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Garantias patrimonias ou falta delas



Não só os jornais, mas em especial os associados do Belenenses vão falando das dívidas do nosso Clube. Das que existem e das qeu não existem, como se não houvesse Vida para além do Orçamento como diria em tempos o Sampaio, que até era bom rapaz.

É certo que Fernando Sequeira lixou o Clube e é certo que ele percebia tanto daquilo como um boi a olhar para um palácio, uma vez que conseguiu convencer os associados a fazerem aprovar um miserável empréstimo não na base duma qualquer fundamentação lógica, tanto mais que se borrifou no Conselho Fiscal, mas sim na base do populismo e da criação dum ambiente propício a tal desenlace, coisa da arte da Política pura e dura.

Todavia, não poderei acusar isoladamente o Fernando Sequeira como se não tivesse tido autorização para borrar a pintura a seu belo prazer.

Pelo contrário, e muito embora me tenha sentido durante bastante tempo não só uma espécie de D. Quixote a tentar chamar a atenção dos associados para o logro em que estavam a cair, senti-me não só sózinho na minha vã tentativa de chamada à razão, apenas me tenha sentido acompanhado pelos membros do então Conselho Fiscal, com destaque para o Dr. João Neves.

E não só as minhas tentativas foram inúteis nesse sentido, como fui ofendido de todas as formas e feitios, como poderei provar a todo o instante, se um dia para aí estiver virado em exibir aqui comentários não editados, alguns com IP's bem identificados e localizados. Muitos deles, diga-se, algo encomendados.

Também o autor do blogue A Grande Loja do Queijo Limiano nos deu aqui uma achega sobre a personalidade do então presidente, ora fugitivo. Tudo em vão. A cegueira instalada do mito da gestão danosa era tão grande que os associados ofuscados pelo iluminismo que de repente se instalou no Restelo ofuscaram as mentes mais brilhantes que já passaram pelo Restelo.

Até que os poucos que tentaram fazer algo pelo Clube, onde felizmente sem pre me incluí (e ainda há quem diga que nada faço pelo Clube), daí que a consciência não pese em nada do que ora sucede ao Clube, chegaram à conclusão que os associados após a tão apregoada mentira da alegada "gestão danosa" do Cabral Ferreira, só poderia haver, para eles, por exclusão de partes, um gestor competente, saído da corja política dos independentes, os quais parecem aparecer nos partidos políticos como atestados de conformidade ou de qualidade, quando isso só ocorre a espaços.

Apesar de tudo o que ora passamos, o Belenenses, a meu ver, é ainda um Clube altamente credível. A sua credibilidade é, aliás, mais contestada internamente que externamente, sendo certo que os associados fazem questão de superar as leis conjuntas do Maquiavel e do Kafka, no processo de destruição de Imagem do Clube.

Para já, embora por uma diferença diminuta, ainda houve bom senso suficiente para não se dar cabo do resto, caso os resultados eleitorais fossem diferentes do que foram. É minha firme convicção que se os resultados eleitorais fossem diferentes, os riscos de o Clube desaparecer a médio prazo eram elevados, estando, de resto, à vista, o resultado prático do adiamento do acto elitoral: o adiamento da demissão do time do Bessa e a consequente descida por uma escassa falta de vitória num só jogo (Nacional, p.ex).

A terem sido como 44% queriam - lá está o defeito da democracia quando mal exercida, então, quase garanto que o Clube fecharia portas a médio prazo, embora detenha um impressionante e valioso património, o qual não tem comparação com a larga maioria dos seus pares.

Aí surgem as garantias que o Belenenses sempre pode dar, ao contrário de outros e vou citar coisas que vou conhecendo de perto, embora kilometricamente um me fique menos a jeito, mas não em razão diercta do desconhecimento do caso.

E falo da surpreendente tentativa de Vitória de Setúbal ou do Estrela da Amadora tentarem participar na Liga, e já nem falo na I Liga, mas em qualquer Liga.

Patrimonialmente, são entidades destituídas de bens próprios isentos de hipotecas ou penhoras.

Em sede de tesouraria não existem, com ratios profunadmente negativos para resolução dos problemas do quotidiano.

Tenho dificulades em entender como é que poderão sentirem-se como Entidades Empregadoras, quando é certo que não podem sequer garantir o pontual pagamento dos salários dos seus funcionários ou dos seus jogadores.

E no caso do Vitória de Setúbal, a coisa é bem mais grave, porquanto a SAD actual é já uma Sociedade Irregular, sendo certo que o respctivo ROC julgo já ter solicitado, nos termos legais, a intervenção do poder judicial, atento o prazo já decorrido sem órgãos sociais.

Nem o próprio Clube tem órgãos sociais eleitos em efectividade de funções, nem sequer havendo uma Comissão de Gestão legalmente eleita, apenas uma intitulada comissão de reflexão que vai assumindo os comandos do Clube e da SAD sob o nome de comissão de gestão.

O caso do Estrela da Amadora em sede de poder dar garantias para obter diferimentos de pagamento de dívidas é não só complicado, como inexequível, excepto se houver a tal "vontade política" de viabilizar um projecto falido, e consiste aparentemente no seguinte: sobreavaliar o valor do património do Clube, por forma a exceder o valor já penhorado ou hipotecado, restando aqueles cobres para darem de garantia a um qualquer plano de pagamentos, caso tal saldo seja igual ou superior ao valor exigido para garantirem os pressupostos financeiros exigidos pela Liga.

Ora, se bem leio a prática dos últimos meses, quer dos bancos, quer das comissões avaliação dos serviços de finanças, a tendência é para baixar os valores patrimomiais dos imóveis e não o inverso. Suponho que do ano passado para este ano, grosso modo, e variável por cada entidade avaliadaora, o decréscimo na avaliação atinge em alguns casos os 10%.

Os artifícios contabilístico ou financeiros, a chamada engenheria financeira aplicável a estes dois casos, apenas garante ou pode garantir a inscrição na LIga, mas não garante o pagamento de salários.

Em ambos os clubes, o que se está a fazer é tentar de qualquer jeito garantir as receitas das tv's, via I Liga, única forma de garantir receitas que sustentem os tais presupostos. Só que os contratos das trassmissões dos jogos via tv's só se podem observar após o cumprimento dos pressupostos da inscrição na Liga, nomeadamente, após o sorteio.

Há falta, para não ser dizer ausência, de regulamentação que fiscalize com a necessária pontualidade do exacto termo com que os clubes da Liga, I e II Ligas, se apresentam no início da época ás competições e a meu ver, as garantias prestadas quase são na base do compromisso de honra e pouco mais.

Daí a assistir-se a toda esta confusão no futebol luso, com um poder quase vazio da própria Liga, o qual se fosse exercido na sua plenitude teria de abanar a árvore e, para surpersa de todos, o Belenenses acabava por não cair da dita por ainda deter capacidade de conferir garantias.

Mas aqui, atenção, só não cairá da dita se largarmos de vez alguns anéis, que é como diz despesa.

Ou será que a crise económico-financeira mundial não chegou, ainda, ao Restelo?

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