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Ainda a mascote



Anda a Direcção do meu Clube a fomentar uma espécie de concurso de idéias no sentido de encontrar a mascote adequada ao Clube de Futebol "Os Belenenses".

Em meu entender, andamos a perder tempo, porque, sem desprezar as idéias, ou parte delas, que eventualmente já tenham sido entregues, as quais poderão ser somadas à mascote eleita, em termos de vendas como mascotes alternativas, gostava de relembrar o que Homero Serpa escreveu em tempos no jornal A Bola sobre os símolos do Belenenees, de entre os quais surgiu o golfinho - vidé crónica de Homero Serpa neste post, deixando aqui uma achega, para quem não tiver paciência de abrir segunda página:

Golfinho era o nome de um dos três submarinos da Marinha Portuguesa que, naquele tempo,habitavam a incipiente base instalada na doca de Belém, perto das instalações, também acanhadas, da Aviação Naval, de onde saiu aquela espécie de gafanhoto que atravessou o espaço aéreo do Atlântico Sul, navegado por Gago Coutinho e pilotado por Sacadura Cabral.
Dois daqueles navios descansavam das suas imersões atlânticas na placidez da doca, mas um terceiro ficava ao largo, ora com a proa apontada a montante, ora a juzante, ao sabor do ritual das marés.
O meu tio Mário, que jogara no Belenenses e tinha como episódio festivo um golo marcado do meio campo ao F. C. Porto, no campo da Constituição, era tripulante do Golfinho. Cada vezque o Golfinho partia, Tejo fora, a família ficava preocupada, embora o meu tio jamais tivesseposto em causa a segurança do submersível.
Numa tarde límpida e serena, da exígua ilha de areia que rodeava a Torre, vi o Golfinho recortado no horizonte cinabrino. Já tinha cruzado a barra e deixado a estibordo a silhueta original do Bugio solitário, navegava na direcção da base, dividia as águas do Tejo com desvelos de amigo. Não as fendia com arrogância, não levantava escarcéus de espuma, apenas deslizava suavemente por aquela sempre sonhada estrada do regresso. Por causa desse doce navegar, às praias da Trafaria, de Algés e de Pedrouços, não chegou ondulação que assustasse: as canoas e as chatas, fundeadas para além da rebentação, apenas balançaram um pouco, empinando-se como cavalos assustados, e os banhistas lamentaram não poderem brincar na crista das ondas como meninos na redoiça.
(.../...)
A adopção do golfinho como símbolo do Belenenses, um Belenenses cor-do-mar, um Belenenses da praia, um Belenenses ribeirinho, com milhares de adeptos espalhados por vários pontos do litoral, não traz mal ao mundo nem representa uma iniciativa pueril. Mas não pode ter o significado vasto e sensorial implícito no leão e na águia representados nos emblemas do Sporting e do Benfica, aliás ainda no do Sport Lisboa.


Golfinho era, de facto, um símbolo do Tejo em tempos idos, quando as águas a tal o permitiam, tendo passado a ser o submarino Golfinho, um dos três de então da frota da Marinha, tal como Homero aqui nos descreve.

Atente-se ao que Homero faz recordar nestas linhas: O golfinho...não pode ter o significado vasto e sensorial implícito no leão e na águia representados nos emblemas do Sporting e do Benfica, aliás ainda no do Sport Lisboa.

Se Homero Serpa insistía na associação do nome golfinho a um símbolo do Clube, eis que está directamente associado o meio ambiente em que o Belenenses vive.

De facto, o nosso enquadramento está contido na Epopeia das Descobertas.

Estamos felizmente cercados de obras de arte construídas ao longo dos séculos, após o reinado de D. João II.

Para além do submarino, temos a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, o Padrão dos Descobrimentos, a rosa dos ventos e todo o manancial de aparelhos que se foram revelando na arte de navegar, a saber: sextante, quadrante, bussola, ampulheta e por aí fora, bastando, para tal, ir ao Museu da Marinha ali ao lado do Planetário.

Várias são as casas que apenas se dedicam à venda desta natureza de produtos, a que se podem associar outros de índole pedagógica, como sejam a contrução de puzzles de navios, mapas e artes dos Séculos XV e XVI.

Como é que faríamos isto?

Muito simples, pintando o emblema do Belenenses em cada peça, ou, de preferência, solicitando a um bom especialista nessa área idéias de transformar quer os monumentos, quer os os instrumentos de marear como peças de exclusiva produção e comercialização do Clube de Futebol "Os Belenenses".

É tão simples partir para um ideário desta natureza, já que todos os dias os nossos dirigentes passam por eles que até dói nada aproveitarmos em criar uma linha de produtos do Belenenses associado ás Descobertas.

Ah! Falta o resto, pois falta.

Criar caschecóis em que numa ponta está o emblema do Clube ou apenas a Cruz de Cristo e na outra uma Caravela. Seria um lindo cachecol, digo eu. A este propósito imaginem o cachecol do Vasco da Gama do Brasil. E se não fosse uma caravela, podia a ser a Torre de Belém, o Padrão de Descobrimentos ou algo que nos rodeia ali à volta do nosso Estádio.

Interrogo-me da venda de camisolas associando a Cruz de Cristo ou o emblema a um dos marcos históricos das Descobertas.

É certo que muitos portugueses podiam não comprar aquilo, mas era fonte de receita na colecção que cada um queria fazer ou camisolas ou de cahecóis. quer para os sócios e adeptos do Belenenses, quer para os turistas.

Pois é, agora surge novo ponto de reorganização da venda de produtos de merchandising, sendo intolerável que não tenhamos, pelo menos uma loja no roteiro turístico de Belém, Ajuda até Algés.

E, porque não avançar com uma linha de produtos e com 2 a 3 quiosques permanentes no falado roteiro turístico? Já que mais não seja, imagine-se a receita na venda de pins. Sim, daqueles que colamos no frigorífico.

Também não percebo a não inclusão do Estádio do Restelo no dito roteiro turístico, coisa a ser negociada com o município de Lisboa.

Caramba, vejo de forma simples e linear tantas maneiras de fazerem receitas extraordinárias que até dói não aproveitarmos o meio ambiente em que vivemos e dele extraírmos de imediato as tais fontes de receita extraordinárias para aumentar os fluxos financeiros de suporte ao Clube.

Estou mais que convicto que se não vivessemos no tradicional marasmo que nos apoquenta vai para 2 a 3 décadsa que qualquer clube de segunda linha já teria aproveitado aquilo que ora aqui proponho.

E a este prpósito deixo-vos aqui um pequeno cheirinho da loja online da Marinha de Guerra Portuguesa.

Se até a Marinha faz dinheiro, de que esperamos?

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