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Sindicato para que te quero



Evangelista ameaçou a liga de greve no início do campeonato caso os salários em atraso continuassem uma constante, mas antes disparou em várias direções no que se refere ao (in)cumprimento, ignorando as práticas contratuais que vigoram em cada clube. Seria a sério ou a brincar?

Na qualidade de negociador do contrato de trabalho do sector, competia-lhe a ele ( por parte do sindicato) propôr e negociar datas rígidas com os representantes do patronato e organizadores das competições. Não se conhecem os termos exactos das negociações mas constacta-se que a rebaldaria é uma constante pelo que concluo não terem chegado a firmar nenhum compromisso, tanto é que em cada clube as práticas divergem, para além dos incumprimentos ou atrasos pontuais ou sistemáticos que se fundem até ao "é para esquecer...".

A lei consagra como atraso os salários não pagos após 30 dias de vencidos, permitindo a partir deste prazo mecanismos de apoio social e intervenção do estado. Evangelista parece querer desconhecer o preceito, aproveitando para fazer tábua raza entre os que não pagam meses a fio e os que momentaneamente têm problemas de tesouraria e falham uma ou duas semanas. Será portanto, conivente com o sistema, disfarçando mal a direcção em que dispara de tempos em tempos as suas atoardas.

O homem tido por forte do sindicato bem podia apontar os clubes que não estão em condições e não cumpriram os pressupostos financeiros, afinal conhece-os e estará dentro da realidade aproximada ou pelo menos conhece os contornos. Nada disso, optou pelo elo mais fraco que neste caso é o Estrela.

Virar baterias ao Estrela da Amadora de alguma forma vem ao encontro das nossas conveniências e poupa-nos alguns aborrecimentos, mas e os outros que não cumprem? Decerto não será o Belenenses que tem a obrigação de ser o polícia da liga e ter que aturar meio mundo pela mau funcionamento do sistema. Já nos chegam as nossas pendengas caseiras e as tropelias dos afilhados do Vitor Pereira.



Cabral Ferreira recusava-se a receber o rapaz porque não percebia se ele pedia uma reunião como advogado, como presidente do sindicato ou como empresário de jogadores, uma vez que o dito tinha o condão de misturar as coisas a seu belprazer e conveniência. Outros pressupostos responsáveis do clube até rastejaram para ele como se fosse o salvador do futebol, serão feitios vá-se lá saber o porquê.

Nestes arrazoados que no CAS temos vindo a desenvolver, foram identificados todos os pontos fracos e deficiências do sistema, sublinhando os que se justificavam para o imediato e abordando pela rama os restantes para não dar muito nas vistas nem nos armarmos em justiceiros que em nada beneficiaria o Belenenses.

A LPFP e a FPF com os seus orgãos jurisdicionais não querem saber e empurra para os clubes que se sentirem prejudicados o ónus da queixa, porque estão mais preocupados com as multinhas que lhe dão as receitas para compôr o orçamento, que com a qualidade das organizações que promovem. Para o efeito nem se importam de fazer o papel bacoco do tipo "goal average" e isso sim foi perder na secretaria contra o sistema e por culpa dos dirigentes dos lesados que não procederam em conformidade.

No caso em apreço, não se trata de ganhar ou perder em campo, mas sim de admitir os que têm condições de entrar em campo, o que será substancialmente diferente.

É certo que muito por culpa própria, o Belenenses deixa-se cair nestas situações do fundo da tabela e depois acaba por sofrer com a imoralidade do sistema, uma vez que tem que fazer o trabalho que as instituições não cuidaram durante a época.

Será sina? Pois bem, desta vez o Evangelista acudiu porque lhe foram ao bolso ( o Estrela deve ao fundo do sindicato ) se é que foi só às verbas sindicais, porque não me admiraria que o rapaz viesse a colocar alguns jogadores por via da sua condição de empresário, auferindo paralelamente pelo serviço.

Sob o título Evangelista fala em inscrição imoral - CASO CLUBE CUMPRA PRESSUPOSTOS FINANCEIROS,(diria antes que a LPFP desse como cumpridos) o jornal record online escreve:

O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, afirmou esta quarta-feira que seria imoral se o E. Amadora conseguisse cumprir os pressupostos financeiros para a inscrição na Liga portuguesa 2009/10.

"Toda a gente está à espera de uma resposta adequada àquilo que foi a situação de incumprimento. Não acredito em milagres. O trabalho tem de ser feito ao longo da temporada. A verdade é que seria imoral se o Estrela, não tendo cumprido ao longo da temporada, viesse agora a ter um tratamento anormal", afirmou.

O líder sindical, que falava à margem do encerramento do projeto Escola, Futebol e Cidadania, no Estádio Nacional, no Jamor, Evangelista disse que seria "uma surpresa se o Estrela se conseguisse inscrever, quando todos os jogadores rescindiram e continuam credores do clube. Mas o futebol português, no final das épocas, é pródigo em surpresas".

O E. Amadora não pagou qualquer ordenado aos seus futebolistas ao longo da última temporada, tendo visto grande parte dos seus futebolistas rescindirem os seus contratos.

Joaquim Evangelista diz que não quer acreditar que "possa haver uma habilidade que venha a permitir a inscrição, seria um caso a acrescer àqueles que afectam o futebol português. Compete agora à Liga exigir rigor para a próxima época. Isso começa no licenciamento. Todos sabemos quais foram os prevaricadores reincidentes, que não respeitaram as regras e que não merecem estar no futebol profissional. Vamos acreditar que esses não vão estar a competir, porque não têm condições para isto", destacou.

O presidente do SJPF, lamentando o excesso de jogadores estrangeiros no futebol nacional, defendeu um maior investimento nos futebolistas portugueses. "Um investimento que terá retorno mais tarde ou mais cedo. O que constatamos é a aposta maciça em jogadores estrangeiros. Isso preocupa-me, porque os nossos jogadores têm qualidade suficiente para actuar nas competições nacionais", sustentou.



Mexer muito com o sistema é uma chatice e sempre se perde a oportunidade de ir dizendo "umas coisas" para a comunicação social, de vez em quando, quando não comprometendo as actividades paralelas de advogado e/ou empresário de jogadores que se vão misturando pelo caminho. Afinal são oportunidades de negócio ao bom nível de "uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto". Resta saber para quando umas cláusulas de incompatibilidades nos regulamentos da liga.

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