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À mulher de César não basta ser...



Notas Prévias:
Se alguém está transitoriamente a chefiar uma entidade orgânica, até que se realizem as respectivas eleições, prervistas para Abril no caso do Belenenses, sucedem aqui duas coisas:
1. a CG só tem poderes de actos de gestão corrente, tal como um qualquer dirigente da função pública e fora dela, após o termo da comissão de serviço só pode exercer actos de gestão corrente e sem poder assumir novos compromissos em relação à entiadde e uniadde que está a chefiar a título transitório.
O dirigente que se lhe segue até pode ser o mesmo, mas enquantoa tutela não sancionar o acto, só pode exercer actos de gestão corrente.
Isto é dos livros e do Direito Administrativo.
2. concedeu-se uma tolerância adicional a esta CG de estar no poder do Belenenses, porque, de facto, o seu mandato conferido em AGE de 29 de Setembro cessaria em 18 de Abril deste ano e não até que hajam novos corpos sociais.
3. neste contexto, surpreende-me e não me surpreende o comunicado da CG publicado no site oficial e nos órgãos de comunicação social, o qual deu uma péssima Imagem Pública deste Belenenses.
4. surpreende-me porque julgava eu que haveria juízo da parte de quem nos governa e não me surpreende porque tal comunicado veio de onde veio.

Confesso-vos que ao longo dos muitos anos de convivência directa ou indirecta com muita gente do Restelo que haviam certos temas de conversa quase recorrentes e um deles girava quase sempre à volta das constantes diabruras do João Barbosa, qual delas a mais hilariante ou mais gostosa de ouvir.

Não está aqui em causa a pessoa do João Barbosa, nem tão-pouco a sua condição de belenense que não lhe nego possuir.

O que lhe reprovo com veemência é a alguma falta de tino dos seus actos e das suas intenções, dado que o dirigente do Belenenses João Barbosa certamente quase nada deve ter com a pessoa, a julgar pelo comunicado que fez publicar, maltrando a Imagem do Clube que ele como responsábel devia defender, não só por ser sócio, mas por maioria de razão e responsabilidade por ser dirigente do Clube em efectiviadde de funções e porque tal lhe foi confiado pela AGE.

De resto, se o dirigente João Barbosa fosse levado a sério pelos seus pares, não seria tratado pelo António Oliveira da forma como publicamente se referiu a ele sobre a questão do empréstimo do Mendonça. É que se o João Barbosa com outros procedesse de igual forma como procedeu com o Estrela da Amadora, não teríamos o modesto, mas afável, Almada Atlético Clube e seus dirigentes a criticarem o João Barbosa por ter utilizado o campo do Pragal e não lhe ter pago e, ainda, por não pagar a formação do Mano. E mais a não nos autorizarem a andar de casa ás costas para o Pragal, onde há muitos e bons belenenses, coisa que o Jorge Jesus aprioveitou até á exaustão quando ressolveu pegar na equipa e ir para lá, ondfe o apoio era maior que no Restelo. Lá fomos para Massamá, ou seja, terra de lampiões, porque não pagamos uma dívida irrisória a um modesto Clube de tradições azuis.

E vem isto a propósito do hilariante, triste, desfocado e decontextualizado comunicado da Comissão de Gestão que se leu aqui nas páginas do Record online e, já agora, também no site oficial.

A Comissão de Gestão resolve praticar um acto que até hoje nenhum executivo ao nível político conseguiu fazer: o de intervir directamente nas eleições ou num acto eleitoral, descascando casca-pessegueiro na Lista A (podia ser até noutra qualquer que o meu sentido crtítico mantinha-se por igual). E isso na qualidade de representação do Clube está-lhe vedado, nomedamente no respeito do estrito sentido dos poderes que lhe conferidos da "eleição" em AG.

Nós todos sabemos que a Comissão de Gestão está no poder do Belenenses de forma ilegal.

E o que é a dita CG diz sobre a matéria? Isto:
1. A Comissão de Gestão do Clube de Futebol "Os Belenenses" foi eleita em 29 de Setembro de 2008, em Assembleia Geral do Clube, tendo-lhe sido conferidos poderes rigorosamente idênticos aos que estatutariamente significam as competências da Direcção.

Toda a gente sabe que tal eleição resultou de mais um acto desastrado, ilegal e por eventual desconhecimento das normas estatutárias por parte de toda a Mesa da Assembleia-Geral, pelo facto de apenas se ter observado uma maioria simples de votos e não a maioria qualificada exigida estatutariamente. Observe-se que o desconhecimento da lei não beneficia o infractor.

A única pessoa que tentou chamar á razão a Mesa da Assembleia-Geral à data da validação desta CG foi Fernando Gouveia da Veiga Gomes, o qual numa breve conversa informal me confessou ter tentado chamar à razão o Jorge Coroado, tendo este ignorado os seus reparos.

E, pronto, com este gesto esta CG tomou posse, quando o que era mais elegante e legal ter sido feito para o Clube seria, na ausência de uma votação qualificada de 2/3 de votos, a marcação de eleições gerais antecipadas para todos os órgãos sociais do Clube. Mas isto já eu reclamava quando o Sequeira se pisgou, quanto mais naquela altura...

