente possam beneficiar o Clube.
Duma coisa estou tranquilo face ao seu passado recente : é um candidato que saberá gerir bem um projecto imbiliário daquela envergadura. Isto porque:
Ele tem, também, o seu passado ligado à recente remodelação de todo o Complexo Desportivo do Restelo e aí, por força da minha profissão, reconheço-lhe o mérito de ter sido um bom mestre de obras, tal como o escrevi aqui no passado.
Mas não lhe conheço, ou conheço mal, ou seu papel na área que mais me interessa saber e mais me preocupa: o Belenenses no seu todo, a sua Imagem na Opinião Pública, a reabilitação de ex-associados e, fundamentalmente, o projecto para o Futebol.
O resto, como ele bem conhece o que penso, é acessório e estando lá o Ricardo Schedell espero dele uma análise casuística aos centros de custos do Clube, origem das receitas e aplicação de fundos, em suma a viabilidade de cada centro de custos/amadora, por forma a não condicionar o projecto para o Futebol.
Espero ainda que ele revitalize uma áea que está desertificada: o marchandising e o marketing, esperando, igualmente, uma actuação eficaz sobre a Comunicação Social.
Embora eu não seja um consumista de produtos desportivos, há todo um manancial de receitas que se podem obter duma loja online, com o compromisso desde já assente da canalização de tais receitas para o Futebol.
De facto, já não compreendo a razão da não existência da loja online, de se prescindir de dinheiros que se canalizavam para a SAD e assim é quase o zero absoluto.
A bola está do lado do Cabral Ferreira e não basta acenarem-me com X ou Y jogadores, porque são situações ocasionais e não sustentadas e que não geram consolidação de activos.
Quero um projecto, quero poder sentir o que antes sentia quando ía ao Restelo: a grande possibilidade ou probabilidade de ganhar quase sempre.
Sei que ele vai ganhar, porque a Lita A não é alternativa, mas será útil não abusar da paciência dos sócios, a qual nos últimos anos já deu mostras de estar no limiar da falta de paciência para um Clube sem uma equipa de futebol competitiva e que nos garanta lugares europues de forma continuada e sustentada (vidé a desertificação progressiva do Restelo).
Há um outro trabalho que urge fazer: remodelar os Estautos à realidade moderna dum Clube que se quer virado para a Modernidade e não para "o tempo passado". Mais dos que as taças que estão no Museu, quero sentir a possibilidade de aumentar o valor desse museu com novas conquistas.
Há um órgão inútil no Clube, há dúvidas interpretativas em áreas dos Estatutos, enfim, há que refazer o nosso Código Civil, que é como quem diz reformular a nossa Lei Orgânica.
Nesta reformulação, é meu entendimento que 2 anos são curtos para se fazer algo de construtivo, pelo que os Estatutos devem, também, consignar a base mínima da duração de cada mandato, a qual, no meu ver, deve ser não inferior a 3 anos, quando não, a ser de 2 anos, que razões terão os associados para se exigir contratos de larga duração com profissionais de futebol?
Em suma, há no Armando José Cabral Ferreira razões para ter esperança e confiança, apesar de ser uma espécie de evolução na continuidade, porque aquilo que o outro candidato nos oferece é uma mão cheia de nada e outra cheia de areia.
Vote ou não vote, por efeitos da maldita distância, e quem me ler, recomendo o voto num homem simples, que nós conhecemos, que se dá connosco à mesa de qualquer restaurante ou tasca de esquina. E sobretudo, ouve-nos.
E o voto só pode ser no Armando, mais conhecido por Cabral Ferreira ou por José Cabral na visão do Homero Serpa.
Agora, Armando Cabral Ferreira estás feito, porque ou nos dás o que queremos, com o Futebol sempre muito à frente de tudo, ou fazes um mandato e calças as pantufas.
Saudações Azuis.
1:00 da manhã
