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Afinal, os lampiões só nos ganharam por 1-0



Notas Prévias:

Quando vi último Beleennses -Benfica, fiquei com a certeza de dois golos irregulares, ou sejam, o 3º na sequência de um livre de uma falta inexistente do Mano, que se limitou a ir á bola, como o fez, caíndo o árbitro na esparrela da fita do jogador adversário e do 4º golo, obviamente fora-de-jogo.

Já o lance do golo do Cardozo permite-me ainda conferir ao fiscal de linha alguma dose de compreensão.

Interrogo-me, no entanto, se fosse ao contrário, issto é, se aqules 3 lances fossem jogadas nossas será que davam os tais 3 golos como válidos ou eram, pura e simplesmente, anulados?

Vou pela 2ª hipótese e para falar em precedentes nesta matéria, basta recorrre aos 4 penalties não assinalados pelo Pedro Henriques (sim, foram 4 e não 3 penalties).

E socorro-me, também, daquela derrora por 1-2 que até valeu um golo que o Justino tinha agarrado antes da lina de golo, não se percebendo como é que o fiscal de linha e o eterno Vitor Pereira descobriraram ali um golo com a bola oculta no corpo do guarda-redes.

E, ontem, no tal trio de atque, só o lampião está de acordo com a justeza dos 4 golos, não exactamente pela legalidade de todos os golos, mas pela sup+remacia duma equipa em relação a outra e aqui dou-lhe razão.

E deixo-vos com mais uma tentativa de limpar a imagem negativa que o Olegário deixou no campo de outro impagável gelatinoso nas páginas do sempre pasquim-mpor onçline, pela pena do Querido Manha (raio de nome..querido...), porque o objectivo deste e outros é celebrar e até entronizar esta vitória como se fosse a vitória do século, sem má
cual, quando afinal tem 3.

Uma leitura estranha da regra do fora-de-jogo, agravada pela exibição de um gráfico falso de imagens virtuais, transportou um lance banal de futebol, o golo de Cardozo no Restelo, para discussões frenéticas em meios de comunicação e redes sociais, a evidenciar um conhecimento das leis ao nível do baixo índice europeu de prática desportiva.

AFIFA reconhece que a Lei 11, embora das mais curtas, tem o rótulo de ser das mais complicadas e controversas. Mas, pode ler-se no site da FIFA, "isso não corresponde à realidade: a Lei 11 é muito fácil de perceber, tão fácil como 1, 2, 3 - 1 de posição, 2 de interferência na jogada, 3 de infração".

Oponto 3 não chegou a verificar-se nos golos de Cardozo e Ramires, embora no último caso se observasse o ponto 1, de fora-de-jogo posicional. O primeiro lance é de cabo de esquadra: Cardozo estava atrás da linha da bola e não era preciso ter olho de falcão para o perceber. O último era mais complexo e admitiria a invalidação se o cruzamento de Fábio Coentrão se dirigisse a Ramires (interferência), o que não foi o caso, antes de o brasileiro ser recolocado em jogo pelo desvio deliberado do defesa do Belenenses.

Em conclusão, duas excelentes decisões do árbitro auxiliar transformaram-se, injustamente, em censuras ácidas e notas negativas à equipa de arbitragem. Bastaria que os responsáveis da transmissão televisiva, conhecendo bem a regra, soubessem interpretá-la em tempo real - como se exige ao fiscal-de-linha - para nos poupar a discussões absurdas. Como a meteórica passagem de Carlos Azenha pelo futebol real novamente confirma, este desporto simples é muito mais do que cultura genérica "enriquecida" com terminologia da moda: a televisão tem responsabilidades especiais relativamente a um bom conhecimento das regras do jogo e há muitos anos presta esse serviço em outras modalidades, através de comentadores de elite que nunca ficam fora-de-jogo.

Apropósito, a contestação de Roger Federer às decisões do "olho de Falcão" no Open dos Estados Unidos ajuda a perceber a resistência da FIFA a um mecanismo que, ao revelar imprecisões na leitura do contacto de uma bola pequena com uma linha no solo, torna-se absolutamente falível quando aplicado a um desporto em que a bola está sempre em suspensão. E de utilização altamente perigosa, a julgar por este episódio do Belenenses-Benfica, que nos transporta a episódios dos primeiros tempos das "imagens virtuais" no final do século passado: elas são muito fáceis de manipular e condicionar, ficando à mercê de analistas incompetentes ou desonestos.

Apesar de a arbitragem ser tema central da maior parte dos debates televisivos, nunca despertou nos meios o interesse de realizar um programa dedicado às regras que ajudasse a desanuviar a tensão sobre sector tão sensível e dotasse os adeptos de melhor entendimento. Aliás, o interesse pelos desportos e pela arbitragem aumentaria entre as crianças portuguesas se lhes fosse dada mais informação específica sobre cada desporto, alguns bem interessantes enquanto exercícios de administração regulamentar. Sempre seriam menos adultos fora-de-jogo no futuro.

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