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Belenenses quebrou hegemonia em 1946



O Benfica resistiu durante décadas à entrada de jogadores estrangeiros, até à célebre assembleia geral de 1 de Julho de 1979, celebrada para a discussão da inclusão de futebolistas não portugueses nos quadros do clube. Aí ficou dada a permissão para a contratação do brasileiro Jorge Gomes ao Boavista. O jogador estreou-se com a camisola encarnada em Agosto desse ano.

Mas se as "águias" se orgulhavam de ser a equipa mais portuguesa - apesar dos muitos jogadores provenientes das colónias ultramarinas -, no banco de treinadores a história é bem diferente: o primeiro técnico a conquistar um título nacional para o clube foi Mário Wilson, apenas em 1976. O FC Porto, com José Maria Pedroto, só veria um treinador luso campeão em 1978, ao contrário do Sporting, que em 1954 venceu com Tavares da Silva, o técnico do primeiro "tetra" do futebol nacional. Mas isto foram excepções à regra.

As primeiras onze temporadas foram dominadas por treinadores húngaros: onze títulos desde a época 1934-35 até 1944-45. Tudo começou com Joseph Szabo, no FC Porto, passou pelo tricampeonato benfiquista de Lipo Herczka (1935-1938), o "bi" dos portistas com Mihaly Siska e novamente Szabo (agora no Sporting) a intrometer-se nos três títulos do Benfica de Janos Biri.

Seria o Belenenses a quebrar a hegemonia dos técnicos estrangeiros e, também, dos três grandes clubes. Augusto Silva foi o homem que levou os "azuis" do Restelo ao título em 1946 - até hoje o único do clube -, tornando-se o primeiro treinador português a sagrar-se campeão.

Só mais 25 títulos seriam conquistados por treinadores portugueses: o último foi de Jesualdo Ferreira, encabeçando o tetracampeoanto dos portistas. A balança é altamente favorável aos técnicos além-fronteiras: em 75 edições do campeonato nacional, 49 venceram o ceptro, contra apenas 26 técnicos portugueses. Quase o dobro, portanto.

Mas se olharmos para a lista dos técnicos vencedores, reparamos que apenas quatro portugueses venceram nas 30 primeiras edições. Um contraste enorme com os últimos 32 anos da Liga, onde por 18 vezes o título ficou nas mãos de técnicos portugueses. Coincidência ou não, o FC Porto, o último dos três grandes a ter um técnico luso como campeão, viu 13 dos últimos 18 lusos a festejar.

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