Mas entende a Comissão de Gestão, no seu comunicado e no já citado ponto 1 do seu comunicado e que volto a reproduzir:
A Comissão de Gestão do Clube de Futebol "Os Belenenses" foi eleita em 29 de Setembro de 2008, em Assembleia Geral do Clube, tendo-lhe sido conferidos poderes rigorosamente idênticos aos que estatutariamente significam as competências da Direcção.

Se assim é entendido pela CG, então porque diabo não nos apresentou um orçamento e porque diabo não nos apresentou previamente ao acto eleitoral um único relatório e contas?

Pergunta-se: onde, em quê, quanto e como se poupu dinheiro?

Ninguém sabe e tenho sérias dúvidas que a própria CG o saiba, pela forma como aponta diversos passivos diferentes de cada vez que alguém publicamente fala em números, conforme podemos ver no Record oline.

Porque razão a CG em vez de andar com comunicados claramente eleitoralistas e favoráveis ás teses da Lista B, não intervem mais directamente na equipa de futebol por forma a evitar-se a descida de divisão, que é quase uma inevitabilidade? Não seria isso que seria de esperar? Não foi, também e principalmente, para isso que está lá? Não configuram os estatutos a primazia do futebol sobre o resto?

Porque razão temos ainda salários em atraso, sendo certo que vai haver enorme pressão sobre os clubes por forma a pagarem até final de Maio sob pena de eventulamente não participarem da liga de 2009/10, ou seja, nem na I Liga, nem na II Liga? Acaso, se poupou, não soube gerir o dinheiro para gastar até Maio?

Porque razão, anda andámos entretidos numa catastrófica viagem a Angola, sem se ver qualquer resultado prático visível de tal deslocação?

Houveram despesas certamente, nomeadamente em presentes oferecidos aos responsáveis angolanos. Ora, não havendo orçamento, de que verba extraíu ele o dinheiro para estes gastos? O Conselho Fiscal emitiu parecer? Ou nem sequer foi consultado?

Porque razão tal deslocação se fez ao arrepio da equipa técnica, a qual mais não fez que ter de acatar a decisão da CG em ir fazer turismo a Angola?

Porque razão tal deslocação se fez nas vésperas de se receber o FC Porto e sob os interesses exclusivos do Kabuscorp e seu presidente, o qual, parece , lá nos fez o favor de pagar a viagem?

Porque razão se fez tal "excursão", sendo certo que a equipa já nessa altura e desde o início do campeonato o que mais precisava era de entrosamento e de descanso? Não é certo que os jogadores acusaram, segundo palavras deles, algum cansaço?

Porque razão nem sequer os € 450.000 relativos a 9% das acções entraram nos nossos cofres? Já agora em que nome estão titulados esses 9% de acções?

Porque razão está o acordo por assinar?

Já agora, porquê a opção Kabuscorp e o seu presidente e não outro emblema de mais prestígio? É assim que queremos ser grandes?

Afinal, que fomos fazer a Angola?

E, depois, lá vem a Comissão de Gestão, ao arrepio da tradição no Clube de cada Direcção assumir em seu nome/nome do Clube os erros dos seus antecessores, tal como Cabral Ferreira o fez em certa AG onde assumiu os seus erros e os de terceiros, sem querer atirar para esses, por estarem ausentes, tudo aquilo que, até ver, em Assembleias-Gerais, quer do Clube, quer da SAD, se prova que, com excepção do mandato do Fernando Sequeira, os mandatos de Cabral Ferreira foram de contenção de despesas. Foi tal aprovado em AG.

E também foi aprovado em AG da SAD um passivo fabricado que se veio a provar estarmos perante um lucro efectivo de exercício.

E por falar noisso, a quem a CG se refere quando fala no seu ponto 4 o seguinte:
4. No âmbito da sua actividade, a Comissão de Gestão, que encontrou o Clube em situação económico/financeira muito débil, o que é do conhecimento dos associados e consequência dos últimos anos de gestão, tem cumprido, num quadro de enormes dificuldades financeiras, as responsabilidades do Clube no que concerne ao pagamento de salários e impostos;?

Não podia João Barbosa ter utilizado a Comissão de Gestão para atacar uma lista candidata ás eleições do Belenenses, por lhe estar consagrado o dever de equidade, respeito e de garantia de urbanidade e igualdade da realização do acto eleitoral para todas as candidaturas, sem excepção.

Jorge Coroado pediu a todas as listas urbanidade na discussão das propostas de cada uma e compete a cada lista intervir no acto eleitoral, não competindo tal à CG. Que dizer se a quebra de tal recomendação partiu da CG?

O que ora foi feito pela Comissão de Gestão foi um acto indigno de quem ilegalmente, ao arrepio do consagrado estatutariamente, ocupa o poder no Belenenses.

Ou, melhor, à mulher de César não basta ser séria. Terá, acima de tudo, parecer ser séria e os casos atrás citados em nada abonam a favor quer da CG, quer de João Barbosa.

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